Fábio Vermelho 25/01/2012
Não gostei muito da primeira parte do quadrinho, que trata das vidas de Ginsberg, Kerouac, Burroughs, Duncan, Corso, Ferlinghetti e outros. Os quadros e as narrações são muito redudantes, a narração parece um monte de tópicos numa lista, ao invés de parecer um texto fluido. Aparece na narração "Kerouac trabalhou na construção do Pentágono", e no desenho aparece ele apertando um parafuso; "Kerouac já bebia muito e teria problemas com o alcoolismo pelo resto de sua vida", e no desenho aparece ele entornando uma garrafa e um balãozinho dizendo 'vou beber todas!'. Enfim, não sei se fui muito bem entendido.
A segunda parte, que mostra roteiros e desenhos de artistas menos famosos, como a história que fala da City Lights, de Kenneth Ptchen, das garotas beats e etc, é mais interessante, na minha opinião. Os quadros, balões e narrações se complementam muito mais e tornam a leitura bem mais fluida.
Não pensem, pelo que falei da primeira parte do livro, que ele é ruim. Pelo contrário, é bem interessante. Apenas não achei a primeira parte tão boa quanto a segunda. Recomendado para que aprecia a Beat Generation.
P.S.: esqueci de escrever antes: o livro apresenta uns erros estranhos, que certamente seriam notados se alguém tivesse lido o texto antes de publicar. Só não sei se os erros aconteceram com a tradução ou no original é errado também. Em certo momento, é dito que Ginsberg juntou os manuscritos de Naked Lunch do Burroughs e os datilografou; páginas à frente, dizem que Keroauc fez isso e Ginsberg as editou. Em outro momento, diz que Kerouac e Burroughs escreveram 'E os hipopótamos foram cozidos em seus tanques'; depois diz que foram Ginsberg e Kerouac quem escreveram. Enfim..