Os espólios de Poynton

Os espólios de Poynton Henry James




Resenhas - Os Espólios de Poynton


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Lista de Livros 22/12/2013

Lista de Livros: Os espólios de Poynton - Henry James
“Ela podia facilmente perceber como devia estar tudo errado quando um homem tão preparado para ser um herói, era desprovido de coragem.”

“Ah, a verdade: havia um limite à impunidade com o qual se poderia fazer malabarismos com este valor, que em si, nunca se alterava.”

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Ronnie K. 13/04/2009

Acho impressionante a capacidade que Henry James tem, sobretudo em seus contos e novelas, de nos fisgar completamente já nas primeiras linhas. Porque, como já disse anteriormente, ele em geral nos põe centro de algum acontecimento, sem apresentação de personagem ou de cenários, o que vai sendo feito aos poucos, porém sem demorar muito.

Nesse Os espólios de Poynton, bastam simplesmente 2 páginas e meia para não apenas nos por a par de toda a atmosfera que dominará a narrativa como para não nos fazer mais largar o livro. Isso para mim se chama maestria, ou genialidade. E olha que o estilo nessa fase dita "madura" do escritor, é extremamente rebuscado. Frases longas e elegantes, porém de uma fluência maravilhosa. Henry James era sobretudo um grande retratista, um grande criador de persoangens. Tinha imensa habilidade (e prazer, diria) em vasculhar os recônditos de suas criaturas, fazendo-lhes minucioso exame de consciência, acima de tudo. Os personagens de James sempre monologam acerca dos prós e contras das situações em que estão metidos. Na verdade eles é que comandam as narrativas. Aqui temos um embate entre quatro figuras em torno da posse e usufruto de uma bela mansão de campo com sua magnífica coleção de obras de arte. Coleção que o velho casal levou anos e anos de meticulosa adquirição. Tudo baseado no bom gosto e no conhecimento que eles possuíam. Porém o velho morre, e a herança, segundo as leis britânicas da época, há de passar completamente às mãos do único filho do casal, um sujeito que não está nem aí para a beleza, importância e o valor dos tais espólios, deixando a viúva sua mãe sem nada. Mas o pior não é nem isso. O trágico é que o filho está apaixonado por uma moça competamente obtusa, mais ainda do que ele. A mãe então fará de tudo que estiver ao seu alcance para fazê-lo se casar com uma moça pobre mas requintada, que reconhece o valor da beleza dos objetos e sente a mesma repulsa que a velha senhora em relação à falta de valores estéticos que caracterizam os demais personagens da trama.

Como se vê, o fiapo de história é até banal, pífio. Porém Sir James transforma essa pobre matéria em grande e bela arte, em leitura saborosa e irresistível. Fiquei pensando enquanto lia a novela no tanto que os escritores tais quais os leitores se tornaram mais rasos e frívolos com o passar dos tempo. Essa novela, por exemplo. Foi escrita para ser publicada em capítulos em uma mera revista da época, em forma de folhetim! Para leitura ligeira e agradável dos leitores de antanho.
Dan 09/04/2017minha estante
Resenha maravilhosa! Parabéns! Concordo contigo, a Literatura está em crise atualmente. Não existem mais Henrys James por aí.




Felipe1503 23/04/2024

Meu primeiro Henry James
Romance com menos de duzentas páginas - a edição que li - com cerca de vinte e dois capítulos. Antes de compilado em livro, os capítulos foram lançados periodicamente na revista The Atlantic Monthly no final do século dezenove.

Meu primeiro Henry James. Conforme paratexto na capa de fundo da edição que li, "Os Espólios de Poynton" é obra marcante do início do James "maduro" em sua escrita.

Narrador onisciente em terceira pessoa, parágrafos extensos, caracterizados por descrições íntimas das personagens descritas, às vezes intercaladas com pouquíssimos diálogos.

Aprecio o estilo utilizado. Poderia ter sido uma leitura maçante, entretanto consegue ser fluida. Há uma posse em Poynton, cujos objetos são o maior valor de Mrs Gereth, há seu filho, Owen Gereth, que poderia se casar com Fleda Vetch, a pretendente favorita da mãe(porque ela gosta de objetos de Poynton, seria uma nora zelosa), porém há as espalhafatosas Mona Brigstock e mãe para causar conflito sobre quem ficará com Poynton através do matrimônio com Owen Gereth.

"Os Espólios de Poynton" possui uma excelente adaptação feita no começo da década de mil novecentos e sessenta pela emissora BBC. Um telefilme e/ou minissérie dividida em quatro partes com total de aproximadamente duas horas e cinquenta minutos. Está disponível completa pelo Youtube, porém sem legendas, também dividida no site Archive, tampouco há legendas naquela página. Adoraria revê-la entendendo mais as falas! Meu nível de inglês não me ajudou nesta tarefa.

Enfim, para alguém que não conhecia nada do autor, este livro me deu uma boa apresentação. Espero ver mais resenhas aqui no Skoob.
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Lela Tiemi 17/06/2009

Fleda Vetch e Mrs. Gereth se conhecem em Waterbath, residência dos Brigstock, e tornam-se amigas por desprezarem o lugar que consideram de uma decoração de extrema feiúra e mau gosto, com ornamentos ordinários e sem valor. A recente viúva, Mrs. Gereth, decide então levar sua nova amiga Fleda para Poynton – residência que está prestes a deixar, pois após a morte do marido passou a pertencer a seu filho, Owen Gereth – para mostrar a sua vasta e valiosa coleção de objetos de arte que por toda sua vida dedicou a colecionar. Para Mrs. Gereth pior do que ter que deixar seus preciosos objetos é imaginar que cairão nas mãos de uma Brigstock: Mona Brigstock está noiva de Owen e a Mrs. Gereth nada agrada a perspectiva deste casamento já que acredita que tal noiva destruirá com sua vulgaridade o santuário que dedicou todos os seus talentos para decorar. Lutará então bravamente para que seus valiosos objetos não caiam em mãos erradas e o casamento não aconteça, já que Mona recusa-se a casar sem que a residência esteja completa, com todos as suas relíquias. Começa então a guerra entre mãe e filho pela posse dos objetos, e Fleda que está entre o fogo cruzado fica dividida entre a lealdade a sua amiga Mrs.Gereth e a sua paixão oculta Mr. Owen Gereth, que não passa de um jovem honesto e um tanto ingênuo, manipulado pelas mulheres que o cercam.

Minhas impressões com relação aos personagens mudaram conforme avancei a leitura. Primeiramente, Mrs. Gereth me pareceu futil, Mona Brigstock uma interesseira e Fleda uma dissimulada. Porém no decorrer da história essa minha visão foi destorcida pois fica evidente que o valor dos objetos para Mrs. Gereth é essencialmente sentimental e a tal ponto que torci por sua vitória. Fleda é exageradamente escrupulosa o que só torna as situações mais difíceis e sofríveis para ela mesma. E Mona, acredito que seu interesse não era realmente os objetos, e sim que, para ela significava apenas um questão de poder e honra sair vitoriosa.
Além disso, o desfecho de James para a história - como não poderia deixar de ser já que se trata de tal autor - é surpreendente.
Henry James tem uma maneira sutil de escrever e descrever seus personagens. As relíquias que são o centro da intriga mal são descritas por ele. O livro retrata a questão de posses e aquisições, além de ser uma critica as leis inglesas do séc. XIX que não beneficiavam a mulher.
Nani 18/01/2013minha estante
Obrigada pela resenha. O resumo do livro na descrição dele é muito parco de informações e não dá para saber exatamente do que se trata a história.




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