Marcos5813 30/06/2023
Como a Moral Cristã Protestante Fundou o Capitalismo
A obra, "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", é um das mais profundas análises sobre a sociedade humana e a forma com faz as coisas. Max Weber faz um estudo primoroso sobre os pilares que serviram como mola propulsora a origem do modo de produção capitalista, primordialmente o puritanismo inglês e da Nova Inglaterra, atual EUA, que forjaram um moral condicionada ao trabalho como oferta ao Senhor.
Segundo Weber, o ideal de trabalho como ferramenta para alcançar a salvação e atendimento dos desígnios de Deus, forjou um modo de vida e de produção que favoreceu ao acumulo de capital, que segundo este mesmo modo de vida asceta, era reempregado na produção para produzir mais bens, e mais trabalhadores, e por conseguinte, maior distribuição de renda e bens. No primórdios desse modo de produção, sem o acumulo de capital e de uma poupança que fosse reinvestida, e isso tudo amparado pela Reforma Protestante, com expoentes como Calvino e Lutero, ainda que divergentes quanto ao agradar a Deus, em suas nuances, este modo de produção não tenderia ao acumulo de capital e muito menos a especialização e divisão do trabalho de modo livre e ordeiro, onde tem a racionalidade como fundamento. Talvez a sociedade humana experimentasse hoje, no século XXI, uma tipo de especie de socialismo e economia de Estado.
Esta problemática, sobre o destino da sociedade humana não é bem abordada nesta obra, mas deixa a posteridade suas definições. O que Weber pretende é, de uma forma racional e apoiada na historicidade, é que uma ética há de ser o alicerce de qualquer atividade que a humanidade possa conceber, e a esta moral é um conjunto de pensamentos onde, aqui, a ética fundamenta suas teses.
Em pleno século XXI, o código, conjunto de leis e regras que devem ser seguidas, uma forma de algoritmo computacional, está em pleno avanço tecnológico, e parece querer basilar o comportamento humano e sua evolução cultural, econômica e social. Mas um código, por mais germinal que seja, ainda segue padrões de até aqui onde chegamos, como o cálculo, a estatística e a informática. Em qual modo de produção surgirá deste conjunto de regras é que está a ser o novo horizonte, e mais uma vez, parafraseando Victor Hugo, não serão obras como estas inúteis. Muito mais, onde há cultura há evolução, seja no reino animal, seja num jogo de cartas, seja numa mesa posta a mesa. Os convencimentos humanos. Favoritado!