A Lua Vem da Ásia

A Lua Vem da Ásia Campos de Carvalho




Resenhas - A Lua Vem da Ásia


39 encontrados | exibindo 31 a 39
1 | 2 | 3


isa.dantas 05/09/2019

Um livro escrito por um personagem louco só podia ser sem nexo. É preciso entrar na loucura desse livro, onde os capítulos não seguem lógica (apesar de eu sentir que na parte 2, eles são mais lineares na história). Ao se deixar levar por esse narrador suspeito, é possível se divertir e pegar ironias sutis nas entrelinhas.
comentários(0)comente



Thiago 21/12/2017

A lua vem da Ásia, mas pode não vir, o que demonstra que nem tudo nesse mundo é perfeito.
Romance escrito de forma onírica e surrealista, com uma prosa muito fácil de depreender os acontecimentos, mesmo que eles seja jogados aos borbotões e alucinadamente na sua cara.
A trama conta a história de um personagem sem nome, e que vive num manicômio, mas que ele julga ser um hotel de luxo, e a partir daí começa a narrar a sua vida pregressa, como traficante, cafetão, assassino, imperador, escritor de best sellers entre outras profissões e peripécias que ele teve e praticou ao redor do mundo. Até que um dia resolve fugir do hotel, ou seria campo de concentração com outros companheiros, enfim cabe a cada um acreditar ou não nos devaneios do personagem!
comentários(0)comente



Henrique Fendrich 08/11/2017

Campos de Carvalho tem uma das mais irresistíveis linguagens da nossa literatura. É um prosador habilíssimo, impressiona a cadência natural que consegue dar às frases, ainda que elas sugiram tremendos disparates. Lê-se o livro com muita facilidade. Chama-me muito a atenção nesse livro o seu espírito libertário, e mesmo anárquico. O livro é divertido e engraçado durante boa parte do tempo, mas é também terno e comovente. Para mim, o momento mais bonito do livro é o parágrafo "Aos que só choram quando há motivos para chorar..."
comentários(0)comente



Alinne.Spagnollo 26/03/2017

:)
Em vários momentos me peguei rindo das peripécias do personagem.
comentários(0)comente



Marker 11/03/2017

Curioso como durante a rápida pesquisa sobre A Lua Vem da Ásia encontrei raras citações que o associavam com Cândido, aquela pequena-grande-schadenfreude-clusterfuck-irmãos-coen-comédia-de-erros, onde um pobre e ingênuo coitado sofre todas as coisas mais horríveis que alguém pode imaginar, mas segue acreditando piamente que "este é o melhor dos mundos". Lançado por Campos de Carvalho em 1956, Ásia pode não ser a versão brasileira e marginal da tragicomédia do francês, mas faz empréstimos polpudos deste. Formado advogado e tornado escritor, Campos muito infelizmente caiu na vala da "escrita marginal", que hoje em dia não me parece nada além de um imenso guarda-chuva onde se apinham todos e quaisquer artistas que usavam a palavra 'cu' ou descreviam sexo como uma pulsão violenta da carne, e não como uma experiência religiosa e moralizante; ou seja, um punhado de gente.

Presença discreta nos círculos literários durante sua época de criação mais firme, que data mais ou menos de 41 a 64, Campos desapareceu do olhar público e morreu em paz em 1998, deixando cinco romances, um livro de ensaios, e esparsas colaborações em publicações como O Pasquim. O fato é que, colocando em perspectiva, talvez fosse um texto realmente sensível para a opinião pública dos anos 50, o que incutiu em seu relativo anonimato. Relançado de tempos em tempos por alguma editora inteligente, lembro de ter conhecido a existência de seu trabalho quando foi homenageado pela FreePorto, feira literária anárquica que acontecia aqui pelo Recife.

Mas tentando focar neste, que aparentemente divide o posto de melhor escrito de Campos com o mais famoso O Púcaro Búlgaro, Ásia é um mergulho bastante vívido, ainda que não tão violento ou "marginal" como se queira fazer parece, na mente de Astrogildo, que já teve tantos nomes e viveu em tantos lugares, e que agora definha num hotel de luxo, que também é campo de concentração e sanatório. Impecável exercício de imaginação em seu esmiuçar de como funciona a mente de uma pessoa aparentemente acometida por um distúrbio psicológico, o comentário social proposto por Campos pode ser algo formulaico ou anedótico (os loucos tem melhor percepção da sociedade que aqueles ditos sãos), mas é levado à cabo com tanta vivacidade que é impossível não se deixar seduzir.

A questão do hotel/sanatório e a observação das vidas ali presentes remete um pouco as observações de Thomas Mann em sua Montanha Mágica, porém diferente do virtuoso alemão, o ritmo aqui é bem mais frenético e errático, costurando os relatos da vida no cárcere (as visitas da mãe, por exemplo, são passagens absolutamente geniais), com os devaneios sobre aventuras mirabolantes ao redor do mundo (como as vividas pelo citado Cândido), e finalmente a vida numa cidade de que não se sabe o nome, o hemisfério, ou mesmo a data presente. É triste que alguém com uma prosa tão acessível, imaginativa, e sobretudo bem-humorada mesmo ao lidar com temas tão específicos e duros seja relegada ao gueto por fugir aqui e ali de um padrão vigente. Ao menos, sempre há alguém -e uma editora consciente- disposto a fazer com que seu nome não desapareça.

site: http://www.pipoescreve.com/2017/03/luaasia.html
comentários(0)comente



Rodiney 09/03/2017

O grito do indivíduo!
Não vou fazer uma resenha, mas gostaria de dizer que o texto de Campos de Carvalho é o grito do indivíduo em meio a diversas ideologias totalitárias.
Alinne.Spagnollo 21/03/2017minha estante
Estou lendo, bem no começo...seu comentário me aguçou mais ainda a curiosidade... ?


Rodiney 22/03/2017minha estante
Legal, gostei muito do livro.




Fabio Martins 24/09/2015

A lua vem da Ásia
Certa vez, li um artigo na internet que apresentava os melhores inícios e conclusões de livros de todos os tempos. Em meio a várias citações, incluindo o final de Cem anos de solidão (meu preferido), uma delas me chamou muito a atenção. O artigo pontuava o início de A lua vem da Ásia, de Campos de Carvalho, como um dos melhores já escritos. Mas o que mais me instigou foram os comentários muito positivos dos leitores do site em relação ao livro.

Além disso, diz a lenda que Jorge Amado, ao ler a publicação após o lançamento, em 1956, ficou tão impressionado que encomendou 30 cópias para distribuir a amigos. Confesso que nunca tinha ouvido falar de Campos de Carvalho e suas obras. Em pesquisa rápida, descobri que seu estilo literário era voltado ao surrealismo, gênero pelo qual nunca havia me aventurado. Estava na hora de conhecer.

De fato, o início do livro é surpreendente:

“Aos 16 anos matei meu professor de lógica. Invocando a legítima defesa — e qual defesa seria mais legítima? — logrei ser absolvido por cinco votos a dois, e fui morar sob uma ponte do Sena, embora nunca tenha estado em Paris”.

As primeiras páginas dão a impressão de que a história é ambientada dentro de um hospício e os personagens envolvidos reforçam essa ideia. Apesar disso, o narrador não revela exatamente onde está. Conforme o tempo passa, conta histórias aleatórias e passagens da vida, ao mesmo tempo em que sofre com os procedimentos dos responsáveis pelo local e a “loucura” dos colegas.

Após uma fuga bem-sucedida, o protagonista vagueia por diversos lugares do mundo passando por diferentes tipos de aventuras. Como o dia em que acordou mulher e foi recrutado para o harém de um sultão no Marrocos, onde permaneceu por um ano e catorze dias.

O enredo não segue uma ordem muito bem definida e é afetado por devaneios e pensamentos do protagonista. Por isso, não sei exatamente que opinião devo dar do livro. Apesar de muito bem escrito e com tiradas ácidas e inteligentes, não me adaptei muito bem ao estilo de Campos de Carvalho. Por várias vezes me perdi na história e não prestei muita atenção na leitura. Como experiência literária de conhecer um dos bons escritores brasileiros, valeu a pena, porém a obra em si e o estilo surrealista não estão entre os meus preferidos.


site: lisobreisso.wordpress.com
comentários(0)comente



Tito 16/11/2010

O relato da permanente viagem de um louco pelos descaminhos de seu pequeno universo particular, seu vale de lágrimas íntimo.
comentários(0)comente



Elu 28/06/2009

Eu faço uma resenha assim que eu voltar, sem ter ido, para a China.
comentários(0)comente



39 encontrados | exibindo 31 a 39
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR