Maria Bonita: Sexo, violência e mulheres no cangaço

Maria Bonita: Sexo, violência e mulheres no cangaço Adriana Negreiros




Resenhas -


3 encontrados | exibindo 1 a 3


Submarino 31/08/2022

Mulheres no cangaço brasileiro e suas ambiguidades
Nem só de ficção eu vivo! 😅 Nessa grande reportagem sobre a presença das mulheres no cangaço brasileiro não tem vilões ou mocinhos.Tanto bandoleiros, quantos polciais e as próprias cangaceiras tem suas ambiguidades expostas. Renegadas pelo patriarcalismo do movimento e das pessoas que o estudaram, Maria Bonita, Dadá e Sila e tantas outras tem as perspectivas femininas do cangaço reveladas!
ladycafezinho 29/12/2022minha estante
?????




Katia Góes 06/04/2022

Maria de Déa...
?? Maria Bonita: sexo, violência e mulheres no cangaço, da escritora e jornalista Adriana Negreiros, explora a história do cangaço, em especial, do bando de Lampião, sob um olhar feminino, dando voz e destaque àquelas que nunca puderam falar por si.

Considerada a biografia mais completa de Maria Bonita, o livro traz um relato detalhado de como era a vida dos bandoleiros. Embora seja considerada uma heroína e um símbolo do feminismo, nesta obra fica bem claro o caráter transgressor de Maria Bonita e todas as atrocidades cometidas pelo bando de Lampião. Ainda que, em alguns momentos, o seu lado humano falasse mais alto e ela intercedia junto a Lampião, evitando a morte de algum desafeto do Rei do Cangaço ou, quando mostrava seu amor pelos cães e cavalos, que acompanhavam o bando.

A lenda em torno de Lampião constituiu muito do estereótipo nordestino, explorada de tal maneira que tornou-se difícil distinguir sobre a verdade do que realmente acontecia. O apagamento do lado violento dentro do cangaço se deve muito ao silêncio forçado e ao descrédito que as mulheres sofriam, já que se acreditava que elas exageravam suas histórias e que as coisas ?nem eram tão ruins assim?. Com passagens muito bem descritas, a autora abordou relatos reais de casos de estupro que acabaram sendo minimizados ou, até mesmo desacreditados, na época. Curiosamente, é uma prática que acontece até hoje, revelando as grandes doses de machismo que nossa sociedade ainda possui. Até hoje, as vítimas, são consideradas culpadas, conforme a conveniência social.

Um dos pontos que mais chama a atenção, neste livro, é o fato de contrariar a visão romantizada, criada com o tempo em torno de lampião e seus companheiros, em que estes seriam pessoas de bem, que se rebelaram contra a opressão, ?Robin Hoods? sertanejos, tirando dos ricos para dar aos pobres.

Apesar de ser uma leitura muito pesada, a obra é super necessária, destrói mitos perpetuados pela sociedade e nos mostra um momento importante de nossa história, escancarando a brutalidade de um bando que chegou até a ser intitulado de heróis, por alguns.

Por hora, é isso! Espero que tenha gostado e, se possível, leia a obra.

Até a próxima!?
comentários(0)comente



Bia 26/08/2021

Maria de Déa
Ela, que ao morrer se tornou Maria Bonita, vai muito além do imaginário social. Esse livro traz a realidade do cangaço, que nós, que só ouvimos falar dos mitos do sertão, não seríamos capazes de imaginar. A trama não exclui a perspectiva das mulheres que compunham o bando, muito pelo contrário, ela a coloca em destaque.
Revelando assim as inúmeras violências do cangaço e o preço da cultura machista na vida das mulheres. Maria abandonou a família, o marido e os costumes para viver com um amor que lhe custou sua vida. Entretanto, ela foi, teve a coragem de sair do seio familiar para se aventurar e isso, para aquela época, já foi revolucionário.
O livro deixa claro que o cangaço era uma barbárie, onde o corpo da mulher era constantemente violado e várias crianças eram abusadas e sequestradas. Nunca foi um grupo de resistência, mas sim, criminosos que faziam da população local as suas vítimas.
"Esquecidos" por um estado que não destinava forças suficientes para combatê-los, eles reinaram no nordeste. Entretanto, não por muito tempo.
O livro foi muito bem escrito, é uma leitura incômoda por conta dos relatos de estupros e torturas, mas é extremamente rico. O cangaço faz parte da história e da cultura nordestina e conhecê-lo através das palavras de Adriana Negreiros foi um imenso prazer.
comentários(0)comente



3 encontrados | exibindo 1 a 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR