Sundiver

Sundiver David Brin




Resenhas - Sundiver


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Alessandro 15/09/2014

Um conceito genial, mas pobremente desenvolvido.
Sundiver é o primeiro livro da trilogia Uplift, de David Brin. Foi escrito em 1980 e recebeu apenas uma indicação o prêmio Locus de 1981. Sua sequência Startide Rising (Maré Alta Estelar) foi devidamente reconhecida e recebeu os prêmios Hugo e Nebula de 1983.
A principal ideia do universo ficcional Uplift é a elevação biológica de uma espécie por outra que já encontra-se em um nível superior na escala Kardashev. A ideia da elevação biológica não é novidade, o primeiro autor a utilizar o tema foi H. G. Wells em A Ilha do Doutor Moreau (1896). Os livros de David Brin neste universo são os seguintes:

Sundiver (1980)
Startide Rising (Maré Alta Estelar) (1983) Prêmio Nebula em 1983; Prêmios Hugo e Locus em 1984;
The Uplift War (A Guerra da Elevação) (1987) Indicado ao Nebula em 1987; Prêmios Hugo e Locus em 1988;
The Uplift Trilogy (também conhecida como trilogia Uplift Storm):
Brightness Reef (1995) Indicado ao Hugo e Locus em 1996;
Infinitys Shore (1996)
Heavens Reach (1998)
Introdução ao Roteiro (sem spoilers)

Jacob Demwa, trabalha no centro para elevação na Terra. No passado ele foi o responsável por impedir a destruição do Elevador Espacial do Equador, conhecido como Vanilla Space Needle, mas acabou perdendo o amor de sua vida no processo. Um amigo de Demwa, Fagin (da espécie alienígena Kanten), entra em contato com ele pedindo sua ajuda em uma missão. Demwa reluta mas acaba aceitando participar da expedição Sundiver que irá entrar na cromosfera solar para investigar o aparecimento de estranhas criaturas que logo são chamadas de fantasmas, seres sem precedentes na galáxia.
Um estranho acidente acontece com um cientista neo-chimpanzé e a partir daí a estória evolui como uma estória de detetive tradicional em um cenário cheio de alienígenas e em um ambiente hostil.
Não vou escrever mais nada sobre o roteiro para não dar dicas sobre o final.

O que achei do livro?

Estou lendo os livros vencedores do Prêmio Hugo, e o próximo da minha lista era o segundo livro da trilogia Uplift, por isso achei melhor começar com Sundiver para tentar entender melhor as circunstâncias e contexto desse universo. Na verdade apesar dos livros estarem na mesma linha de tempo e no mesmo universo, as estórias e personagens são independentes.
Considero Sundiver um livro até mesmo desapontador e desnecessário, espero que Startide Rising seja melhor!
Mas Sundiver não chega a ser uma bomba, o conceito introduzido nesse primeiro livro é muito interessante: o universo é cheio de vida inteligente e muitas espécies estão dedicadas à elevação de outras espécies pré-sentientes à categoria de civilizações espaciais (relação patrocinador-cliente). Elas são reconhecidas por seus esforços com prestígio e a garantia de uma relação de subserviência com a nova espécie elevada de pelo menos mil anos.
Cada espécie pode traçar sua ascendência e a ascendência de seus patrocinadores como em uma linha aristocrática até tempos remotos, a era dos progenitores. A humanidade é a única espécie conhecida a alcançar o status de civilização espacial sem um patrocinador desde a remota era dos progenitores, tendo até mesmo iniciado a elevação de duas espécies terrenas: os chimpanzés e os golfinhos.
A humanidade ganha então um status de wolflings, de inteligência independente, o que pode gerar certa inveja e ressentimento entre outras espécies. Esse conceito, apesar de não ser novidade (H. G. Wells em A Ilha do Doutor Moreau! ) foi elevado a um novo nível com Sundiver, e só por isso esse livro merece o reconhecimento.
A elevação dos golfinhos e chimpanzés, feita através da manipulação genética dessas espécies, gera uma relação patrocinador-cliente interessante que será bem explorada na Saga Uplift.
Startide Rising é centrada em uma espaçonave tripulada por golfinhos e a Guerra Uplift (The Uplift War) acontece em um genuíno planeta dos macacos povoado por neo-chimpanzés tentando por si mesmos elevar os gorilas!
Em Sundiver temos um breve encontro com os golfinhos ainda semi-sentientes no primeiro capítulo, e um cientista neo-chimpanzé (mas ainda sem muita habilidade vocal) tem uma participação importante na estória mas o foco na humanidade ainda é central.
Sundiver é basicamente uma estória de detetive: algo estranho vem acontecendo na nave Sundiver dentro da cromosfera solar e cabe ao herói Demwa investigar o que está acontecendo. Ele acaba descobrindo algumas maquinações galático-políticas que acabam interferindo nas pesquisas envolvendo as estranhas formas de vida recém descobertas na cromosfera solar.
Tudo isso continua parecendo muito interessante e promissor, não é?
Infelizmente o autor falha na execução e o livro decepciona pois a estória desenvolve-se de forma ingênua e fraca.
A política alienígena já deveria ter superado o maquiavelismo a milhões de anos, mas ainda parece juvenil.
O herói Demwa é estranho e difícil de aceitar pelo leitor.

Uma curiosidade: Alguns acreditam que no passado alguma espécie alienígena visitou a Terra e iniciou o processo de elevação mas misteriosamente desistiu do processo e nos deixou por conta própria. Eles são conhecidos como Danikeístas, uma referência ao escritor suíço charlatão Erick Von Daniken, que escreveu Eram os Deuses Astronautas, um livro cultuado pela sociedade ufologista mas que não passa de uma farsa. Nessa estória os Danikeístas são levados à serio.

A não ser que você seja um aficionado por ficção científica, ou um masoquista, não perca tempo lendo Sundiver em inglês, vá direto para Startide Rising, você não perderá muita coisa!

P.S.: Post escrito totalmente no celular, pois estou viajando. Desculpe pelos erros!

site: http://leiturasparalelas.wordpress.com/2014/09/14/sundiver-david-brin/
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