Transcendência:

Transcendência: A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada




Resenhas - Transcendência:


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caio.lobo. 09/02/2024

Um contra todos
?r?la Prabhup?da traz aqui a visão védica em comparação com a filosofia ocidental. Claro que vai haver pontos de discordância, como também conexões e concordâncias. Há também a questão da nossa visão influenciando, pois estamos acostumados a sermos complacentes e não tão incisivos nas discussões, mas na Índia é diferente, as discussões são para ter um vencedor e não podemos julgar outra cultura com nossas lentes, cada cabeça sua sentença.

Começamos por Sócrates. Quem não ama Sócrates? Só o Nietzsche, acredito eu. Há muitos pontos de concordância entre Prabhup?da e Sócrates, inclusive a questão do mestre ajudar o discípulo a ?parir? as ideias. Há discordância entre visão personalista de Prabhup?da e a visão impersonalista de Sócrates.

Sobre o divino Platão, há muitas convergências também, com a ideia de ?mundo das ideias? tendo equivalente na tradição védica. Concordam até na questão de castas e a sociedade funcionando como um organismo, mas discordam em relação à educação, pois Prabhup?da não aceita o plano educacional platônico onde todos devem ser ensinados com o mesmo programa, começando pela educação física e música e indo até atividades mais complexas. Prabhup?da defende que cada um deve ter disciplinas de acordo com suas aptidões naturais.

Já Orígenes era personalista, o que concorda com Prabhup?da, vendo Deus como um ser pessoal, a Pessoa Suprema. Concordam na relação íntima entre o homem e Deus, e até uma semelhança entre Trindade e as manifestações de K???a tem algo em comum. Mas discordam quando o assunto é alma, pois para Orígenes a alma tem uma origem e para Prabhup?da a alma é eterna. A interpretação das escrituras também é ponto de discordância, pois para Orígenes ela varia, e para Prabhup?da só há uma interpretação, a verdadeira.

Santo Agostinho vê a alma como algo não feito de matéria, o que vai de acordo com Prabhup?da, mas também repete a mesma questão de Orígenes de que a alma tem começo. Para Agostinho só há uma vida na terra e para Prabhup?da há várias vidas em diferentes mundos. Mas os dois concordam profundamente que o mundo espiritual é um lugar de beleza e transcendências indescritíveis.

São Tomás de Aquino é um dos que tem mais concordância com Prabhup?da, os atributos de Deus são infinitos para ambos. Mas Prabhup?da não concorda definitivamente sobre um sofrimento eterno da alma. Ambos usam o método de analogia para ensinar, mas a ênfase na razão não é o central para Prabhup?da. Também discorda da criação, sendo que tudo sempre existiu e nada pode surgir do nada, mas vem de ?dentro? de Deus.

Prabhup?da concorda com Kierkegaard que o sofrimento existencial é essencial, para a busca de Deus, mas a questão moral pode não levar a Deus, ao contrário de como Kierkegaard pensa, pois fazer o bem visa resultados, e a meta última da existência é apenas Deus, não resolver sofrimentos com bondades momentâneas.

Com o meu amado Schopenhauer é uma relação de morde e assopra, pois Schopenhauer foi o primeiro a trazer à tona a filosofia indiana no ocidente, mas para Prabhup?daele é demasiadamente budista. O desejo realmente pode trazer sofrimento, entrando num fluxo de dores intermináveis, mas Prabhup?da não concorda com a cessação dos desejos, pois isso seria como uma pedra. Prabhup?da fala em buscar o único e verdadeiro desejo, o desejo supremo de servir a Deus, a fazer a sua vontade.

Com John Mill há diversas divergências, pois o utilitarismo só traz benefícios momentâneos, logo são ilusórios. O desfrute causa dor, pois o único verdadeiro desfrutador é Deus, então buscar a felicidade humana não é o objetivo.

Claro que Marx é o mais criticado em sua crítica, materialista como é, é totalmente incompatível com a Índia. O problema da felicidade humana é semelhante ao de John Mill, pois a busca de prazeres materiais momentâneos causa o mesmo ciclo de sofrimentos que Schopenhauer demonstrou. Isso geraria a angústia, e essa angústia poderia levar a procurar Deus, como na teoria de Kierkegaard. Na presença de Deus tudo é comum, mas não comunista. Há um comunismo espiritual antes de socialismo e antes de Marx, que não pode ser materialista, pois a matéria tem limites. O único que pode dar tudo a todos, um oceano sem fim, é Deus. Por fim, ?r?la Prabhup?da mostra as contradições e os absurdos que a filosofia de Marx causou na União Soviética e nos países comunistas, trazendo sofrimentos iguais ou piores do que nos países comunistas.

Mas é com Jung que Prabhup?da mais concorda, desde a crítica ao exagero que Freud deu de importância à sexualidade na formação do caráter humano, na crítica ao materialismo marxista, e na necessidade de incluir Deus na filosofia e psicologia. A única discordância é na relutância de Jung em buscar um guru, algo essencial na tradição védica. A questão da verdadeira persona também é importante para Prabhup?da.
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rafael.rocha 06/02/2024

Interessante apenas
O livro ?Transcendência: uma perspectiva védica para o pensamento ocidental? é uma obra do autor A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, que revisa o pensamento ocidental desde os filósofos gregos até os psicólogos do século XX, contrastando-os com os saberes da Bhagavad-gita e outras obras védicas.

O autor busca mostrar que a visão védica é mais abrangente, profunda e satisfatória do que a visão ocidental, que se baseia em conceitos limitados e parciais sobre a realidade.

O livro é dividido em quatro partes: a primeira trata da origem e do propósito da vida, a segunda aborda a natureza da alma e do corpo, a terceira discute a relação entre Deus e o mundo, e a quarta explora o caminho da libertação espiritual.

O livro é uma leitura interessante para quem quer conhecer uma perspectiva diferente sobre o pensamento humano, mas também pode ser desafiador para quem não está familiarizado com os termos e conceitos védicos.
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jungesartur 29/09/2023

"Vida espiritual significa ação apropriada"
Quase dei 3, quem sabe até dois e meio (de nota, aqui), mas foi instrutivo.
Cansei um pouco desse jogo de peteca e essa onipotência, essa predominância, essa perfeição do pensamento védico sobre os outros sistemas e pensadores.
Mas foi legal pra aprender coisas que não sabia ou ler em outro contexto as teorias, os pensamentos, os sistemas desses outros 10 pensadores.
Mas sobre a religião védica, acho que eles são muito firmes em suas convicções e meu modus operantis, embora envolva filosofia e religião, não sou ateu, mas por enquanto não tenho uma religião, e essa ênfase de que o livro dos vedas é que contém a verdade... Até senti tolerãncia em alguns momentos, mas no fim sempre O sistema deles era o mais correto.
No momento tô me identificando mais com o budismo, ando sentindo a necessidade de exercer tipo a minha fé, coletivamente também, mas one day at a time.
Li em um dia.
Vania.Cristina 30/09/2023minha estante
Tenho formação católica, e carinho por essa formação, mas também não pratico nenhuma religião. Acredito em Deus. E também simpatizo com o budismo. ?


jungesartur 30/09/2023minha estante
Bacana ???




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