Silvana 23/10/2021
Avery Archer, o duque de Netherby, nunca imaginou ter em mãos uma responsabilidade como aquela, a tutela de Harry Westcott, o conde de Riverdale. Até porque Harry está com vinte anos e Avery tem apenas onze a mais que ele. E na verdade essa tarefa nem era para ser dele, já que o pai de Harry havia estipulado isso em seu testamento antes do antigo duque falecer e junto com o título, Avery herdou mais essa responsabilidade. Justo ele que gosta de trabalhar o mínimo possível e só faz algum esforço se for para melhorar seu próprio conforto. Avery até poderia recusar, mas é somente por um ano e ia dar mais trabalho do que assumir a tarefa. O que Avery não esperava era que ia ter mais uma responsabilidade em mãos, encontrar uma filha bastarda do conde a pedido da duquesa viúva e deixar ela em uma situação financeira confortável com a condição de que nunca entre em contato com seus meios-irmãos.
Essa filha é Anna Snow, que nunca conheceu seus pais e viveu sua vida toda em um orfanato em Bath, já que essa era uma das condições para que seu benfeitor continuasse ajudando-a financeiramente. Mas não foi somente pelo dinheiro que Anna ficou. O orfanato é o único lar que ela conhece, bem ou mal sua única família e ela quis retribuir o pouco do amor e carinho que recebeu ali ensinando as crianças e hoje trabalha como professora no orfanato com um salário modesto, mas que garante seu sustento. Por isso Anna fica surpresa quando recebe uma carta pedindo que ela vá até Londres para resolver seu futuro. Anna passa a viagem toda uma pilha de nervos, criando mil teorias do porque sua presença foi requisitada, mas nenhuma delas chegou nem perto da verdade.
Anna não é uma bastarda e sim a única filha legítima do conde, já que ele foi casado com sua mãe antes de casar com a agora ex-condessa, já que seu casamento é inválido. E Anna é Lady Anastacia Westcott e tirando as propriedades vinculadas ao título, que vai para um primo, todo o resto pertence a ela. E de repente o desejo de Anna de ter uma família se torna realidade, o problema é que eles a vem como uma usurpadora e não querem nem saber de Anna. O contrário do que acontece com Avery, que encontra todo tipo de motivo para estar perto dela. Ele diz para si mesmo que está apenas sendo justo e tentando ajudar Anna, mas na verdade ele está cada vez mais fascinado e quem sabe em Anna, ele encontrou alguém para amar.
“– Não se pode viver de um dia para o outro sem mudar. É a natureza da vida. Pequenas escolhas sempre são necessárias, mesmo quando as grandes não aparecem.”
A Mary figura entre minhas autoras favoritas de romance de época, por isso toda vez que vejo um livro dela já quero ler. E quando vi que esse estava no Kindle Unlimited é claro que já peguei emprestado. Mas infelizmente dessa vez minhas expectativas não foram alcançadas. Cada autora de RE tem sua particularidade, até porque os enredos não tem muito o que mudar já que seguem basicamente a mesma fórmula. E nos livros da Mary eu vejo um tom mais maduro em seus personagens, principalmente os protagonistas masculinos que mesmo os libertinos são homens honrados. E pelo menos nos livros que li dela até agora, não temos uma leitura muito dinâmica, a coisa vai quase parando mesmo.
E nesse não foi diferente. Apesar do clima mais leve e divertido, não temos muitos acontecimentos bombásticos, fora a bomba do começo que mudou o rumo da vida de todo mundo hehe. Mas eu particularmente gosto disso, porque assim tem tempo para o relacionamento dos protagonistas ser desenvolvido. E a coisa é tão lenta que nem parece que tudo acontece em dias e não meses como temos a impressão. Mas infelizmente dessa vez acabei não sendo arrebatada pela história como aconteceu com os outros livros da autora. Pelo tanto de páginas, foi o maior dela que li até agora, esperava um desfecho diferente. Sabe quando fica aquela sensação de que faltou alguma coisa para fechar bem a história?
Até pode ser porque como é uma série teremos essas respostas que não veio nesse nos próximos livros, mas eu esperava mais, principalmente do romance, que como romântica que sou precisava de um final diferente. Mas entendo o que a autora quis mostrar, não gosto mas entendo, porque aí entra a personalidade dos protagonistas. Avery tem um comportamento peculiar, em alguns momentos até achei que ele possa ter TEA, além de ser ele todo diferente fisicamente do que estamos acostumados a ler, porque ele passa longe de ser o moreno alto bonito e sensual que sempre vemos nos protagonistas dos livros.
E Anna é descrita como uma pessoa segura de si e que sabe de impor quando preciso, e ela é pelo menos na questão toda da sua filiação, mas quando o assunto são seus meios-irmãos ela muda completamente a atitude. Infelizmente foi uma história boa, mas que não tem nada marcante, nem de acontecimentos, nem de personagens. É uma pena porque tanto o enredo como os seus protagonistas diferentes tinham muito potencial. Mas vou ler os outros da série quando publicar por aqui para ver se tenho as respostas que faltou nesse. Quanto a edição eu li em ebook e achei bastante erros de escrita. E a capa nem me agrada, nem desagrada.
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