Cavala

Cavala Sergio Tavares




Resenhas - Cavala


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Mariana 25/10/2022

esse livro é tão tão peculiar que eu nem sei...assuntos densos demais, tão fortes que fazem vc parar pra respirar. as descrições te fazem estar nos lugares e sentir repulsa. o primeiro conto é algo muito singular, nunca li nada parecido. uma frase me incomodou muito e fez até cair uma notinha, fiquei super pensativa na construção da problemática e se ela cabia ali, mas o fim foi tão pior, uma reviravolta... aí nem dá pra exigir muito. e os contos vão se desenrolando sem ligação aparente, mas ligados numa construção de violência, distúrbios e sujeira. e o conto final...meus amigues, haja estômago. pura tensão e asco. é surreal o que o autor consegue, retrata coisas tão loucas e desumanas e impensadas, mas tbm são próximas e possíveis. vale demais a experiência e o desconforto
Matheus 04/01/2024minha estante
Gostei da resenha. Achei interessante que de todos, você achou o último conto o mais "pesado". Não que não seja, mas ele é talvez o mais subjetivo de todos, não sei se consegui compreendê-lo completamente. Fiquei curioso com sua interpretação.
De resto, livro estranhamente bom, nos tira do lugar comum.




@wesleisalgado 16/03/2021

Coceira incômoda
A experiência de ler CAVALA é a mesma de ler sobre carrapatos e depois sentir algo andando pelo seu corpo. Duplique esse sentimento se você tem qualquer tipo de TOC controlável, como eu. São 4 contos escritos de maneira brutalmente incômoda, numa linguagem afiada como faca.
CAVALA; o primeiro e mais longo, sobre uma modelo mentalmente instável, depressiva, anoréxica e com transtorno obsessivo compulsivo por números. Quando o autor coloca o TOC dela para funcionar na narrativa, é desesperador.
FOME; coçando enquanto eu escrevo,os extremos de uma professora ninfomaníaca em busca do remoto e breve alívio de seu vício.
SOBRE A PÉLVIS; as luxurias carnais de um limpador de banheiros no dia-a-dia de seu emprego.
PAPEL DE CÃO; em forma onírica eu senti, mas não menos pungente por isso, a manifestação da vontade de um garoto de rua em ter uma vida diferente.
O fato é que, um livro não provocava tamanha ojeriza em mim desde Crash do JG Ballard. O incômodo é físico e a coceira é real. Quero mais contos do Sérgio Tavares. Recomendo!
OBS:[1]: Paguei $10 nesse livro na Amazon.
OBS[2]: Resenha nº 28 do desafio Skoob 2021.
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Joana Cabral 22/06/2011

Literatura forte!
Recebi o livro “Cavala” por meio de uma amiga que sabe o quanto gosto de contos. Vencedor do Prêmio Sesc 2009, na categoria conto, publicado pela Editora Record, em 2010, traz quatro contos: o primeiro mais longo e homônimo ao título do livro e mais três, estes curtos.

Os contos permeiam a crueza psicológica em estado bruto, sem barreiras, sem limites, sem ética e sem moral. Um quase estado inocente, onde o olhar dos personagens perfuram o manto que cobre a “pureza” social e ecoam em falsa violência, pois o agir inconsciente, o impulso degradante que acompanham os seres que os habitam, os redimem de qualquer juízo de valor.
É quase impossível sair de “Cavala” ileso. Algo de que fugimos, que não admitimos, e que nem ao menos aceitamos que dure por mais de alguns segundos em nossos pensamentos, gruda no inconsciente, e levanta, nem que seja um átimo de segundo, o véu que cobre nossa essência animal.
“Cavala” não é um livro para se dizer “eu gostei” ou “não gostei”, ele ultrapassa esse mero detalhe em quem acaba de ler. Ele nos incomoda, perturba, sequestra e nos indica que em algum momento de nossas vidas podemos nos encontrar com nossas fétidas feridas.
O livro “Cavala” cumpre o seu papel de literatura, ele nos tira de um lugar, e ao invés de nos deixar em outro, é sem o chão que ficamos, e temos de continuar a viver, apesar dele.
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