daniela742 05/05/2024
Apesar desse livro apresentar uma escrita simples e informal, trata de assuntos muito complexos, o estupro e o abraço.
O estupro vivenciado, escondido e narrado por Cristina, ocorreu na infância, quando sua inocência e falta de consciência sobre a dignidade do seu corpo fizeram com que a história do ocorrido permanece-se apenas no seu inconsciente, no lado avesso de sua cabeça, os sonhos, onde surge a Clarice.
A Clarice por sua vez é uma memória, um acontecimento, uma saudade, uma suposição mas principalmente ela é um mistério, que por ter uma dimensão tão fantástica na vida de Cristina, acaba se tornando uma obsessão.
Nessa história há também vilão(vilões), cada abusador de Cristinas, é como a figura do palhaço que surge do meio para o final da narrativa, um covarde, com emoções e atitudes manipuladas, cuja aparência serve exclusivamente para seduzir e encantar as vitimas (expectadoras).
Cristinas e Clarices são reais, Homens da Água também, a culpa que permeia e adoece a mente de cada uma dessas mulheres necessita de um cuidado e atenção que também é apresentado por Lygia, o abraço.
O abraço dualiza e se confunde com o abuso sofrido por Cristina, enquanto o Homem da Água possui um abraço firme e mobilizador, o abraço da mãe tranquiliza, o abraço da Clarice em sonho é uma ferramenta de autocuidado criada pela mente da Cristina.
?O abraço? é uma narrativa necessária, pois a voz de Cristinas no mundo todo, são necessárias, esse livro é uma denuncia e um suporte. Lygia emociona e choca em cada nova página.