EduardaMarquess 18/09/2023
Confesso que inciei a leitura com um tanto de receio, pois folheando notei ser bastante diferente do filme (que já assisti dezenas de vezes, sem exagero, de tanto que gosto, apesar de não curtir uma ou outra cena). Contudo, decidi ler, buscando apreciar, apesar de não conseguir evitar algumas comparações. Para minha supresa, mesmo com as claras distinções e a distância, até mesmo temporal, e, consequentemente, social, gostei muito da obra. Osmar Lins escreve de maneira excelente, desenvolve bem os personagens secundários, não se estendendo tanto, pois nem faria sentido por de tratar de uma peça dividida apenas em 3 atos, nem de moto tão curto que deixe solto e não estabeleça a relação devida com Leleu, o prisioneiro, personagem principal. Meu personagem preferido no livro foi o velho, o carcereiro Citonho. Como Pernambucana, considero essa simples obra, valorosíssima em termos culturais, pois o autor, também pernambucano, coloca de maneira bem orgânica expressões e situações bem típicas do nordeste, mas que fazem sentido para qualquer público. Outra coisa importante destacar, é a mestria com que ele traça um enredo que o leito pode não concordar com a moral expressa (como é meu caso) mas ainda assim se envolver e apreciar o texto.
Para quem quer uma leitura leve, cômica e fluida, esse livro cairá muito bem.