Isabella.Fernanda 19/01/2023
Leve, até em sua melancolia
Este livro foi lido em uma sentada só, com uma boa dose de autobiografia, a prosa poética conta a história de Antônio desde seu nascimento até o momento em que, ainda jovem (12 anos), sai de casa. A narrativa se passa no interior de Minas Gerais e é narrado em terceira pessoa, elemento importante para a visão de todo o cenário enquanto realmente se escuta a voz do narrador como em retrospecto para o menino.
Indez fala sobre uma beleza calma e observadora das coisas simples, da dor de uma criança que se sente desprendido, que é ferido por palavras que não compreende, que sente um amor ao seu redor que não precisa de palavras e que sofre ao ter que deixar seu ninho para trás. É uma narrativa leve, até mesmo na melancolia, carregado de cultura brasileira local e geográfica, é um livro gostoso e bom de ler, você se afeiçoa com Antônio.
Entretanto, não é um livro que me marcou, ele passou por mim, como passamos rapidamente pela infância de Antônio. Não acho que vá me esquecer dele, tudo é trazido com uma leveza que o vento por pouco leva sem se esforçar. Bom, talvez ele tenha me marcado, sutil como ele mesmo, e a prova do tempo é que dirá.