Clara T 03/01/2022Outro Nero?É curioso como que as características de família vão mudando nos diferentes membros dela.
Henrique II, no vol. 2, Crepúsculo da Águia, é bastante citado por suas crises de raiva, mas apesar de estar sempre envolvido em guerras, foi um ótimo estadista que evitava confrontos.
Seu sucessor, Ricardo Coração de Leão, também tinha seus acessos de raiva, mas ainda que seja considerado um estadista fraco que não foi um bom governante, passou a maior parte do seu reinado na Guerra Santa e era considerado um guerreiro invencível. Mas Ricardo esteve bastante voltado para as políticas externas e soube manter o rei da França, Filipe, sobre controle.
O que vemos em João, o filho caçula traiçoeiro, é um rei sanguinário. Enganou o pai, os irmãos e fazia de tudo para estar em alta conta. Podia-se esperar que fosse um ótimo guerreiro, mas apesar dos ataques de fúria, ainda piores que os de seu pai e seu irmão, João era covarde. E lembrou bastante Nero. Não sabia controlar seus inimigos e nem a hora de agir, seja para manipular, negociar ou atacar nos seus ataques sangrentos. Não conseguia criar admiradores como Henrique e Ricardo. Seus súditos estavam dispostos a trocar de lado diante das atitudes descabidas de seu governante.
E João parece ter sido o pior dos monarcas durante a dinastia dos Plantagenetas, ainda que este seja apenas o quarto volume de 14. Seu sucessor terá que ser um ótimo estadista ou um brilhante guerreiro para conseguir reaver tudo o que João perdeu. Não a toa João ainda é lembrado como João Sem Terra por ter nascido depois de muitos irmãos e seu pai não tinha mas territórios para lhe deixar como herança.
Sinto que foram muitas mortes neste volume, além de trazerem muitos personagens novos.
Não gostei tanto como o anterior porque João não tinha nada de grandioso para nos fazer torcer por sua permanência no trono, e também o confronto com Arthur parecia ser mais grandioso do que de fato foi. Filipe também esteve menos presente e parecia que seria ele o novo senhor da Inglaterra.