spoiler visualizarKimIssaMoon 05/05/2024
Disappointed, but not surprised.
Li Os Artistas Do Crime em uma edição que vem acompanhada do primeiro livro em que Alleyn aparece, O Jogo do Assassino, levando isso em consideração, irei fazer alguns paralelos entre as duas histórias, já que li uma seguida da outra (com apenas um dia vago entre elas, tendo lido o jogo do assassino primeiro) e o que me desagradou no outro livro também me desagradou nesse.
Fiz uma resenha apontando como o enredo do outro livro é fraco e previsível. O mesmo acontece com esse, e o Alleyn é o meu maior problema, sua falta de profissionalismo estraga toda a experiência da investigação pra mim.
A ideia é até interessante e poderia ser muito bem executada se não fosse o fato do Roderick ser um paspalho. Ele é tão incompetente e anti ético que ao interrogar as pessoas ninguém o respeita, como se omitir informações cruciais da polícia não fosse obstrução de justiça, não tem a autoridade de um detetive respeitado e ainda sim é mal educado com os suspeitos/ testemunhas/ interrogados. Mas nesse livro ele passou de todos os limites quando pediu para Nigel (um jornalista, seu amigo e civil) arrancar alguma confissão de uma interrogada, e quando o mesmo conta que a embebedou para descobrir algo, Alleyn não o repreende, muito pelo contrário, diz que vai pagar pelas despesas do almoço e ainda fica irritado por não ter obtido informações favoráveis. Ele é extremamente parcial, quando se afeiçoa a alguém logo quer encontrar álibis para livrar-lhes de ser um suspeito, fez isso com amizades e agora com o interesse romântico, se tornando relapso, inconveniente e grosseiro, quando deveria parar de frivolidades e concentrar-se em desvendar logo o caso.
Tentei deixar passar situações grotescas como o Roderick consumir bebida alcoólica, fumar em serviço e não respeitar leis básicas perante uma investigação, já que o livro se passa no fim da década de 20, início da década de 30 (levando em consideração a fala do Omerin que todos estavam se tornando tão surrealistas na França, período que tomou força em meados dos anos 20), e isso não era um hábito incomum para época, mas é tão recorrente que fica difícil ignorar sempre.
Como disse no começo, o enredo é bem previsível e já dá pra saber quem morre, quem matou, qual o motivo, em qual oportunidade, e que o culpado vai ter um álibi convincente demais pra ser verdade. Mas para não ser injusta, ao contrário de o jogo do assassino, nesse livro fiquei em dúvida se a culpada teria ajuda ou não do noivo até o momento da prisão, e ele também não tem a introdução de uma história adjacente para desviar o foco do leitor, mesmo com a recorrente aparição de Lady Alleyn que não agrega em nada na história. Esses motivos me fizeram dar uma estrela a mais.
Mas em resumo, bem feito ao Pilgrim que se deixou acreditar na pureza daquela egocêntricazinha interesseira. A única diferença de Valmai para Sônia é que Sônia não escondia quem realmente era.