Batendo pasto

Batendo pasto Maria Lúcia Alvim




Resenhas - Batendo pasto


8 encontrados | exibindo 1 a 8


Akira 09/04/2024

É o primeiro livro da autora que leio.
Eu ainda não havia lido um livro de poesia antes, e foi uma experiência diferente e boa, apesar de não ter compreendido tudo por completo, foi uma leitura que eu gostei. Fiquei muito feliz ao perceber que meu poema preferido foi o escolhido para ser desenvolvido no final, e aprendi muito com ele.
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_maricobucci_ 03/01/2023

Top 5 palavras que aprendi com Maria Lúcia Alvim
Eu posso até não ter aproveitado muito do conteúdo, mas a forma da poesia me ensinou muito.

Vai aqui o top 5 palavras que aprendi com Maria Lúcia Alvim:

5. dormitar
4. crestado
3. pojar
2. rusga
1. inconspícua
_maricobucci_ 03/01/2023minha estante
eu esqueci de ?coruscável?!




Bruno Oliveira 10/06/2022

UM LIVRO PRA RELER, E RELER E RELER...
Batendo pasto, da poeta mineira Maria Lúcia Alvim é um evento literário que não se deve “passar batido”. Concebido lá em 1982 e só ganhando a luz quase quarenta anos depois (a primeira edição é de 2020), o livro é um pequeno universo que transborda um erotismo sutil apenas perceptível pelos “depravados” por imagens sugestivas, recursos fonológicos e prosódicos em pelo pelas páginas. É um livro só para iniciados então? Sim e não. Leitores “comuns” se fartaram “de boas” na sua imagética poesia se se deixarem envolver pelo que a poeta “monta” bem ali na nossa frente: há sempre um jogo, uma cena, um algo assim inusitado, uma quebra de expectativa nos poemas da poeta – a cacofonia te pega de jeito se você lá bobear! Alvim tem uma poesia coesa, coerente e muito rica em seus significantes e significados; é impossível lê-la de supetão, sempre fica algo ali na nossa cachola “ruminando”, “ronronando”, como se algo se escondesse se mostrando, sabe? Um livro pra reler, e reler e reler...
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Biblioteca Álvaro Guerra 13/04/2022

Escrito em 1982 e trazido à luz agora pelo esforço conjunto dos poetas Ricardo Domeneck, Guilherme Gontijo Flores e Paulo Henriques Britto, Batendo pasto chega para nos defrontar com a potência e a precisão da escrita de Maria Lúcia Alvim. Nascida em Araxá (MG), em 1932, e ainda viva, a poeta compartilha o sobrenome e o ofício com dois irmãos: o celebrado Francisco, dono de uma escrita conhecida por sua ironia e concisão e que oscila entre a acidez e a ternura; e Maria Ângela, a mais velha, que morreu precocemente e publicou, em vida, apenas um livro, Superfície (1950), marcado por um lirismo elegante, de teor místico e especulativo. Maria Lúcia, a irmã do meio, já havia publicado cinco livros de poesia entre 1959 e 1980, e teve sua obra reunida em Vivenda (1989), pela coleção Claro Enigma.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786586279108
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Mary Manzolli 11/02/2022

Uma resenha de alguém que entende pouco de poesia. Relevem.
Sou péssima para resenhar livros de poesia. Primeiro porque entendo quase nada sobre o assunto, depois porque não é o meu estilo literário preferido, apesar de ser filha de uma poetisa sensacional. A compra do livro Batendo Pasto, foi na verdade, um presente para ela, minha mãe poetisa.

Da minha parte a leitura aconteceu muito mais pela história do livro e da autora do que, propriamente, pela ânsia de uma experiência poética.

Nascida na cidade mineira de Araxá, em uma família de poetas, Maria Lucia Alvim publicou outros 5 livros durante os seus 88 anos de vida. Infelizmente, a autora, faleceu há um ano, em decorrência de complicações da covid.

O interessante na trajetória de Maria Lúcia é que sua última obra, A rosa malvada, foi publicada em 1980 e depois disso ela, simplesmente, parou. Esse Batendo Pasto foi escrito em 1982, mas somente em 2020, quase 40 anos depois, é que foi publicado. E que retorno! A obra de Maria Lucia já chegou levando o prêmio Jabuti.

Como leitora o que posso dizer é que a escrita de Alvim é precisa, potente e multifacetada, explora várias formas de fazer poesia com a segurança de quem não caminha em terras desconhecidas. A simplicidade do vocabulário não tira sua complexidade uma vez que reaviva palavras de nossa língua há muito esquecidas; comecei a ler com certa dificuldade de entendimento e aos poucos foi parecendo que eu entrava em outro momento, outra época, outro contexto, e de repente foi como se eu abrisse uma caixinha empoeirada guardada no fundo do armário da minha mente, e lá estavam elas, "galarim", "espaventar", "camarilha", "freje" e tantas outras palavras em sépia.

Mas para além das palavras, difícil mesmo é compreender os motivos para a falta do tão merecido reconhecimento de sua obra. Para alguma reflexão fico com as palavras de Ricardo Domneck que, aliás, conjuntamente com os poetas Guilherme Gontijo Flores e Paulo Henriques Britto, foi um dos grandes responsáveis pelo lançamento de Batendo Pasto antes da morte da autora: ?a marginalização da escrita das mulheres no cânone, o pavor do não-típico" e a ?tragédia cultural contínua de um país que não se cansa de desperdiçar poetas?.

No sentido literal do que seria "bater pasto", a autora capinou, semeou, plantou, matou as pragas por um longo tempo até chegar a hora da colheita. Talvez tardiamente, mas seu plantio, lhe deu frutos.

Bora Bater Pasto?
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Leila de Carvalho e Gonçalves 05/02/2022

Maktub
Batendo Pasto - Maktub

Sobre o Livro:
Qual a probabilidade de um livro, engavetado por quase quatro décadas, vencer o disputado Prêmio Jabuti? Como se justifica esse hiato, levando em conta que a autora, a despeito do longo silêncio, é um nome ainda lembrado no meio acadêmico?

Essa é a história de Batendo Pasto, da mineira Maria Lúcia Alvim. Uma poeta eclética e complexa cujo percurso comprova ?a marginalização da escrita das mulheres no cânone, o pavor do não-típico? e a ?tragédia cultural contínua de um país que não se cansa de desperdiçar poetas?, segundo observa Ricardo Domeneck.

Aliás, se não fosse o esforço conjunto de Domeneck e de dois outros poetas, Guilherme Gontijo Flores e Paulo Henriques Britto, Batendo Pasto não seria lançado em setembro de 2020. No auge da pandemia, parecia ?um pequeno milagre, num ano tão carente de milagres?, Alvim finalmente ter autorizado a publicação de um material que, não se sabe exatamente por qual motivo, ela decidira só tornar público após sua morte.

Entretanto, é difícil dissociar o motivo da falta de reconhecimento que sua obra jamais teve na medida que merecia ter. Para compreender melhor esse contexto, Batendo Pasto é o passaporte ideal, pois ele ?reúne e depura o que havia de melhor na poesia dos anos de 1980?, mas apresenta-se ?com a força de um livro escrito na semana passada?, conforme explica Gontijo Flores.

Resumidamente, trata-se de uma coletânea que descarta uma natureza idealizada, como pode sugerir o título, para evocar um mundo rural que a autora conheceu e conviveu, em especial, na fazenda da família. O resultado é um cotidiano que, impregnado de efeitos sensoriais e de uma luxuriosa densidade, expõe a essência dos versos de Alvim: ?seu aspecto críptico, misterioso, que se manifesta não só na profusão de vocábulos estrangeiros, mas na longa lista de palavras raras que estalam nos poemas e aguçam as capacidades associativas do leitor?. (Júlia Souza em matéria para a revista 451)

Um bom exemplo é o emprego do verbo ?pojar?, desembarcar ou intumescer, no encerramento do seguinte poema: ?Figueira-brava / provei tua doçura / morácea / tuas flores invisíveis encerradas em receptáculo carnoso / alvacentas / diáfanas / tua pele castanho-violácea / vermelho-carmesim / a tua polpa / Figueira-mansa / escamosa / solitária / tenho as costas perfuradas por dois olhos / minhas artérias pubescentes / pulsaram no batismo do teu nome / árvore-corpo / ?pojando?.?

A bem da verdade, o termo ?bater pasto é estar e atuar na terra fértil; e, no limite, fundá-la?. Consequentemente, ele pode ser entendido como uma metáfora de duplo significado. Enquanto um consagra o ofício do poeta, que a autora prova ter fôlego para ?roçar, semear e colher?; o outro envolve o trabalho do leitor para superar um vocabulário inusual, que traz à luz palavras em desuso, como ?ajoujar ?, ?camarilha?, ?espaventar? ou ?frege?, ressurgidas com a força de um vulcão inativo que acaba de despertar.

?Este soneto é em usufruto / das palavras que aqui vou perpetrar. / O fruto se retalha, dissoluto. / Palavras criam corpo no lugar. / / Corre os olhos num rasgo de Absoluto. / Repare nesta folha, circular. / Nesse gomo roliço, diminuto. / Na pedra corriqueira, a ressudar. / / Assim o Coração, pão de minuto / Aquilo que na moita irá grassar. / / Amor pardinho, virá o dia curto. / / O Bem virá depois, para ficar. / Ao contrair o Sol, zarpo de bruto: / Meeira, me absoleto, sabiar.?

Quanto a história de Maria Alvim, em fevereiro do ano passado, aos 88 anos, ela faleceu em decorrência de complicações da Covid-19. Na ocasião, o livro chegara às livrarias há poucos meses, mas já atraía o interesse de quem aprecia poesia e também colhia elogios da crítica. Estimo que o quanto ela conseguiu acompanhar, tenha lhe dado alegrias. Maktub.

Aquele que um dia fará meu caixão / de antemão tem as medidas: / menina-carapina / surrupiando / Viu crescer, prometer, viu sazonar. / Quando o roxo dos ipês configurou-se no horizonte / aquele que fará o meu caixão / numa cestinha depôs amor / e morte / Lasca por lasca / fava por fava / fui pedindo, fui rasgando, fui dosando / lóbulo mindinho / estes rajados de pele, estes crestados / o estalido da cabiúna/ o galo alvorescente / dourou.

Sobre a Edição:
A Editora Relicário superou minhas expectativas. O livro possui capa brochura com abas, foi impresso em papel off-white, de boa gramatura, e exibe confortável diagramação. A edição possui uma Fortuna Crítica impecável, que não deve ser deixada para trás:
- O Prefácio reúne dois textos: Os Percursos De Um Livro Inédito De Maria Lúcia Alvim, de Ricardo Domeneck, e Maria Lúcia Alvim No Rol Do Esquecimento: A Vida E A Vida Da Poesia, de Guilherme Gontigo Flores.
- Já o Texto de Orelha e o Posfácio, Um Poema De Maria Lúcia Alvim, são de autoria De Paulo Henriques Britto.

Boa leitura, ou melhor, ?vá bater pasto?!
Milena.Berbel 05/02/2022minha estante
Suas resenhas são excelentes, Leila. Gosto também da diversidade de livros que traz aqui.




Carla Verçoza 26/12/2021

Só conheci o trabalho Da Maria Lúcia Alvim (araxaense, assim como eu) esse ano. Aqui na cidade não se ouve falar dela, infelizmente. Espero que agora que seu último livro recebeu o Jabuti, ela seja mais conhecida e lida, mesmo que postumamente.
Gostei bastante do livro, que remete à zona rural, interior.

"(...)
No amor que tu me deste, eu era assim
E trás da lua cheia, eu era assim
E quando fui caveira, eu era assim

Em Clarice, o humano era disfarce
para o bicho que nela dormitava.
À guisa de dublar-se. A esquivar-se.
Crivada de aderências, como o cáctus.(...)"
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Gabriel 17/02/2021

O livro de Maria Lúcia Alvim é, em si, uma história mais interessante que o próprio livro. Se o tipo de poesia que procuras é aquele da geração de 45, com alguns acenos para outros movimentos literários, este trabalho pode certamente te agradar. Pessoalmente, não é aquilo que mais me cativa no momento.
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