Fê 20/02/2014ATENÇÃO! SPOILERS SE VOCÊ NÃO LEU A SÉRIE!
Após passar pelo Scorch, e ainda ter a decepção da traição de Teresa e Aris, Thomas começa esse trancado num quarto estofado, branco, e sem nada exceto uma cama. Se você pensou em manicômio, não está muito enganado. É quase isso mesmo. Como Thomas meio que surta e ataca um dos funcionários da WICKED (CRUEL, sério? OK, a tradução não está mal, mas acontece que WICKED é uma sigla pra World In Catastrophe: Killzone Experiment Department. Como fizeram isso em português?) porque descobre que tudo que Teresa fez, inclusive o beijo que ela lhe deu, foi programado pela organização. Ou seja, será que em algum momento ela falou a verdade? Ela jura que só fez porque se não traísse Thomas e os outros Gladers, Thomas morreria, mas Thomas não acredita. OK, eu entendo o lado dele, e ele não está lendo o livro, não sabe que realmente foi isso mesmo.
E isso tudo deixa Thomas mais revoltado, desconfiado e mais determinado que nunca a destruir a WICKED. Ele passa bem umas duas ou três semanas isolado no quarto por ser “agressivo”, mas depois acabam deixando ela sair. E com a promessa de ter todas as suas memórias restauradas. A proposta é boa, eles (leia-se o Rat Man, depois eu falo dele) prometem que não haverá mais testes, e eles podem viver livres para sempre. Só que Thomas passou por muitas coisas, desvendou muitas mentiras deles para acreditar, e acaba se recusando a restaurar suas memórias, com nojo de si mesmo e medo de lembrar o que fez enquanto trabalhava para a WICKED. Thomas está mais sério, e já não tem tanto medo de enfrentar a WICKED. E ele tem mais um motivo para odiar a organização: (SPOILER) Newt, seu melhor amigo, é infectado pelo vírus da Flare (fulgor, really? Kill. Me. Now.), e pode perder sua sanidade a qualquer momento. Desculpe por este spoiler, mas foi necessário, você já vai entender.
Newt também acaba se recusando a ter suas memórias restauradas. E ao saber que está infectado pelo vírus, ele acaba se conformando. Ou melhor, aceitando, porque na verdade ele está mesmo é revoltado. Só que ele sabe que não adianta ele mostrar revolta assim, tem que fazer as coisas da forma certa, no momento certo. Ele não pode simplesmente sair por aí atirando e atacando os membros da WICKED. E ele ainda tem plena consciência de que seu estado é irreversível. E no caso dele, o processo está muito acelerado, não se explica porquê. Eu especulo que é por causa do que ele passou no Labirinto e no Scorch.
E Minho também não quer suas memórias restauradas. Minho também está mais revoltado com a situação, mas não perde o senso de humor sarcástico, que até contagia Thomas. E Minho também sabe que é preciso preparar as coisas para fugir, mas ele é mais impaciente que Thomas. E acaba dividindo a liderança com Thomas. Minho também é mais racional que Thomas, não deixa seu lado emocional levar a melhor, e sabe que às vezes tem que tomar decisões difíceis para um bem maior. O que não quer dizer que ele não sofra com isso.
Teresa por outro lado, junto com outros Gladers e também com as meninas do outro Labirinto, teve suas memórias restauradas, e precisa a todo momento provar a Thomas que nunca o abandonou e sempre esteve a seu lado. E isso não é uma tarefa fácil, devido ao tamanho de sua traição. Curioso (mas nem tanto) é que Thomas logo perdoa Aris pela participação na traição, mas não consegue perdoar Teresa. Óbvio, doeu bem mais vindo dela. E ela também sofre por isso, claro. Afinal, ela também foi um peão nas mãos do Rat Man. Mas ela acaba tendo suas convicções quebradas quando percebe que as promessas da WICKED são vazias. E daí ela luta com toda a força contra a instituição. Ela tenta desesperadamente se aproximar de Thomas, que mesmo com toda a resistência, não deixa de pensar nela. Só que há outro obstáculo aí.
Estou falando de Brenda. Ela se aproxima ainda mais de Thomas, e a química entre os dois vai crescendo. Ela não deixa de dar indiretas para Thomas, mas este ainda está muito ligado a Teresa para fazer alguma coisa. Não que ele seja indiferente, também não disse isso. E agora que descobriu que Brenda também trabalha para a WICKED (na verdade, não exatamente, foi um questão de sobrevivência), mas que ela odeia a instituição, e quer desbaratar os caras, Thomas confia plenamente nela. E em Jorge, que descobre-se também que trabalha na WICKED, mas está descontente.
E o Rat Man?, vocês devem estar se perguntando. Não me esqueci dele não. Ele já tinha aparecido brevemente no segundo, quando fala para os Gladers sobre a prova no Scorch. Ele na verdade se chama Janson, e acredita piamente nas provas e na busca da cura. E ele é capaz de tudo para isso. Tudo mesmo. Sua crença chega a ser fanatismo, e ele é um inimigo implacável.
Há outros personagens novos também, e outros retornam, mas não vou falar nada para não dar mais spoilers. Muitas surpresas esperam neste livro, que também é cheio de reviravoltas, e mais segredos são revelados. Algumas coisas são previsíveis, mas no geral o livro se desenrola de forma imprevisível. Coisas que eu achava que iam ocorrer de certa forma acontecem de outra, e outras eu já meio que saquei que fossem ocorrer, mas nada disso estraga o livro. A narrativa em terceira pessoa é envolvente, e este é com certeza o melhor dos três, e acaba com uma revelação surpreendente. Seria um cliff hanger para um próximo? Não sei, me pareceu que a história acabou. Só o que saiu foi uma prequel, que eu já estou lendo. Então, eu reforço, se você começou mas não se empolgou pelo primeiro, persista, porque o autor guardou o melhor para o final.
Trilha Sonora
Novamente Chasm, do Flyleaf combina com a história. Também Unknown, do Lifehouse, How to save a life (como eu não pensei nela antes?), She is e You found me, todas do The Fray e finalizando Everybody wants to rule the world, da Lorde.
Se você gostou de A Cura Mortal, pode gostar também de:
Jogos Vorazes – Suzanne Collins;
Divergente – Veronica Roth.
site:
natrilhadoslivros.blogspot.com