spoiler visualizarAriana 29/03/2024
Um júri nada imparcia!
Para quem (como eu até ler o livro) não conhece, John Grisham é um famoso escritor de romances jurídicos estadunidense, que já vendeu mais de 300 milhões de exemplares e conta com títulos traduzidos para mais de 40 idiomas. Ele é um ex-político e advogado aposentado e acredito que venha dai a inspiração para suas histórias.
?O júri? conta a história de um julgamento envolvendo a indústria tabagista e a viúva de um fumante, vítima de câncer de pulmão. Milhões de dólares estão em jogo, e uma condenação abrirá um perigoso precedente legal que poderá mudar para sempre o Direito americano.
De um lado, na defesa da marca de cigarros, temos Rankin Fitch, um consultor cujos princípios éticos questionáveis sempre lhe renderam vitórias. Agindo nos bastidores, ele contrata investigadores e criminosos com o intuito de manipular os membros do júri e alcançar um resultado favorável.
O julgamento começa sem maiores sobressaltos, porém logo vemos que talvez nem todos os jurados são imparciais e estão lá por um mero acaso de terem sido convocados. Fitch logo é abordado por uma jovem supostamente capaz de prever o comportamento dos jurados e, assim, controlar o veredito final.
Na minha opinião, a história é bem amarrada e se desenolve muito bem. Do ponto de vista jurídico, não sei dizer se os fatos que ele apresenta são próximos à realidade, mas prendem muito a atenção. Um desses fatos é a parte do monitoramento das pessoas que podem ser escolhidas para comporem o juri: existe uma lista de cerca de 200 pessoas que são analisadas tanto pela parte da defesa quanto pela parte da acusação e dela, devem sair 12 pessoas, escolhidas por essas mesmas duas partes. Assim, vamos acompanhando como é essa análise e o que faz uma parte votar por escolher uma ou outra pessoa (e, claro, isso vai acontecer de acordo com as suposições que cada parte faz em relação ao lado que possivelemnte cada uma dessas pessoas pode pender).
A gente vai acompanhando todo o julgamento como se estivéssemos lá: conhecemos as testemunhas, a vida da vítima, as alegações?e aqui eu faço uma ressalva: a decrição dos depoimentos em algumas vezes ficou um pouco cansativa, devido aos inúmeros detalhes e dados técnicos. Boa parte das 448 páginas do livro são dedicadas a isso.
Mas tudo se torna um mero pano de fundo para o principal: será que todos os 12 jurados são pessoas isentas? Muito rapidamente a gente fica sabendo que não; um deles está lá com a intenção de manipular o veridito e, claramente, possui capacidade para isso. Nicholas é perfeitamente manipulador e consegue criar muitas situações de atritos e descussões e está disposto a tudo. Ele tem a ajuda de sua namorada Marlene, que começa a jogar com a defesa e, finalmente, faz a Fitch uma proposta: 10 milhoes de dólares por um veredito favorável a indústria tabagista. Para mim, mais do que a possibilidade dele aceitar ou não, ficava pairando na cabeça?a duvida: quais eram as reais intenções de Nicholas e Marlene nesse grande jogo de manipulação? Será que eles estavam nessa apenas pelo dinheiro ou será que tinha alguma outra intenção que os movia? A resposta para essa pergunta só lendo o livro mesmo! rsrsrsrs
Essa foi minha primeira experiência lendo John Grisham e considero que ela foi muito positiva. O clima de suspense se sustenta em todo o livro e, apesas das partes mais cansativas, eu considero esse um livro ?vira página?, que a gente fica muito curioso sobre qual vai ser o veridito final desse júri pouco parcial.