As Fúrias da Mente

As Fúrias da Mente Teixeira Coelho




Resenhas - As Fúrias da Mente


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Rodrigo 15/06/2014

As Desparssões da Mente em Fúria
Refutar-se isoladamente no exímio-exílio da mente, que definha, mas sem deixar de acariciar toda derradeira certeza ou aprofundar-se isoladamente no abismo-horizonte, íntimo de infindáveis questões?

Por que isoladamente? isoladamente? Não. Não pode ser. Mas é. Tornou-se. Melancolia. Isolação. Frio. Muito frio. Solidão. Depressão.


A partir dessas condições é que "ele" reconhece em si próprio algo que não está normal, e então decide buscar por ajuda. Nisso, "ele", por considerar sofrer de depressão, recorre a um tipo de ajuda mais especializada; a um médico especialista em psicanálise. Mas afinal, o que é a depressão para "ele"? A teoria psicanalítica desenvolvida por Freud, segundo "ele" mesmo já lera, sobre a depressão, desenvolveu grande papel para o avanço da medicina e da psicanálise, assim como também o respectivo estudo, análise, diagnóstico e tratamento de pacientes; assim também como a patologia clínica, mais adiante. Contudo, Freud, com sua teoria psicanalítica, não era o único embasamento para "ele." Lera outros grandes nomes acerca do tema, e com isso foi preciso consubstanciar as ideias; sem exceção. Ainda assim "ele" perguntava-se, numa espécie de contestador profano e perspicaz que contesta, com atrevimento, todo puritanismo e, de oposto a isso, contesta também todo o oposto a essa vertente, a impureza, - o que é a depressão? Se todos os grandes nomes tiverem errado quanto à definição do seu verdadeiro significado? E se certos? Afinal, o que é verdadeiro? O que é certo? É preciso saber. Por que saber? Pois é preciso. Preciso não. Necessário.


Após seguir as recomendações do médico, em especial ao remédio que lhe é receitado, é possível verificar o desenvolvimento da história. Segue então o andamento embrazado e o desnorteio acerca da depressão. Na verdade, não só a "depressão" em si, mas o conflito interno também. Dando a ideia da luta do "eu" contra um outro "eu"; este último coube a "mente" do personagem ser personificada como o segundo "eu". O primeiro "eu" quer se libertar, tornar-se mais pragmático, enquanto que o segundo, a "mente", já é mais confuso e perturbador. Doentio. É necessário livrar-se disso. Mas como se livrar?
Pois é plenamente justo a isso a preocupação do personagem, que busca por ajuda e respostas. Mas as respostas parecem leva-lo a um desencontro cada vez maior de si próprio como também sobre a depressão. Chega a pensar em suicídio mas não exatamente em suicidar-se. Acaba que retoma o principal; a depressão. Embriaga-se. Parece não mais compreender ou discernir as vontades do corpo e da mente. É preciso livrar-se disso. E assim pensa sobre prováveis causas da depressão - trata-se apenas de um estado extremo de melancolia, um comportamento desvirtuado, mero estado de aceitação e não-aceitação, ou apenas a falta de serotonina no organismo, sendo esse último como base para todos os anteriormente mencionados? Para os determinados fins médicos aludidos em determinado momento do livro, cabe conferir que se é recomendado o medicamento para o tratamento, mas sem afastar outras possíveis formas. Não é unicamente conferido à substância química a cura exclusiva da depressão. E, mais que somente o valor de afirmar isso, vale lembrar que o nosso personagem principal, "ele", assim como é intitulado, em maior parte reage muitas das vezes às suas próprias exaltações, formando assim um encandeamento de infinitas questões e mais questões. Com isso o que se tem é uma reflexão imediata por parte do leitor sobre os possíveis fatores causadores da depressão. O termo "depressão" é posto de forma muito abrangente no livro. Pode-se entende-la de facto tal como uma doença? Volta-se a pergunta. Talvez. Posto que para alguns, trata-se de um estado maior de espírito e alma. Considerável.


Por mais que pareça estranha e presunçosa a ideia de considerar a "depressão" como sendo algo transcendental - paga alguns - é de levar-se em consideração alguns trechos deste livro para compreender a vastidão por qual percorre algumas partes. Por derradeiro - ao que acredito como derradeiro - interpretar a "depressão" em "As Fúrias da Mente" ocorre de caráter pessoal e itinerante. Tanto é que, não só ao livro em geral, mas até às questões psicanalíticas, minha opinião se exalta temerária ao que se bem dispõe ao termo aqui em questão.

Por especial é que gostei bastante de dois trechos do livro. O primeiro refere-se a ideia do suicídio e algumas possíveis consequências. Traz a ideia pessoal do personagem que, por mais descabida, absurda, doentia e nefasta que pareça, é de fazer o leitor parar, analisar, refletir e ainda observar um certo humor eutímico mesmo diante ao trágico. Tudo neste seguinte trecho:

"Os suicidas deixam cartas de acusação, ou não deixa, nada, ou deixam cartas de agradecimento, havia lido em algum lugar. Deixar uma nota de agradecimento: não pensara nisso antes. Agradecer a todas as pessoas que de algum modo haviam contribuído para mantê-lo em vida enquanto isso havia sido memorável. Tanta gente a agradecer.Se morresse "naturalmente", não agradeceria a ninguém. Se desistisse de suicidar-se não agradeceria a ninguém. Descobre um lado interessante do impulso suicida."


Já o segundo trecho volta-se ao conflito explícito do personagem. Retrata o corpo como parte desconhecida pela mente; ou será a mente parte desconhecida do corpo? Eis o trecho em questão:

"A mente não consegue sentir o prazer do corpo, a mente não consegue sentir prazer com o corpo. Ela sabe que o corpo está sentindo prazer, identifica a natureza e a intensidade desse prazer, reconhece o alcance desse prazer, compreende que esse prazer é vital para ela mesma mas não consegue sentir esse prazer - e não pode esperar mais..."

Obs: Esse trecho é igualmente encontrado na capa traseira do livro.


Recomendo "As Fúrias da Mente" para todos aqueles(as) que de certa forma apreciam a melancolia, seja ela menor ou ao seu mais elevado grau. Afinal, quem em si mesmo não já experimentou os sabores e os dissabores de certa dose de melancolia; alguns menos e outros mais. Recomendo também aos estudiosos e curiosos pelo assunto. Principalmente sobre as causas, sintomas, aspectos, cuidados, diagnósticos e tratamentos.

A definição de "depressão" é algo que me intriga bastante. (...)





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Rachel 08/01/2013

Sensacional
O melhor livro que eu já li.
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Marcone 02/12/2012

"As fúrias da mente", Teixeira Coelho

O livro faz uma grande especulação acerca da depressão, se um estado de espírito, um traço do comportamento, um desequilíbrio emocional, uma doença, e até que ponto a interferência química de um tratamento significaria interferir na própria personalidade - e diversas questões filosóficas decorrentes a partir daí.

Teria tudo para ser uma excelente leitura, também pela carga cultural do autor, mas a verdade é que o texto é muito chato, os devaneios são pobres, os questionamentos são vagos e repetitivos. O livro sai de nenhum lugar e chega a lugar algum (seria isto a depressão?) Esperava mais do autor.
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