ricardo_22 12/07/2013
Resenha para o blog Over Shock
3º Grau, James Patterson e Andrew Gross, tradução de Alyda Sauer, 1ª edição, Rio de Janeiro-RJ: Rocco, 2010, 280 páginas.
Em 3º Grau, terceiro livro da série Clube das Mulheres Contra o Crime, novamente o escritor James Patterson explora suas principais características para criar uma história digna de um bom suspense policial e que poderia facilmente ser levada ao cinema.
Nessa obra, a detetive Lindsay Boxer testemunha a explosão da mansão de um importante executivo e, deixando sua profissão e o desejo de ajudar falarem mais alto, não pensa duas vezes antes de tentar ajudar as possíveis vítimas. A detetive só não imaginava que isso a colocaria em um confronto contra uma perigosa organização terrorista.
Após a misteriosa explosão, outros incidentes aterrorizam a cidade de San Francisco e todo o meio político e econômico. Cada vez que o grupo terrorista age, uma nova mensagem é deixada e com ajuda de suas amigas, que formam o Clube das Mulheres Contra o Crime, Lindsay não demora a perceber que os riscos são grandes para ela e todas elas. Isso pode mudar para sempre esse círculo de amizade.
“Entrei no chuveiro e bebi um gole de cerveja que tinha levado. Inclinei-me para trás sob a água quente, a sujeira, a fuligem e o cheiro de cinza escorreram pelo meu corpo e rodopiaram aos meus pés. Alguma coisa me fez sentir vontade de chorar.
Estava tão sozinha...
Eu podia ter morrido hoje” (pág. 36).
Após a resenha de 4 de Julho, sequência de 3º Grau, existem poucas novas informações que são necessárias dizer sobre a famosa série de James Patterson, bem como as características de seus personagens. Mas é importante ressaltar que, mesmo sem a parceria com Maxine Paetro, que anteriormente foi classificada como a responsável pela ótima estruturação das personagens femininas, Patterson, agora em parceria com Andrew Gross, consegue dar um toque especial para essas personagens, que são reais; sentimentais.
No suspense criado pelos autores, temos inimigos que buscam uma guerra contra os agentes da ganância e da corrupção, o que leva a um grupo fechado e que em muitos casos deveriam aproveitar a influência e agir em prol da sociedade. Sabemos que isso não acontece e que, mesmo por uma “boa causa”, o grupo que aterroriza a detetive Boxer não age da melhor maneira. Pelo contrário. Causam mortes que acabam se tornando angustiantes – ponto para ótima descrição.
Mas infelizmente, tudo o que é causado pelos vilões da história não ganha um grande destaque nos capítulos destinados ao grupo. Mesmo contendo muita ação e assassinatos narrados de forma primorosa, os poucos capítulos em terceira pessoa não conquistam o leitor e às vezes se tornam até mesmo tediosos. Talvez por um grande motivo: Lindsay Boxer é o grande diferencial da série.
A personagem narra a história com riqueza de detalhes e ainda assim possibilitando uma leitura rápida, principalmente pelo fato de tudo se passar em capítulos curtos. Mesmo com a rapidez dos capítulos, Boxer consegue transmitir o lado feminino escondido por trás de seu lado policial, que sabemos, é uma mulher dura e que não vê limites para atingir seus objetivos. E se ela deixa seu sentimento falar mais alto, isso explica o motivo de 3º Grau também ter um lado emocional que o diferencia de outros livros policiais de James Patterson.
Dessa vez, Boxer também conta com uma participação muito maior das personagens secundárias, se é que podemos chamá-las dessa forma. Elas estão mais presentes, com capítulos especiais e problemas individuais, que causam uma aproximação maior do leitor com a jornalista Cindy Thomas, a médica-legista Claire Washburn e assistente da promotoria Jill Bernhardt – a amiga de maior destaque na obra.
site: http://www.blogovershock.com.br/2013/07/resenha-165-3-grau.html