Vinni_ 11/01/2024
O mais desinteressante da trilogia
Hora de falar do que pra mim é a ovelha negra dessa trilogia, e sinceramente tenho MUITO a reclamar (sério, o que aconteceu aqui?).
A Última Porta, além de sofrer com o mesmo problema de início arrastado do resto da trilogia, tem o plot geral mais TORTO desses 3. Sem necessidade nenhuma o William é trazido de volta fora da roupa de Springtrap, o objetivo dele é completamente mal explorado aqui e parece não fazer sentido e efeito nenhum, porque ele continua não tendo controle ou o mínimo de contato real com o amálgama de almas que ele criou, a única cena minimamente interessante dele o livro todo é ele sendo morto no final, que é uma baita decadência comparada à presença que ele tinha nos outros dois livros, além de que trataram a pira dele como springtrap no segundo livro e tendo atingido o "ápice" da forma de vida ideal na visão dele como só um "foi mal tava doidãokk".
Muita coisa também é porcamente explicada, principalmente relacionada à cronologia de acontecimentos relacionados à Baby e às famílias afton e emily aqui, até agora eu não sei exatamente em que momento o endoesqueleto da Baby parou nas mãos do William, em que momento a Elizabeth morreu e em que momento a Baby foi em busca do corpo do pai, a tia Jen sabia de algo? e essas informações só são jogadas pro leitor e mal são construídas pra fazerem sentido cronologicamente então só parece que tudo aconteceu do nada e porque sim.
E temos o John como protagonista principal nesse livro, que pra mim novamente foi outro defeito, tudo que me desagradava nesse personagem se intensificou aqui, essa obsessão torta dele com a Charlie como se tivesse alguma exclusividade com ela (sendo q o máximo q aconteceu foi ela se sentir um pouco mais confortável com ele no primeiro livro pela infância dos dois e pedir ajuda dele pra desvendar o próprio passado) e essa questão cresce a ponto dele só não contar pra ninguém o final que a Charlie teve no final do livro (que é uma decisão completamente irresponsável??? vc simplesmente deixa um bando de gente desesperada e inclusive a polícia envolvida por um "desaparecimento" que ninguém sabe nada, É LITERALMENTE O SOFRIMENTO DOS PAIS DO MICHAEL NO PRIMEIRO LIVRO e isso é tratado como se fosse ele "protegendo" a Charlie pq se importa mt com ela), ele se torna um personagem completamente ignorante com todos os amigos dele que a todo momento só queriam ajudar e tem uma baita síndrome de protagonista em que quer fazer tudo sozinho o tempo todo achando que é super importante.
Carlton e Marla são trazidos de volta mas sinceramente só parece que foi pra ter mais gente no elenco e a história poder andar logo, a Marla tem quase 0 impacto na história e o Carlton tem seu único ponto alto sendo a síndrome do sobrevivente dele em relação ao Michael (que aparece em um momento e é completamente descartada, não tem nem uma fala entre ele o Michael sobre isso sendo que era a oportunidade perfeita pq eles finalmente CONVERSAM) e a cena dele com as almas das crianças (que parece só servir para dar nome e aparência para cada uma delas). A Jessica volta a tomar atitudes ridiculamente burras que não tem mais a justificativa do primeiro livro de "adolescentes em grupo sendo inconsequentes" e passa ser só algo irracional pra mover a história.
Mas vamos falar das poucas coisas boas que esse livro ainda tem, a Charlie continua minimamente interessante mas bem menos em comparação aos outros dois livros (sem falar q forçam dnv o romance dela e do John sendo que claramente ela dava claros indícios que não sentia esse tipo de coisa por ele), mas quem carrega esse livro nas costas definitivamente é a Circus Baby/Elizabeth, ela é uma vilã incrível, o plot dela como doppelganger da Charlie é fantástico, ela é uma ameaça real, sempre é completamente imprevisível e inteligente e isso causa medo no leitor, e toda a relação dela com a própria Charlie, com o Henry e o William é muito interessante, te deixa vidrado em saber mais, e todo o dilema dela entre não saber o que é influência da Elizabeth e o que é influência da agonia do corpo robótico é fascinante (por mais que pouco mostrado), a primeira perseguição do Funtime Freddy no labirinto de espelhos também foi incrível, junto da primeira aparição da Mangle, mas para por aí.
E por último, o grande plot sobre a Charlie, embora eu já soubesse por via de spoilers sobre isso desde muito tempo, foi bem curioso e um bom plot, fez sentido e foi ótimo pra construir a figura enigmática do Henry que sempre pairava pela história, e a cena do fim dela e da Baby também foi bem impactante, mas infelizmente esses pontos positivos não conseguem sustentar sozinhos os pontos baixos da história e sinto que minha nota ainda pode ser generosa pelo quanto gosto da franquia.
E bem, aquele final do John no cemitério já é ruim pelas atitudes do próprio John mas consegue ser mais estragado por essa tentativa de gancho falho e sem necessidade de deixar uma dúvida se a Charlie teria morrido mesmo (ou sei lá o que os autores estavam tentando dar a entender aqui).