Van Siqueira 17/08/2020Resenha | Monarca da Giovanna VidotoUm livro que retrata um amor incondicional, profundo e forte entre duas irmãs. Um amor que a distância não apagou, pelo contrário, só estreitou ainda mais os laços.
Manuela e Samanta são irmãs e melhores amigas. Uma não se vê longe da outra. Samanta está prestes a se casar, noiva de Luciano, homem que escolheu para dividir a vida e se tornar esposa. Uma mulher preocupada com o próximo, sempre disposta a ajudar, inclusive contribui com uma ONG para animais abandonados. No dia de seu casamento, resolve sair para espairecer sozinha, uma corridinha de leve para tirar toda a ansiedade e nervosismo pré-casamento. Assim ela achava que seria. Avisou a irmã que sairia, e partiu.
Manuela, por sua vez, estava super atarefada com os últimos preparativos para o casamento da irmã, queria que tudo saísse perfeito do jeito que a irmã merecia que fosse. Então, ao escutar da irmã que sairia para espairecer, ela somente disse para a mesma ter cuidado e continuou com seus afazeres. Mal sabia ela que aquela seria a última vez que veria sua irmã e 4 anos depois ela seria a única pessoa ainda buscando encontrar sua irmã desaparecida.
Samanta sumiu no dia do seu casamento, simplesmente sumiu. E Manuela foi a única a continuar procurando a irmã, pois não acreditava no desfecho da investigação policial. No fundo de seu coração ela sabia que encontraria a irmã, viva ou morta, ela encontraria.
Em paralelo, temos a Samanta que está encarcerada, presa num quarto com mais 3 mulheres sendo utilizada como escrava sexual. Ela através de um diário, conta como está sendo sua vida naquele lugar horrível. Conta suas angústias, tristeza, raiva, mas também conta suas lembranças mais felizes, seus planos para o futuro. Incrível como ela conseguiu se manter sã em meio ao caos que sua vida tinha se tornado.
Manuela largou tudo, deixou sua vida de lado, seus planos, seus sonhos, e focou somente em encontrar sua irmã. Ela corria contra o tempo, pois cada dia que passava era um a menos para Samanta. Mas uma coisa era certa, apesar de escutar de todos a sua volta que deveria desistir, ela seguiu firme na procura. Fez disso sua meta de vida.
O livro mescla momentos felizes e momentos tristes, momentos de alegria com momentos de dor, passado e presente. E por se tratar de um tema tão pesado como a exploração sexual, esse estilo de escrita deixou a história mais leve e mais fluida.
As passagens da Samanta são de deixar a gente angustiado. Eu senti diversas vezes um aperto no coração por imaginar todo o sofrimento que estava sendo imposto a ela. Um desespero por querer que ela saísse daquela situação viva e voltasse para a família. Pude sentir em suas palavras naquele diário toda a dor que ela sentia. E mesmo em meio a tanto sofrimento ela se mostrou muito forte, determinada a sair daquele lugar fétido, aquela casa de horrores.
Saber que na vida real isso acontece, que muitas mulheres passam por essa situação, é revoltante e triste.
Por fim, foi uma leitura hipnotizante, eu queria ler e ler e ler para saber qual seria o desfecho. E o final foi perfeito. Nenhuma ponta ficou solta. Recomendo muito a leitura.
Um livro nacional, uma autora nacional, vamos valorizar!
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