Kah Mendes 04/06/2021
Garotas como eu
Marília é uma adolescente, de 14 anos, que vive em Foz do Iguaçu com seus pais, sua irmã mais velha Luiza e seus irmãos gêmeos Pedro e Lucas, mais novos que ela. É uma aluna aplicada, gosta de jogar basquete, desenhar vestidos e passar um tempo com sua irmã, que tanto admira. Como a maioria das adolescentes, ela tem inseguranças em relação ao próprio corpo e quer ser aceita pelos colegas de escola.
Pode parecer, mas nem tudo é fácil pra ela. Dentro de casa é sempre comparada a sua irmã e já passou por mais dietas do que qualquer um consegue contar, em uma jornada insana para emagrecer, liderada por sua mãe. Na escola sofre bullying, ficando sempre entre as últimas a ser escolhida na Educação física.
?Estou o tempo todo cuidando para não decepcionar mais as pessoas do que naturalmente decepciono?.
Muitos a tratam com repulsa, como se fosse fracassada por ser gorda ou por ter tentado tantas vezes emagrecer sem resultados efetivos. Sua irmã sempre está ali para abraçar, ouvir, acolher sempre que algo foge do controle.
?Sinto que ao sentar no canto estou atrapalhando menos o caminho?.
Chega um momento que Luiza não está mais lá e Marília, sem seu ponto de suporte emocional, acaba tendo que enfrentar tudo sozinha. Logo no primeiro dia de aula do Ensino Médio é expulsa de sala por estar conversando com a menina nova, Raquel.
A partir desse dia, elas viram grandes amigas e Marília começa a repensar muitas coisas. Sempre que Raquel chega perto ou encosta nela é uma mistura de sensações, cheiros que estimulam seus sentidos de uma forma que nunca tinha acontecido antes, confundindo sua cabeça e trazendo mais inseguranças.
?Não vejo nenhuma garota ali como eu, aliás, nunca vejo garotas como eu em lugar nenhum. Não sei onde elas se escondem, mas não estão nos comerciais, nem nas revistas e muitos menos nos seriados?.
Vi-me em vários momentos do livro porque passei por várias situações como Marília. Cyber Bullying, homofobia, inseguranças, orientação sexual, relações familiares, gordofobia e responsabilidade são assuntos muito importantes e devem sempre estar na pauta de debates, como lisselwyn fez em Garotas como eu.