Resenhas - Migrations

Sparkles 05/06/2024

Migrações. Achei esse livro por acaso e me interessei. Ele se passa numa distopia não muito longe onde devido a crise climática 80% dos animais selvagens está extinta e a protagonista se vê numa busca pelas andorinhas do ártico.

Até quase a metade do livro eu estava gostando bastante, a escrita é muito boa e a forma que ela consegue transitar entre presente e passado é bem dinâmica, mas depois de um tempo se torna cansativa. A princípio o suspense por trás da história e a forma com que ela consegue te prender é fascinante, mas acho que pecaram no excesso e o livro poderia ter finalizado boas páginas antes. Eu estava gostando dos personagens e achando eles bem carismáticos mas depois a história parece esquecer de desenvolver eles, fora a história de romance da Franny e Niall que sinceramente é bem absurda, na verdade a protagonista é bem absurda e você só torce para ela poder ir para terapia e ser diagnosticada porque tem coisas que não dá. Outra coisa que me incomodou foi o que aconteceu com a Léa e o fato do livro acabar sem deixar claro a situação dela depois.

Enfim acho que a ideia do livro é bem interessante e em diversos momentos trouxe reflexões muito fortes sobre a situação climática que nosso planeta se encontra, mas deixou muito a desejar no desenvolvimento da história e nos detalhes

Simon.Xavier 04/06/2024

Dilacerante
Empatia e dor escorre das páginas de migrações enquanto acompanhamos a protagonista seguindo os passos das andorinhas do ártico, num futuro não muito distante do caos climático atual. Sentimos suas dores, compartilhamos suas culpas e medos, desejamos um futuro brilhante e choramos com cada espécie extinta.
Envolvente, cativante e absolutamente sensacional.

Drika Bresolin 26/05/2024

Faz refletir
Uma distopia que não parece estar muito longe da realidade, infelizmente. Durante a história de Frany é possível acompanharmos um mundo onde a vida animal está extinta, devido às mudanças climáticas e todo o prejuízo que o ser humano vem causando na natureza. Mas além dessa narrativa agoniante que é imaginar a terra sem os animais, também acompanhamos a história de uma mulher cheia de camadas, dores profundas que vamos descobrindo conforme se desenrola a narrativa.
É um livro muito bem escrito, com muitos detalhes, onde os personagens foram bem construídos e de certa forma todos acabam tendo sua complexidade.

Lyta 03/05/2024

Esqueça a segurança. Viva onde teme viver ? Rumi
Migrações foi um livro que encontrei no Kindle há um tempo em inglês , sempre pesquisava sobre ele quando a frase do início me vinha
a mente . Esse ano eu consegui o ler em português. Não sei o porquê ,mas sabia que essa estória seria algo que me marcaria de alguma forma e apesar de sua premissa não condizer com as minhas expectativas , ele me fez embarcar em uma jornada transcendental.

No decorrer da estória conhecemos Franny, uma personagem que me enganou bastante, com seu passado conturbado e seu presente dolorido, ela me fez pensar muito sobre a vida , sobre a simplicidade do apenas sentir e pensar sobre algo.

Os pássaros e o mar são símbolos de liberdade e ao mesmo tempo do medo e do desconhecido aqui. Símbolos estes que movem Franny ao longo da sua jornada para encontrar sentido no que ainda restou de sua vida .

Só tenho a agradecer por encontrar esse presente este ano , mais um livrinho que vai ficar na minha mente e coração .????

Claudiapnm 24/04/2024

O livro é incrível. Li em um piscar de olhos. Achei a ambientação bastante triste, principalmente por ser tão possível. Ninguém se importa com preservação e estamos mesmo caminhando pra esse destino.
Quanto à história da Franny, meio que já esperava por isso desde o início. Depois que vi o Sexto Sentido e caí como um patinho, aprendi a ficar esperta. Mas ter sabido não atrapalhou a experiência.
Lamentei portanto não ter sabido se a Léa sobreviveu.
Amei o livro. Recomendo muito. Foi mal pelos spoilers.

Ana Lazarini 20/04/2024

Tediosamente sufocante
Migrações conta a história de Franny durante uma expedição para acompanhar a - última - migração das andorinhas do ártico. A história se passa em um futuro talvez não tão distante, onde o aquecimento global avançou a ponto da maior parte das espécies animais estarem extintas.

Apesar de achar a premissa do livro bem interessante, achei sua execução aquém às minhas expectativas. O diálogo interno de Franny é muito corrido, com parágrafos compostos por frases enormes e poucos pontos finais. Talvez a intenção da autora tenha sido a de tentar demonstrar como o cérebro confuso e rápido da personagem funciona, mas, da maneira como foi executado só me transpareceu como mal-escrito. O tamanho das frases deixou os parágrafos apenas confusos e sufocantes.

Além disso, outros dois pontos negativos que percebi: falta de desenvolvimento dos personagens e baixo impacto emocional nas cenas críticas. Os personagens foram construídos de maneira muito rasa, e mesmo ao final do livro eu ainda não tinha conseguido separar quem era cada pessoa da tripulação do Saghani. Sobre as cenas, muitas vezes elas eram puramente diálogo, então não conseguíamos perceber o que os personagens estavam sentindo. Outras vezes, a autora explorava as reações mas em momentos estranhos: ou antes ou depois das "frases de impacto", de maneira que a cena ficava rasa.

Também achei que o romance entre Franny e Niall foi mal construído. Em momento algum me senti comovida com a história deles ou me conectei com os acontecimentos.

Enfim, esperava muito mais. Não recomendo. Dei 2.5 estrelas pois foi possível identificar que a autora pesquisou bastante para conseguir pintar esse cenário apocalíptico, e também para escrever sobre os mares e embarcações. Não fosse isso, a nota teria sido menor.

Rafael 04/04/2024

O terror de um mundo em silêncio
A autora traz um drama pessoal bastante intrigante. Por vezes achei que estava cansando da história da protagonista, mas ela me mantinha interessado. Inclusive adorei o personagem do Niall.
Mas é o drama ambiental que mais me atraiu nesse livro. É aterrorizante (e próximo) o cenário de um mundo silencioso de outras espécies. Como diz a autora nos agradecimentos, eu espero profundamente que esse mundo sem outras espécies não venha a acontecer.

claroviski 28/03/2024

Instinto de afogamento
Acredito que consegui me identificar com a personagem principal em tantos dilemas pessoais que ela traz ao mesmo tempo que se preocupa com as questões ambientais do planeta, como o desaparecimento das andorinhas do ártico. O envolvimento com o mar, a necessidade de fugir de tudo e de si mesma, e o encontro com pessoas desconhecidas, tripulação de um navio no qual ela entra, e que servem também para revisitar seu próprio caminho - por mais difícil que isso seja -, torna o passado um tanto sombrio de Franny uma viagem misteriosa e encantadora.

Lady Lazarus 16/03/2024

Não adianta abrir a gaiola se não tem nada querendo sair.
Migrações foi um livro cheio de revolta e encanto. Fazia tempo que um livro não conseguia me fazer sentir tão amargurado e, no final, recuperar o encanto.

A Franny é uma personagem muito difícil de acompanhar. Toda a dor, a culpa e a vergonha que ela carrega me lembra da facilidade com que conseguimos ser vítimas de nós mesmos. E às vezes sonhamos que os outros nos libertem e quando finalmente conseguimos, ainda não estamos prontos para nos oferecer a mesma coisa. A cena do carro me fez pensar nisso, a Franny se sentia refém de algo que esse tempo todo ela havia imposto a si, mas disfarçado como uma prisão alheia.

Migrações me fez pensar em piedade, autopiedade e como ceder à algumas natureza demanda a criação de um estilo de vida próprio, caso contrário ameaçamos punir e destruir tudo a nossa volta, inclusive a nossa identidade.

Fora esse contexto identitário, o panorama de uma fauna e uma flora que morre tão abruptamente devido a nossa presença destrutiva só realça a solidão devastadora que as personagens do livro sentem. Já ando cheio de desesperanças com o mundo, portanto me apeguei a algumas passagens que me fazem acreditar que a vida e a beleza estão num movimento perpétuo de se reconstruir e resistir à tirania. ? uma loba solitária, uma gaiola aberta, um ovo de corvo, andorinhas que se refugiam no ártico em meio à peixes e baleias. E as cinzas de um marido que visam semear a vida.

Um livro lindo, delicado e violento e sem dúvidas uma das melhores leituras de 2024!

beatrrz 13/03/2024

Escrita belissima e um tanto poética. Faz algumas horas que acabei e ainda penso sobre. De início, demorei para engatar mas depois se encaminhou muito bem. Teve um desenvolvimento perfeito e surpreendente. A reta final me emocionou muito. Eu, como amante da natureza, da pesquisa e das aves, esse livro de certa forma me marcou muito.

Bruna 11/03/2024

Franny, a protagonista, tenta lidar com vários sentimentos e pensamentos que carrega desde de sua infância. Eles são responsáveis por sua decisões e inconsistências.

O livro nos leva a uma jornada de autoconhecimento da personagem e ao mesmo tempo em que todos os animais entram em extinção. Uma distopia que nos dá medo da grande possibilidade de se tornar real.

Uma leitura profunda e de muitas reflexões. A autora coloca complexidade em sua história. Um livro muito bom.

Clara Vellozo 06/03/2024

Poético e melancólico
Que livro lindo! Um pouco melancólico porque ocorre em um futuro onde a maioria dos animais está em extinção e também porque temos uma protagonista em busca de redenção.

Foi um livro que manteve o nível em quase toda a sua totalidade. Um escorregão de vez em quando, mas nada que impedisse ou desmotivasse a vontade de continuar lendo e conhecer os personagens, a ambientação e o enredo em si. A autora faz uma costura entre duas linhas do tempo de forma magistral e é por esses momentos de criação tão originais que meu amor pela literatura só aumenta.

Aqui temos a história de Franny, uma mulher que tem um único objetivo de vida que é acompanhar a incrível migração das últimas espécies da Andorinha-do-Ártico, do polo Norte ao polo Sul. Se vai dar certo e porque tanto esforço da parte de um ser humano, só lendo o livro para descobrir. Eu garanto que valerá cada minuto investido nessa jornada porque é um livro emocionante e de muitas reviravoltas. Traz uma mensagem de esperança e um quentinho no coração.

Ruiva Misteriosa 02/03/2024

Especial demais para explicar aqui
Quando digo que às vezes os livros que escolhem a gente, me refiro a isso.
Um livro que talvez não chame tanta atenção nas livrarias, mas que me fisgou no aeroporto ano passado. Depois acabei esquecendo o nome, só sabia que tinha um pássaro na capa... mas não desisti.
Encontrei-o agora em fevereiro, e ainda bem! Primeiro livro que leio com lágrimas nos olhos desde o começo. Um tesouro, tão intenso, tão lindamente escrito... tão doloroso, tão triste. Senti tanto em c a d a página. Talvez porque eu compartilhe desse amor absurdo por qualquer coisa que tenha vida. Talvez porque eu entenda que estamos há muito tempo subestimando o mundo em que vivemos, a natureza da qual viemos, necessitamos e fazemos parte. Talvez porque eu romantize a vida (ainda bem), porque eu consiga enxergar o esplêndido no menor sinal de vida que muito nos passa despercebido quando estamos ao redor de tantas grandezas vazias. E talvez por isso o desespero, desespero de não termos mais salvação. Mas até isso Charlotte fecha com chave de ouro.
Termina enchendo nossos corações de esperança, de força, de fé. Mas uma fé que nos move, nos faz agir. Não a que espera. Não temos tempo para esperar. Já passou da hora de expandirmos nossa consciência e olharmos além dos nossos prazeres e tarefas diárias. O mundo é muito maior que isso e ele é feito de natureza, de vida. Uma que não podemos comprar, nem produzir. Mas sim preservar.
Titular esse livro como "meu favorito" não basta, é algo além. Muito além.

DANIELA 10/02/2024

Um mundo utópico, mas cada vez mais presente. Comecei essa leitura pensando em uma história de ficção científica ancorada na crise climática e acabei presa numa história de um apocalipse pessoal da protagonista. Um livro que escancara como nossos traumas nos fazem quem somos.

cmvies 05/02/2024

Podemos cuidar do mundo, se formos corajosos o suficiente.
Acho que a primeira vez que ouvi falar sobre esse livro foi em um vídeo do GF. A sinopse me interessou demais e decidi logo no início do ano já pegar pra ler. Agradeço ao universo por isso! Que história envolvente, triste, avassaladora e incrível, bem do jeitinho que eu amo!

Diversas vezes me senti a bordo do Shagani junto com a Franny e o restante do pessoal. A forma como a autora escreve traz uma graciosidade enorme pra história.

Logo no início eu meio que me toquei de algo que só vamos descobrir no final do livro. Porém, absolutamente nada me preparou para a dor que é saber como tudo se desenrolou. A autora vai nos entregando os fragmentos aos poucos, voltando ao passando e retornando ao presente.

É muito triste pensar que não estamos longe da realidade do Migrações. Talvez os animais não estejam mais conosco mais rápido do que imaginamos que seria.

Fiquei obcecada pelas andorinhas do Ártico. Sua coragem, história, delicadeza e jornada. Recomendo.