O lobo da estepe

O lobo da estepe Hermann Hesse




Resenhas - O Lobo da Estepe


475 encontrados | exibindo 211 a 226
15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 |


spoiler visualizar
comentários(0)comente



Jhons Cassimiro 07/11/2016

Como domar o lobo da estepe
É mais do que evidente que existe diferença entre ouvir Mozart numa sala de concerto e ouvir as mesmas composições através das ondas do rádio. Ouve-se o rádio pelos pequenos alto-falantes, e apesar de, em muitos casos o sinal ser transmitido via internet ? não havendo mais o chiado característico do antiquado meio de comunicação ? corre-se o risco do wi-fi cair e não ser possível apreciar as ricas melodias. Há também bastantes diferenças entre apreciar música clássica e música popular. Soaria pedante fazer comparações a respeito disto, uma vez que quem atribui peso e valor a estas diferentes vertentes, é cada um de nós. Correria o risco então, de ferir o gosto do leitor.
Não é razoável julgar e dizer quem está do lado mais valoroso. O mesmo se dá com a vida em seus diferentes aspectos. Qual a maneira correta de encarar as situações? Certamente há diversos caminhos. A vida não é sempre pomposa como um concerto de Mozart. Na maioria das vezes ela não é, mas não por isso se deve fechar os ouvidos e a alma aos outros milhares de sons e sentimentos.
Pensando de maneira diferente, Harry Harler ? o personagem principal do livro O Lobo da Estepe, do alemão Hermann Hesse ? leva uma vida embalada pela melancolia dos dias cheios de pensamentos que o corroem por não estarem de acordo com o que o cidadão comum costuma pensar (ou não pensar). Sente que apenas a morte o livrará do tormento que é viver em um mundo onde as pessoas não dão valor à filosofia e agem de má-fé em relação a sua liberdade de fazer da própria vida ou do mundo, um lugar melhor.

O cidadão comum enxerga Harry como um coitado que está fora da sociedade, vivendo às margens, por não compartilhar sua presença no convívio social, por ter transformado sua personalidade semelhante à de um animal acuado que se isola nas estepes. O próprio Harry se autointitula lobo da estepe ao se ver como um animal extraviado que não encontra abrigo em ambientes de festas, superlotados, onde se toca música vulgar. Vê-se separado, de certo modo superior aos outros homens, levando a vida como um drama épico, cercado por livros de filosofia. Enxerga o mundo de maneira dicromática. É preto ou branco, lobo ou homem. Oscila entre esses polos e encontra-se angustiado perante tal situação.
Seu pensamento e modo de viver encontram razão ao se observar a defesa que o personagem faz ao longo do livro. Ao se deparar com almas semelhantes à sua, reconhecem-se como em um espelho. Critica o fato da maioria das pessoas viver sem pensar, sem se voltar para dentro de si. E justamente por isso viverem felizes com a comida e a bebida, o café e o tricô, o jogo de cartas e a música de rádio. Quem aspira outra coisa e traz em si o heroico e o belo, é considerado louco.
Apesar do potencial que existe em cada um, a vida "obriga" o indivíduo a agir de acordo com padrões de normalidade, uma vida enquadrada em regras preestabelecidas, fazendo com que aqueles que dispõe-se a pensar mais a fundo, enveredem-se para caminhos infelizes como um casamento por dinheiro ou até mesmo ao suicídio.
No mundo dito real não há lugar para sonhadores. Resta o lamento.
A razão de seu pensamento começa a declinar ao entrar em contato com Hermínia, uma versão feminina de um suposto amigo seu, mas que certamente encaixa-se como uma versão feminina de si mesmo. A jovem o conduz ao ?mundo real? e tenta fazê-lo perceber que é necessário dar mais leveza aos dias, ficar feliz com as pequenezas do cotidiano, coisa tão criticada por ele.
Após exercitar seu lado ?normal? durante um tempo, incentivado por novas amizades, reconhece que o indivíduo não é apenas composto pela simples divisão de lobo e homem, mas sim, portador de inúmeros polos. Percebe que pode atingir a maturidade ao entender uma forma melhor de jogar a vida. Mudara sua conduta, apesar de ainda existir dento de si o lobo da estepe.

Não estava totalmente errado ao criticar anteriormente o burguês, que não se dedica à reflexão. É só através da imaginação que o indivíduo é levado a enxergar que existem diferentes caminhos, mas só é possível percorrê-los a partir do momento em que se deixe de lado o excesso de juízo, dando lugar ao riso. Ao se levar muito a sério, deixa-se de ouvir as músicas diferentes, de sentir a riqueza do viver. É vital ir para avenida, desfilar a vida, carnavalizar. Enxergar as diferentes personagens contidas em cada alma humana, procurar eternamente as mutações em si mesmo, conduzindo-se à imortalidade.
O livro opõe-se ao mundo monocromático daqueles que buscam na solidão, o refúgio e sustentação de seus pensamentos e sonhos. Anseia mostrar uma possível saída através do pensar voltado pra diferentes possibilidades, onde o mundo é multipersonalístico.
?É necessário aprender a reverenciar a ?música de rádio da vida? e ver o espírito que existe por detrás dela e rir-se da confusão que há na frente.? (Hermann Hesse)
comentários(0)comente



Paulo.Victor 10/03/2023

O livro mais fraco de Hermann Hesse?
De todos os livros do autor que li até agora, este foi o único que me deixou bastante incomodado. Achei o formato estranho, desde "o tratado do lobo da estepe" até mesmo os escritos de Haller, excessivamente maçantes. Não é definitivamente um livro ruim, tem suas partes boas, principalmente sobre o que fala no tocante à diversidade da personalidade humana. Acho que faltou um desfecho melhor na história, acaba muito abruptamente, cheio de psicodelia barata.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Bia 24/05/2022

O tropo do burguês insatisfeito?
Hermann Hesse já alertou: pessoas mais velhas provavelmente compreendem melhor o sentido da obra. Talvez eu tenha entendido tudo errado, mas minha identificação com esses personagens e essa história foi instantânea. É um livro que tem como ponto de partida o cansaço, o tédio, a desilusão; através de um personagem extremamente contraditório em suas negativas à vida burguesa na qual está imerso, tão idólatra quanto abnegado de si, reencontrando a vida. Isso, complementado por uma narrativa bastante bem ambientada, consegue nos transmitir a loucura e a angústia de se permitir uma existência múltipla.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



nanaths 11/08/2023

Não entendi nada ao mesmo tempo que entendi tudo, fiquei lelé da cuca e abri minha cabeça pra mil coisas diferentes, só sei que Hesse é um gênio e isso basta.
comentários(0)comente



helena 26/07/2022

então é esse o livro favorito dos fãs de fight club e taxi driver!

infelizmente faltou algo para se tornar um favorito...
comentários(0)comente



Ana Paula Carretiero 15/07/2023

O autor utiliza diversas metáforas para ilustrar alguns questionamentos sobre a vida. Algumas me tocaram bastante, outras nem tanto e outras ainda talvez não tenha entendido ou assimilado bem.
Como sugere o próprio autor no posfácio e o tradutor Ivo Barroso no prefácio, é um livro que precisa ser relido pelos leitores quando estes alcançarem a meia idade, já que Hermann Hesse o escreveu no auge de seus questionamentos dos seus 50 anos de idade.

Importante destacar as palavras de Ivo Barroso: ?Embora o livro trate de enfermidade e crise, ele não conduz à destruição e à morte, mas, ao contrário, à redenção?.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



boemillys 05/03/2021

tão mágico quanto o teatro
Fantástico! E foi somente ao ler o posfácio que descobri não ser um livro para a minha idade, embora famoso entre jovens leitores. E e esse livro acabou me entregando essa experiência estando eu na idade errada, não consigo imaginar que aventura fantástica será lê-lo em alguns anos. Certamente um favorito da vida, que me levou encontrar em mim respostas para as perguntas que jamais me ousei dirigir. Ansiosa por ler mais de Hesse.
Jéssika Leal 31/07/2021minha estante
Esse livro é sensacional. Já está no meu top 10. Quase terminando ele e muitas reflexões, muitas mesmo. ?




Babi.Suemi 07/04/2021

Me perdi um pouco na leitura
Acho incrível que o livro tenha sido escrito há tantos anos atrás mas não trasmita isso no geral. É um livro bastante instrospectivo na mente e sentimentos do personagem principal, não tem muita descrição de seu entorno. Confesso que fiquei bastante interessada e envolvida até a metade, mas no final me perdi na leitura e terminei com um grande ponto de interrogação na cabeça. Fiquei bastante aliviada com o posfácio do próprio autor, dizendo que o livro é confuso mesmo e que cada um tem direiro a ter a sua própria interpretação. Ele escreveu a obra aos 50 anos e afirma que é a melhor idade para compreender o desfecho. Daqui uns 20 anos lerei novamente!
comentários(0)comente



Denise.Marreiros 10/06/2021

Não foi uma boa experiência para mim.
Não consegui me identificar com o personagem principal, em alguns momentos me faltou paciência, em outros revirei os olhos e em alguns poucos momentos simpatizei com ele.

O início do livro pareceu promissor e eu realmente estava engajada, mas com o decorrer das páginas o autor que tem Harry como seu alter ego, me perdeu e não soube me reconquistar.

Entendo a importância da obra, entendo de verdade os motivos pelos quais as pessoas gostam dela, mas ainda não me tocou. Talvez a idade, experiência e os pensamentos conservadores de Harry tenham me afastado dele...

Vale a leitura? Claro! E até uma releitura, num futuro muito,muito mas muito distante.
comentários(0)comente



Yanka 25/06/2021

Harry é o típico homem insuportável que se acha único e superior em tudo, o incompreendido, intelectual, complexo, que diferente de todos, sente e vê as coisas de uma maneira singular.

E tudo isso cai por terra quando a dona do livro, Hermínia, aparece em cena. Ela compreende todas as questões que Harry levanta mas consegue lidar com todas de uma forma muito adulta, e a ironia é que enquanto ela é uma jovem de pouco estudo e sem boas condições, Harry é um intelectual de meia idade com uma percepção limitada.

Ao longo do livro acompanhamos várias momentos nos quais Hermínia dá choques de realidade em Harry, ela o faz refletir profundamente sobre questões filosóficas e sobre como o protagonista é autocentrado. Até chegar ao momento em que ele desenvolve um tipo de dependência emocional, pois Hermínia é quem faz o mundo dele acontecer durante algumas semanas.

O livro tem bons momentos e outros que são maçantes, principalmente quando somos obrigados a ler os monólogos infinitos do Senhor floquinho de neve. Destaque para a cena do jantar que é ótima.

Enfim, é um protagonista insuportável de se acompanhar, isso faz com que a leitura seja difícil, não pelo conteúdo mas pela antipatia que senti ao acompanhar os pensamentos prolixos de Harry.
comentários(0)comente



475 encontrados | exibindo 211 a 226
15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR