A Ilusão da Alma

A Ilusão da Alma Eduardo Giannetti
Eduardo Giannetti




Resenhas - A Ilusão da Alma


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Alci 29/07/2012

Maravilhosa ideia fixa
Comprei pelo título. Não conhecia - ainda - o autor. Mas como toda alma iludida e com ideias fixas, me identifiquei com as possibilidades internas das palavras sob a capa. Gostei muito! É escrito de uma maneira muito bem encadeada, que prende a atenção e vai despertando aos poucos uma necessidade idêntica àquela do autor - achar uma resposta coerente para a incoerência da vida. Claro, é só mais uma resposta das zilhões de respostas que vamos nos dando desde que aqui estamos, neste mundinho inexplicável. Mas atende à lógica, mais do que à crença - e só por isso, já gostei!
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cliffoliveira 11/12/2011

Mais perguntas do que respostas
O livro realmente me cativou, o interesse por ele surgiu de uma entrevista dada pelo autos ao programa Fim de Expediente da CBN.
O tema sempre me interessou e as perguntas geradas pelo livro nos colocam a deriva em relação a muita coisa que ainda deve ser dita em relação a mente humana.
Uma nova revolução pode estar a porta
uma revolução sobre as ideias e sobre nós mesmos
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Tórtoro 12/06/2011

COMO ADQUIRIR UM TUMOR METAFÍSICO
COMO ADQUIRIR UM TUMOR METAFÍSICO

“A curiosidade está para o conhecimento como a libido está para o sexo: não há um sem o outro”.


A Ilusão da Alma – Biografia de uma idéia fixa, do economista Eduardo Gianetti, Companhia das Letras, 253 páginas, é o relato em primeira pessoa de uma perturbadora conversão filosófica — de mentalista para fisicalista.
Após a retirada de um tumor cerebral, em que a cirurgia transcorreu bem — depois de sofrer esquecimentos, dores de cabeça, sensações de calor repentinas e passar por exames — mas o deixou parcialmente surdo, um jovem professor de literatura, especialista em Machado de Assis, isola-se do mundo e passa a viver, entre livros e livros, absorvido por uma paixão intelectual: o estudo da relação entre o cérebro e a mente.
Livre do tumor físico, ele passa a crer que sofre de um tumor da alma , metafísico, uma crença que ameaça seu senso de identidade: “O que sou e o que faço podem não ter rigorosamente nada a ver com o que me sinto ser ou imagino estar fazendo “.
Do embate entre Sócrates e Demócrito no iluminismo grego do século V a.C. aos achados e espantos da moderna neurociência, a trama do livro descreve passo a passo a viagem de descoberta do narrador pela história das idéias.
Vítima de descobertas que o levam a uma angústia existencial ele escreve: “Não peço que concordem comigo, tenho a alma enferma, chego a temer o contágio; peço apenas que partilhem, com a devida precaução e reserva, os passos do argumento. Acredite, você que me lê, é como confessar o inconfessável — um crime de atentado à ética, um suicídio espiritual. Eu gostaria de não acreditar numa palavra de tudo quanto escrevo. Não obstante, creio”, e completa, ao final do livro : “Mas se tudo isso é possível e, mais que isso, possivelmente verdadeiro, então eu não posso ficar calado, encolhido como um caramujo, entregue à consciência oca e resignada do meramente existir. Então algo tem de ser feito. Tem de existir um furo, um erro fatal no meu pensamento. Preciso entender o que se passou comigo; preciso pôr em palavras o sinistro absurdo da clausura em que estou metido. Se eu não existo, se não sei quem — ou o que — sou, como se pensam os pensamentos que me atormentam ? Não há caminho que me leve adiante ? E assim, paciente leitor, no paredão daquela madrugada insone, brotou em mim o germe do livro que repousa em suas mãos. Refute-me se for capaz !”.
Ainda refletindo sobre o silogismo apresentado pelo autor : “As leis e regularidades que regem o mundo são independentes da minha vontade (premissa maior); a minha vontade é fruto das mesmas leis e regularidades que regem o mundo ( premissa menor) ; logo, a minha vontade é independente da minha vontade (conclusão )” e ciente de que se as premissas são verdadeiras, então a conclusão é incoercível, resolvi curar-me de um tumor metafísico, (adquirido recentemente) mergulhando no Livro da Vida, de Santa Teresa D’Ávila: “Esse é o nosso engano, não nos abandonar de todo ao que o Senhor faz, porque Ele sabe melhor o que nos convém”.
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Nayara 11/05/2011

Comprei este livro porque gostei muito do O Auto-Engano e ouvi boas recomendações. Achei que seria interessante ver a versão literária do Giannetti. Mas não foi tão literária assim. O livro é bom, mas manteve boa parte do padrão de fazer reflexões filosóficas. Não tinha tanta "historinha". A diferença é que agora as reflexões são do personagem e não do Ginnattei. Ou será que ainda são do Giannetti? Ao longo do texto, quase sempre eu me confundia.
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cliffoliveira 27/09/2011minha estante
pelo que sei, o autor vive dizendo que não é o personagem. Se isso é tão necessário de justificar é porque ele é mesmo
:)




Luciene 07/09/2010

A Ilusão da Alma - biografia de uma ideia fixa
Há dois tipos de perguntas cujas respostas dão o tom de nossas vidas, em maior ou menor grau: perguntas que admitem - e até exigem - uma única resposta objetiva verdadeira e perguntas que não exigem - nem admitem - este tipo de resposta. No primeiro tipo estão perguntas como "qual é a origem do universo?", "o sol gira em torno da terra?", "há deuses no universo?". No segundo tipo, temos perguntas como: "a mulher deve ou não usar burka?", "o divórcio deveria ser permitido?", "Como devo viver minha vida?"

O livro de Eduardo Giannetti fala de um momento de encontro entre os dois tipos de pergunta: a do primeiro tipo, "qual é a relação mente-cérebro?"; a do segundo, "Quais as possibilidades de minha subjetividade, independente da resposta à pergunta anterior?"

Ainda que a neurociência esteja certa em suas conclusões, nossa consciência de nós mesmos, que habita nossa mente, sempre existirá. O que fazer dela? Deixar de vivê-la como tal por nos sabermos mero epifenômeno do funcionamento de um cérebro que vem evoluindo desde a pré-história? Não penso ser esta uma escolha possível para mim.

"Escolha" é uma palavra importante, porque é em torno da inexistência do livre-arbítrio que cresce o tumor metafísico da personagem criada por Giannetti. Após sua conversão ao fisicalismo, ele deixa de acreditar poder escolher qualquer coisa, sabendo-se (ou supondo-se) mero fantoche auto-iludido de processos bioquímicos que têm lugar no cérebro, que "escolhe" por ele.

A escrita de Giannetti é envolvente, como sempre, e, por vezes, convincente. Os dados científicos podem ser pesquisados por qualquer leitor curioso. Sou capaz de admitir que nossa liberdade seja bem menor do que acreditamos que seja - e devo dizer que esta questão já aparece, aqui e ali, até mesmo em cursos de graduação de filosofia, ainda que de forma superficial - mas não penso seriamente na possibilidade de que vivamos totalmente desprovidos de livre-arbítrio. Penso que sempre poderemos escolher, em maior ou menor grau, o que fazer de nossa subjetividade. Penso também que o próprio Eduardo Gianetti concorda com essa afirmação, já que, ao imaginar um futuro não muito distante onde essa subjetividade será manipulada por cientistas, ele expressa sua confiança em que saberemos usar a tecnologia com sabedoria e ética. Bem, a ética e o tipo de sabedoria que ela implica provêm de escolhas humanas conscientes.

http://www.youtube.com/watch?v=dKuPhuvF3MQ

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