jumorgensten 03/05/2019
A obra tem Raimundo como personagem principal. Ele foi criado somente pelo pai no interior do interior do Mato Grosso. Humilde e sem estudo, tudo muda quando o advogado Olavo Rangel consegue encontrá-lo.
Então Raimundo descobre que é Geraldo, muito rico, com posses e é de uma família tradicional em São Paulo. Também que sua mãe (Carolina) tinha falecido e com isso ele assumia o controle de absolutamente tudo.
A partir de então acompanhamos Geraldo na sua nova vida em todos os aspectos. Seus novos hábitos, roupas, linguagens, comportamentos e por aí vai. Ele, ao chegar e por não ser materialista, foca em saber o que aconteceu por ser afastado de sua mãe e o pai ter ido morar no mato.
Durante a narrativa, conhecemos seus parentes como o irmão de Euclides, Dr. Marcondes, sua mulher Renata e seus filhos Maria da Glória e Jorge. Além de Lucila que liga todas as fases da história e que foi muito amiga de Carolina. Inclusive ela é uma das partes espirituais da obra.
Intercalando com a nova vida de Geraldo, aparecem as questões mediúnicas tanto do personagem principal quanto dos "coadjuvantes". Inicialmente é de uma forma bem sútil e se torna intensa e presente ao decorrer dos acontecimentos.
O livro tem sua base no que acontece no passado e suas consequências no dias atuais. Como é o caso de Aurora, uma das protagonistas da tragédia antigamente, que vive se remoendo de culpa e vê a filha (Maria Luisa) começar uma amizade com Geraldo. Ou seja: Duas pessoas inocentes, sem saberem do que aconteceu, ligados por um mesmo drama.
Com o passar do tempo o causador da primeira tragédia, aparece novamente. E Geraldo acaba sendo o "dejá-vu" do próprio pai. Até que tudo é resolvido e esclarecido.
Dois pontos poucos comentados são abordados nessa obra: A primeira é o dom musical que muitas pessoas tem sem saberem e o contato mediúnico de encarnados adormecidos voluntariamente.
A leitura é leve, fluída e vai crescendo ao longo das páginas. O texto é entendível a todos. Para quem gosta de Espiritismo no cotidiano e na prática é um prato cheio.
E apenas quero colocar Lucila em um potinho. Como faz? Quanto aprendizado, calma e sabedoria.
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