spoiler visualizarNaimica 23/02/2023
Adorei, principalmente a forma como acompanhamos a história.
Vemos tudo pelos olhos de Hetty, pelo olho dela. É legal como a personagem é cega para algumas coisas (metaforicamente) e a gente acaba sendo também. Tem muita coisa acontecendo na ilha e na escola, a doença é bizarra e parece estar sendo estudada. As garotas tentam manter a esperança da cura, mas as coisas estão bem selvagens por lá.
O trio principal, Reese, Byatt e Hetty, tem uma interação interessante. Eu gostei mesmo da forma como elas se relacionam e isso faz personagens com personalidades reais. Quase é possível ver elas ali! Hetty considera Byatt como uma irmã, talvez até como parte dela mesma. Eu percebo uma dependência esquisita até e depois de conhecer a personalidade de Byatt eu até acho que Hetty foi controlada pela amiga para chegar nessa situação. Parece fofo, mas ao mesmo tempo não parece muito saudável, né? Talvez seja só coisa da minha cabeça.
Agora, Reese e Hetty tem uma das relações mais interessantes que já li. São amigas, mas nunca foram próximas (Byatt como elo), Hetty tem um crush secreto na outra e a acha sempre superior e incrível (tb pensa isso de Byatt, mas é diferente) e com o sumiço do elo, elas se aproximam e descobrem os sentimentos recíprocos uma pela outra. Percebem que se evitavam pq tavam apaixonadinhas. Fofo. O diálogo desse momento é um dos meus favoritos; Reese diz: "Preciso saber se você está no mesmo lugar que eu". NÃO SEI! Achei muito fofa e intensa essa frase. Usarei com um crush, um dia.
Bom, elas evoluem o relacionamento aqui, mas tem muita coisa acontecendo e elas se separam. Brigam mesmo, mas mais coisa acontecem e se unem de novo (não amorosamente), mas Reese faz tudo por Hetty, não? Aliás, aqui encontro outro trecho forte, pensamento de Hetty que é mais ou menos assim: estou aqui por Byatt e Reese está aqui por mim.
Enfim, o final!! Todo mundo morre. Ou quase kkkkk
Reese e Hetty fogem, a escola está sendo atacada e as outras garotas ficam para morrrer. Mas não há tempo, as duas fogem da morte certa também. Ainda vão atrás de Byatt e a encontram, mas não parece mais ela mesma. Byatt arrancou a Tox de si, um verme, e parece que ele levou a personalidade dela. Não acho. Bom, acho que a Byatt tá em algum lugar lá dentro, como as pessoas se voltam para si por causa de traumas. Algo parecido, mesmo achando que ela não está traumatizada. Sei lá.
Voltam pro barco as três. Mas par onde vão? Não acho que seria seguro para elas ir pra base da Marinha. Seria? O pai de Hetty ajudará? É possível. Acho. Adoro que no fim nada é certo.
Mas acho que as meninas vão sobreviver à Tox, parece que Hetty tem outro coração e isso faz ela ficar "mais saudável"?? Enfim, Reese parece bem, parece melhor adaptada, né? Acho que podem sobreviver. Estou sendo otimista demais?
Não sei, mas gosto do final aberto. Adoro finais abertos e acho que nenhum outro final poderia ser melhor que toda essa incerteza, afinal, ainda estamos vendo tudo pelo olho bom de Hetty (que não sabe nada).
Não ignorei a parte do ponto de vista da Byatt, mas confesso que prefiro mil vezes estar no corpo de Hetty. (Me identifiquei? Talvez?)
Sobre o feminismo: meninas, né? Elas fazem a bagunça delas, elas lutam pela vida delas. É só isso. Normal, não? Acho que não precisava desse título na capa, só: "Um terror em meio a uma epidemia" Seria o suficiente para chamar a atenção.