Haroun e o mar de histórias

Haroun e o mar de histórias Salman Rushdie




Resenhas - Haroun e o Mar de Histórias


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Thiago Araujo 05/10/2019

Uma História que faz sua Imaginação ir para um mundo incrível.
Uma história fluida e leve de se ler que contém um pouco de nossa realidade e até certas críticas através do olhar de Haroun, uma narrativa incrível e divertida!
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Leila de Carvalho e Gonçalves 13/07/2018

Para Todas As Idades
Algumas narrativas para crianças escondem histórias tristes sobre a vida de seus autores. Por exemplo, "Peter Pan" nada mais é do que a tentativa de J.M. Barrie eternizar a figura de seu irmão tragicamente morto ainda jovem. Entretanto, nenhuma delas é tão fantástica quanto "Haroun e o Mar de Histórias", de Salman Rushdie. Afinal, quem acreditaria que um líder espiritual famoso iria exortar publicamente seus milhões de seguidores para matar um romancista e prometer a salvação eterna para quem conseguisse?

Repleto de humor e muita ação, essa é a história de Haroun, um menino que sai pelo mundo disposto a encontrar uma maneira para quebrar a maldição que atingiu seu pai, Rashid Khalifa, um contador de histórias que não consegue exercer seu ofício desde que Soraya, sua esposa, o abandonou.

No curso de sua trajetória, o pequeno fará amigos bizarros como Dorothy em "O Mágico de Oz", que irão auxiliá-lo a enfrentar o sobrenatural e derrotar um mago perverso, Khattam-Shud, o arqui-inimigo de todas as histórias e até mesmo da própria linguagem. Só para ter uma ideia, seus seguidores fizeram voto de silêncio, estão trabalhando contra o tempo para secar a fonte da imaginação e vivem num lugar onde nunca é dia.

Contudo, mediante o olhar de um adulto, essa história ganha novos contornos. Repleta de metáforas e simbolismos, além de apontar para inúmeros problemas vividos pelo subcontinente indiano, ela também revela a saudade de um pai, obrigado a viver longe da família para protegê-la, em síntese, trata-se de uma elegia ao amor e ao perdão.

Com inúmeros trocadilhos e anagramas, lembrando as aventuras de Alice escritas por Lewis Carroll, esse livro revela que basta um único contador de histórias para derrotar um tirano e todo seu exército. Você duvida?
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Helinho 15/12/2015

O processo de criação em fábula
Se você é amante da leitura e também gosta de escrever, esse livro é obrigatório. Rushdie escreve para crianças sem, no entanto, subestimar a inteligência destas - coisa rara de se ver em literatura infantil.
Além de confirmar que é um excelente escritor, seja lá qual for seu público-alvo, ele faz uso de metáforas para explicar o mundo adulto em seu lado mais vergonhoso: a corrupção política e manipulação das massas em tempos de eleição. Perto do que vivemos hoje, deve ser lido por todos os brasileiros.
Quanto ao processo de criação de escrita, há todo um realismo fantástico que tenta dar uma explicação sobre o processo criativo de um contador de histórias.
Lindo, comovente e muito atual. Merece muitas releituras.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 04/11/2015

Salman Rushdie - Haroun e o mar de histórias
Editora Companhia das Letras - 184 páginas - Lançamento 20/07/2010.

Um romance bem diferente de "Os filhos da meia-noite", vencedor dos prêmios Booker Prize e Best of Booker, e "Versos satânicos" que tornaram Salman Rushdie conhecido em todo o mundo devido à sua sentença de morte decretada pelo aiatolá Khomeini em 1989. Neste romance, porém, não há referência às crises políticas e diferenças religiosas contemporâneas. Aqui a narrativa é simples e espontânea como nas fábulas das 1001 noites, só que as situações são ainda mais fantasiosas e inverossímeis e com uma carga de humor sarcástico já bem conhecida dos leitores de Salman Rushdie.

Haroum quer muito ajudar o seu pai, Rashid Khalifa, a recuperar a habilidade de contador de histórias que foi misteriosamente perdida após a fuga da mãe com um vizinho. A famíla morava então em uma cidade triste na qual as fábricas produziam tristeza e Rashid era conhecido como o Xá do Blá-blá-blá devido à sua criatividade e facilidade de contar histórias, como no inspirado trecho abaixo que associa este dom com o serviço de propaganda política local (mas que serve como uma luva para descrever o exercício político no Brasil, por exemplo).

"Estavam chegando as eleições, e todos os Grandes Figurões de vários partidos políticos vinham procurar Rashid, sorrindo com aquela cara de gato gordo que eles têm, para lhe implorar que viesse contar histórias no seu comício, e não no comício de mais ninguém. Todos sabiam que quem conseguisse ter do seu lado a língua mágica de Rashid não teria mais problemas. Ninguém acreditava em nada do que os políticos diziam, mesmo quando eles faziam o maior esforço para fingir que estavam falando a verdade. (Aliás era assim que todo o mundo via que eles estavam mentindo.) Mas todo o mundo tinha uma fé absoluta em Rashid, pois ele sempre reconhecia que tudo aquilo que lhes contava era totalmente inverídico, inventado na sua própria cabeça." (pág. 14)

Haroun descobre então que as histórias contadas pelo pai tinham origem no Mar de fios de Histórias, vindas de um mundo paralelo, localizado em uma segunda lua chamada Kahani, através de um sistema de tubulações mágico acionado por Iff, o Gênio da Água, tudo isso com base na tecnologia PCD+P/EX, ou seja, um Processo Complicado Demais para Explicar (bem que eu avisei que Rushdie exagera bastante na fantasia). Haroun parte para uma aventura neste mundo paralelo dividido entre os Gupis e os seus opostos, os temíveis Tchupwalas que pretendem eliminar o Mar de Histórias. Será que Haroun conseguirá ajudar o pai a resgatar o seu dom de contador de histórias?

"E assim Iff, o Gênio da Água, contou a Haroun sobre o Mar de fios de Histórias, e embora o garoto estivesse se sentindo fracassado e sem esperanças, a mágica daquele Mar começou a exercer um efeito sobre ele. Olhou para a água e reparou que ela era feita de milhares e milhares e milhares de correntes diferentes, cada uma de uma cor diferente, que se entrelaçavam como uma tapeçaria líquida, de uma complexidade de tirar o fôlego; e Iff explicou que aqueles eram os Fios de Histórias, e que cada fio colorido representava e continha uma única narrativa. Em diferentes áreas do Oceano havia diferentes tipos de histórias, e como todas as histórias que já foram contadas e muitas que ainda estavam sendo inventadas podiam-se encontrar aqui, o Mar de Fios de História era, na verdade, a maior biblioteca do universo. E como as histórias ficavam guardadas ali em forma fluida, elas conservavam a capacidade de mudar, de se transformar em novas versões de si mesmas, de se unir a outras histórias e assim se tornar novas histórias; de modo que, ao contrário de uma bibloteca de livros, o Mar dos Fios de Histórias era muito mais do que um simples depósito de narrativas. Não era um lugar morto, mas sim cheio de vida." (págs. 57 e 58).

Uma grande brincadeira com as histórias que "não servem para nada", pois "nem ao menos são verdadeiras", homenagem de Salman Rushdie à literatura e também ao amor incondicional entre pai e filho. O romance foi dedicado ao filho do autor, com nove anos na época, mas certamente agradará aos leitores de todas as idades.
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Tammy Marinho 10/10/2014

Para todas as idades
Novamente um livro que mostra a importância das palavras. Onde quem domina silencia seu povo, e tenta impedir que as histórias se propaguem.
Haroun, e o mar de histórias é uma maravilhosa fábula com capacidade de envolver adultos e crianças.
Sinto-me imensamente feliz por ter sido apresentada assim a Rushdie
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Thiago 11/09/2013

Livro: Haroun e o Mar de Histórias
Autor: Salman Rushdie
Editora: Companhia de Bolso
Páginas: 184

Salman Rushdie é um autor complexo. Indiano de família rica, foi criado na Inglaterra, mas sempre escreveu sobre seu povo. Os conflitos familiares, os problemas religiosos e o choque de culturas são seus principais temas. Mas neste livro que pode-se chamar "juvenil", o que predomina é a fantasia. E da mesma forma que Rushdie sabe falar sobre os dramas pessoais, sabe criar um mundo de fantasia bastante interessante, mesmo para um leitor que já passou dos 15 anos.

O livro conta a história de um jovem filho de um contador de histórias que após ser abandonado pela mulher, perde o dom da palavra, ou melhor o "Mar de histórias". O jovem, preocupado com a situação de seu pai, acaba entrando em um mundo totalmente desconhecido para tentar ajudar a recuperar a habilidade de seu pai.

A leitura é fluida, como não poderia deixar de ser em se tratando de um livro juvenil, e prende a atenção do leitor até o final.
Um livro interessante para todas as idades, basta lê-lo sem preconceito.
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Elpidio 23/12/2012

MAR DE INTERPRETAÇÕES.
Um livro, para se tornar um clássico, deve possuir muitas camadas de leitura. Entendo que esse é o caso de "Haroun e o mar de histórias". Rushdie conseguiu criar uma história que, ao mesmo que diverte crianças e adultos, aprofunda a discussão sobre as trevas do sectarismo, do radicalismo, sobre aqueles que querem ter domínio sobre os demais, impedindo que estes conheçam todas as histórias.
Taí um livro que, à semelhança do Pequeno Príncipe, ficará muito tempo na memória dos que o leram (de novo, crianças dos 8 aos 80 anos). Um mar profundo, cheio de histórias e suas múltiplas interpretações.
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nerito 09/08/2012

A Palavra no seu melhor papel
Haroun e o Mar de Histórias apresenta ao leitor o menino Haroun, de dez anos, filho do contador de histórias Rashid Khalifa, conhecido e aclamado por todos como o melhor narrador da região. Após um triste incidente na família, Rashid enfrenta problemas com seu talento em narrar. Haroun então descobre que seu pai é nutrido por uma torneira mágica, proveniente de uma lua invisível, onde está o Mar de Fios de Histórias, em que cada fio é uma história que já foi contada, ou que ainda será. Haroun descobre que esse mar corre perigo, por causa de uma estranha poluição, que está corroendo as histórias. Para evitar o fim do Mar de Fios de Histórias e, consequentemente, o fim do talento do seu pai, Haroun embarca em uma jornada em busca da resolução do problema.
Trata-se de uma narrativa descontraída, repleta de referências às histórias tradicionais, onde os heróis precisam se aventurar em jornadas a lugares longínquos e superar grandes desafios. O autor, Salman Rushdie, se apropria das narrativas tradicionais, aproveitando seus modelos mas também inovando, dando ênfase à arte narrativa e criando um universo belo e factível. Uma ótima aventura para qualquer idade.

Mais resenhas em: http://oguardiao.blogspot.com/
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Andreia Santana 15/10/2011

Enredada no fio do mar das histórias
Haroun e o Mar de Histórias é um pequeno líbelo de Salman Rushdie (O chão que ela pisa, os versos satânicos, o último suspiro do mouro) ao mar de ideias que nos alimenta a alma e sobre o qual todos nós navegamos. Uns mais, outros menos.

Trata-se de um conto de fadas que pode ser lido por adultos e crianças. E quem diz que contos de fadas não fazem pensar, ou nunca leu um conto de fadas ou anda lendo os livros errados.

Haroun fala de fé, mas não no sentido religioso da palavra. O que anima as páginas do livro é a fé na criatividade, na capacidade do ser humano em rir das adversidades e encontrar consolo numa boa história nos momentos mais amargos. O que seria da humanidade sem os seus contadores de histórias?

Uma pequena pílula para quem ainda não leu, uma frase extraída da página 39, capítulo dois – O Expresso Postal: “a qualquer momento vou sumir, feito uma palavra que alguém apaga numa lousa. Uma passada de apagador e lá vou eu, desapareço para todo o sempre”.

Se não existe beleza e reflexão em algo assim tão singelo e profundo, então sou eu quem anda lendo os livros errados.

Um trecho da sinopse:

"Rashid é um contador de histórias profissional, o festejado “Mar de idéias”. Um dia ele perde o dom da palavra – seu ganha-pão e alegria de viver. Mas seu filho, Haroun, descobre que todas as histórias vem do Grande Mar de Histórias e empreende a fantástica aventura da busca das palavras, enfrentando as forças tenebrosas da escuridão e do silêncio"…
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Núbia Esther 19/08/2011

O país se chama Alefbey, que em hindustâni significa alfabeto. E como não poderia deixar de ser, os lugares são nomeados por ele: vale de K, túnel de I… A cidade da história, é uma cidade tão triste, mais tão triste que tinha esquecido até seu próprio nome. Nesta cidade vivia um garoto deveras feliz, seu nome era Haroun e ele era filho de um exímio contador de histórias, Rashid Khalifa. Seu pai era tão bom em contar histórias que recebera dois apelidos: Rashid o Mar de Ideias, por parte de seus admiradores; e Xá do Blá-blá-blá, por parte de seus rivais invejosos. Rashid era casado com Soraya e eles eram felizes, porém, esta felicidade estava com os dias contados… Porque no dia em que Soraya saiu de casa, abandonando Rashid e Haroun, as palavras também resolveram abandonar Rashid…

“Rashid Khalifa, o fabuloso Mar de Ideias, o lendário Xá do Blá-blá-blá, postou-se diante de um vasto público, abriu a boca, e descobriu que não tinha mais histórias para contar.”

Haroun achando que o pai perdeu o dom da fala por causa do que ele lhe disse, quer fazer algo para consertar isso. Ele sempre acreditara nas histórias e lamenta muito a depressão que deixou Rashid sem palavras.

“[...] Uma coisa ele sabia: que o mundo real era cheio de mágica, de modo que os mundos mágicos podiam muito bem ser reais.”

E é com estes olhos que acreditam em mágica que ele se depara com Iff, um gênio da água. Haroun então descobre que as histórias vêm do Mar dos Fios de Histórias e que todo bom contador de história tem um fornecimento de água deste local, mas o de Rashid fora cancelado devido a um mal-entendido. Portanto, Haroun decide empreender sua maior viagem, uma viagem até o Mar dos Fios de Histórias para desfazer esse mal-entendido e garantir que Rashid volte a ser o contador de histórias que sempre fora. Haroun parte em companhia de Iff e de um Gavião Avião. A partir deste momento, Rushdie nos presenteia com vívidas descrições, mundos fascinantes e criaturas fantásticas. Conhecemos Kahani – a lua onde o Mar se encontra -, os Gupis, os Tchupwalas… E, descobrimos que o mar corre perigo e, portanto, as histórias também. Khattam-Shud ameaça o mundo das idéias e Haroun tem que lutar contra ele se quiser salvar as palavras.

Rushdie nos descortina uma história fantástica, com uma narrativa pormenorizada, mas ágil, ele nos transporta para Kahani juntamente com Haroun e nos apresenta um mundo inteiramente novo, no qual as palavras têm um lugar especial. Para aqueles que gostam de livros, de histórias, de uma boa conversa, o livro é um prato cheio, uma verdadeira ode ao direito da expressão, do uso das palavras, do exercício da criatividade. Haroun o nosso guia nessa aventura é um garoto bastante observador e sensato e que nos cativa desde o início. Os diálogos são característicos de cada personagem e as figuras engraçadas criadas por Rushdie garantem bons momentos de descontração durante a leitura. Essa foi minha primeira experiência com Rushdie e gostei da sua forma de escrever, se esta for uma característica constante tenho certeza de que apreciarei outras obras suas. Mais um autor que entra para a lista de autores recomendáveis

[Blablabla Aleatório]-http://feanari.wordpress.com/2011/01/29/haroun-e-o-mar-de-historias-salman-rushdie/
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sonia 01/07/2011

um escritor inteligente
maravilhoso!
uma fábula moderna com gosto de história árabe antiga, sobre censura, liberdade, individualidade, valores morais.
este livro foi publicado por causa da inteligencia do escritor e da burrice de seus perseguidores, incapazes de compreender sobre o que ele falava,
lembram da ditadura e da famosa música do chico:
afasta de mim este cálice (ouviu-se cale-se!)
quando os burros dos militares se deram conta, era tarde...
este livro é semelhante - um grito pela liberdade de expressão de cada ser humano.
San... 24/06/2013minha estante
Tenho dois livros dele na estante para serem lidos, mas esse autor necessita que eu esteja inspirada, senão a leitura não flui...




Pappa 31/01/2011

Haroun é o filho de um conhecido contador de histórias. Porém quando seu pai passa por um grande trauma e acaba perdendo seu dom, ele entra em uma aventura onde descobre que muito do que ele imaginava como fantasias ridículas de seu pai são realidade. Ambos vão parar em um planeta onde se encontra o mar de histórias - a origem de todos os contos e idéias.

A história é bastante criativa. Toda este mundo paralelo criado por Salman Rushdie, apesar de trazer alguns clichês da fantasia, é bem desenvolvido. O que impede o livro de levar 5 estrelas na minha avaliação é que a criatividade passa um pouco do ponto, chegando perto da linha tênue que separa boas idéias de conceitos ingênuos. Por não ultrapassar esta linha, acaba tendo um sucesso que outros autores de fantasia no meu modo de entender não conseguem alcançar. O livro parece focar um público um pouco mais jovem, de qualquer forma, e por isso também relevei um pouco este ponto.

Em vários momentos tive a impressão de que este livro tem pontos em comum com "A História Sem Fim" de Michael Ende, porém no meu entendimento este livro é um pouco inferior, já que "A História Sem Fim" é um livro muito maior e, portanto, muito mais desenvolvido, um clássico.

É uma leitura leve, rápida (já que o livro é bastante curto) e proveitosa. Por estar focado em um público mais jovem, não se deve lê-lo com tanta expectativa. Apesar de trazer alegorias e mensagens escondidas na trama, não espere muita complexidade na história - ela é de uma simplicidade muito bem-vinda.
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Mateus 30/01/2011

Haroun e o Mar de Histórias nos leva para uma pequena cidade sem nome, no país de Alefbey, onde tudo é triste e melancólico, e onde as pessoas comem apenas peixes peixosos. Na verdade, nem tudo é triste nesta cidade. A família de Rashid Khalifa, sua esposa Soraya e seu filho Haroun é conhecida por sua grande felicidade em toda esta metrópole infeliz. Rashid é o grande Xá do Blá-Blá-Blá, ou o Mar de Ideias, e suas histórias são conhecidas e necessitadas em todo o país e mais além. Soraya tem uma voz linda, e está sempre cantando em casa. E Haroun, além de ser o herói do livro, está sempre pronto para aprender novas coisas. Tudo ia perfeitamente bem até o dia em que Soraya vai embora e Rashid perde as ideias para suas histórias. Com isso, Haroun, junto de novos amigos, terá de viver uma grande aventura e lutar contra malignas forças da escuridão e do silêncio para trazer as histórias de seu pai de volta e fazer com que tudo volte a ser como antes.

Quer ler o resto da resenha? Entre no blog: http://mateuscalazans.blogspot.com/2011/01/haroun-e-o-mar-de-historias.html
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Nika 17/01/2011

Para mergulhar no mar
Foi presente do último Natal. Abri o pacote com certa surpresa, pois não era um dos meus títulos conhecidos de Salman Rushdie e, confesso, nunca tinha lido nada inteiro do autor, apenas folheado um ou outro capítulo nas livrarias. Coloquei na fila de livros que tenho para ler, mas, por costume, resolvi ler o primeiro capítulo. Não mais consegui parar.
Haroum e o Mar de Histórias é de uma beleza e encantamento ímpares. Sua roupagem de fábula de forma alguma o torna infantil, mas lhe dá aquele sabor de eternidade, de clássico. Rushdie leva o leitor a viajar por este universo novo, criado com maestria e iluminação. Mas, esta viagem não se dá apenas sobrevoando Kahani (a lua do mar de Histórias) à bordo do Gavião-avião que lê pensamentos e fala sem abrir o bico, se dá também no convite a mergulhar neste mar de histórias sem fim que o autor abre de par em par, mesmo que o livro, destas histórias todas, conte apenas uma.
À beleza do texto - cheio de lirismo e poesia, onde cada frase pode render horas de pensamentos - unem-se as inúmeras e encantadoras metáforas da história. Haroun vive feliz em uma cidade triste. Uma cidade cujas fábricas produzem tristeza e sua fumaça escura e fétida cobre à tudo e todos. Uma cidade que, de tão triste, esqueceu o próprio nome. Haroum é feliz por ter um pai que vive de contar histórias e uma mãe que canta. Mas, a tristeza feia chega a casa de Haroum, sua mãe para de cantar, depois, vai embora, e seu pai perde o dom da palavra. A mãe de Haroum parte por não aguentar mais seu marido viver imerso em histórias que sequer são verdadeiras. Ora, o que ser com histórias que em ao menos são verdadeiras.
Haroum não consegue mesmo culpar a mãe. No fundo, ele também não acredita nas histórias do pai. Até gosta delas, não chega a considerá-las perda de tempo, mas não lhes dá grande importância. Ao menos, até o pai perder o dom e com isso o ganha pão de ambos. Afundado nessa depressiva realidade, Haroum acaba por descobrir que as histórias de seu pai tinham uma raíz mais fantástica que qualquer história. E ele parte numa incrível aventura para trazer de volta o dom perdido pelo pai.
O livro comove do início ao fim e não chega a responder a pergunta que tantas vezes faz: de que servem histórias que nem ao menos são verdadeiras? Como autor maior que Rushdie é, ele deixa a resposta para cada leitor. A minha é: estas histórias nos servem porque elas compõem o tecido da alegria de viver.
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