Resenhas -

Ederson 20/09/2023

Saúde mental e relações familiares em foco
Descobrir o funcionamento das relações e da mente humana, quando criança, é uma fase cheia de criatividade e mistérios. Agora ser criança em uma família com pessoas tendo algum tipo de transtorno, pode tornar essa fase penosa. Bem Vinda a América é sobre uma menina que deixa de falar a partir de um trauma e seu silêncio, que por um lado a faz ser observadora dos eventos a sua volta, por outra a fecha para situações em que um diálogo a ajudaria.
Narrado em primeira pessoa já quando adulta, o livro alterna entre a visão da criança sobre os eventos e sobre a visão da narradora quando adulta, o que é um bom recurso para trazer reflexões sobre essa fase turbulenta da protagonista.

thamyres 16/09/2023

Mudez
Que desconforto! menina, você leu o meu diário? por que você fala de você como se estivesse falando de mim? por que você tem os meus desejos, o meu silêncio, a minha escuridão, a minha covardia?
quando eu era criança, já tentei ficar sem falar mas nunca consegui. hoje em dia eu só quero falar e escrever. mas você, menina, conseguiu cultivar a mudez por muito tempo, e isso foi muito corajoso, mas eu senti o seu pedido de socorro entre as linhas.

João Vitor 10/09/2023

Silêncio
Ellen pediu a Deus a morte do pai, e seu pedido foi realizado.
Ellen desejou a Deus sua própria morte.
Sua mãe, atriz de teatro, a estatua da liberdade, tão radiante que poderia interpretar o sol, é o outro lado da balança que está Ellen: introspectiva, silenciosa, melancólica, a lua.
Uma menina de 11 anos que parece carregar o peso do mundo no colo.
A dor desse peso é convertida em seu silêncio absoluto e escrito em uma espécie de testemunho.
Um pai morto com problemas psicológicos que não parou de perturbar a família, mesmo depois de sua morte.
Um irmão que azucrina, mas também acolhe.
Uma mãe heroína.
Uma filha culpada.
Uma família disfuncional.
Esse é o preço de ser a melhor amiga de Deus?
Parar de fala-

Linda Boström Knausgård usa novamente elementos da própria vida para montar um romance, e nesse caso, sobre uma criança perdida por dentro & por fora.
Com personagens mais definidos e uma narrativa um pouco mais linear, a poeta, mais uma vez cria um livro melancólico & solitário, onde a discussão sobre saúde mental está sempre presente.
Ellen decide parar de falar depois da morte do seu pai. Esse silêncio ? apenas exterior ? preenche todas as páginas do livro, em uma viagem ao interior da menina.

Tradução direto do sueco por Luciano Dutra.

Insta de resenhas: @jojoaaao

Yasmin O. 23/07/2023

"(...) A hereditariedade golpeia com força na minha família. É implacável. Em linha direta. Talvez eu carregasse o silêncio dentro de mim o tempo todo". Bem-vinda à América - Linda Boström Knausgård.

Esse livrinho de contornos autobiográficos conversou muito comigo, no qual a narradora em primeira pessoa, sufocada pelo trauma, decorrente de uma colisão de acontecimentos, decide parar de falar. Com uma narrativa concisa, bonita e crua, que emociona pela honestidade, aborda a família de uma maneira bem realista e não romantizada em suas dores (radiante na superfície, sombria no âmago), doença mental, amadurecimento...

Seguirei aqui digerindo enquanto vou pegar um solzinho nesse domingo, o livro me deixou com vontade de caminhar, tomar um ar, fiquei com uma certa claustrofobia, a dor dessa família doeu em mim. E despertou ainda mais vontade de ler A pequena outubrista, este sim um livro autobiográfico sobre a experiência da autora em uma clínica psiquiátrica e que já está aqui me aguardando.

Recomendo para quem possa tocar.

Wellington.Pimente 11/01/2023

Não sou o público alvo.
Não tenho muito o que falar desse livro, pois provavelmente não sou o público alvo. Ele fala de acontecimentos numa visão feminina com dificuldade de relacionamento do pai, abusos que provavelmente mulheres passam, e outras questões interessantes para o leitor alvo, que definitivamente não sou eu.

Matt 14/08/2022

Nao sei se me conectei exatamente como deveria com o livro e com a escrita da autora. De qualquer maneira foi interessante. Vale a pena conhecer novos estilos e autores.

Raphael Rostaizer 29/06/2022

Arriscando novas leituras.
Leitura diferente das que estou acostumado, porém ok. Sempre vale a pena conhecer coisas novas e novos autores.