Fedro

Fedro Platão
Platão




Resenhas - Fedro


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Dani 14/04/2024

Conheceis a verdade e a verdade vos libertará
Logo nas primeiras páginas do livro nos é apresentado o porquê ler Platão pode ser uma leitura desafiadora, devido ao anacronismo e as traduções. No contexto histórico de Fedro acontecia a transição da oralidade para a escrita e Sócrates possuía receios quanto a leitura que é demostrado no percurso do livro e no final conseguimos compreender integralmente os perigos da leitura e das palavras.
O filosofo apoia seus argumentos em questões que até hoje são válidas, como o receio das diferentes interpretações a depender do limite de conhecimento de quem está lendo; a escrita reforçar apenas uma aparência de sabedoria; a escrita não ter utilidade quando se quer aprender algo, visto que, ela não pode responder as suas dúvidas; não pode se defender quando é criticada etc., é apenas algo informativo e segundo Sócrates, a sabedoria não é um acumulo de informações, possui uma profundidade.
O receio das diferentes interpretações a depender do leitor, pode-se compreender pelo exemplo das diferentes interpretações da Bíblia, como a partir daí criaram-se linhas de pensamentos diferentes, e como algumas pessoas a utilizam como justificativa de preconceitos, viés políticos e estilo de vida, sem pesquisar o cenário histórico que levaram a certas falas e decisões. Um exemplo dentro desse exemplo, seria lideres religiosos usaram passagens bíblicas acerca da cura através do óleo e assim reproduzirem um discurso de cura pelo óleo ungido e a afirmação do abandono ao tratamento médico, baseando-se apenas pela fé. Porém, no contexto dessas passagens, o óleo era o remédio da época, logo, de acordo com a passagem o fiel deve pedir a cura a Deus, porém continuar a tomar os seus remédios.
E a partir daí o leitor consegue entender as outras ressalvas, como a escrita reforça apenas uma aparência de sabedoria, uma vez que, certas pessoas apenas leem um livro apenas para demostrarem publicamente, seja através do skoob, tiktotk, instagram, que é um leitor, porém quando se conversa com tal pessoa, é provado que não houve a compreensão real do que o autor disse, porque além de ir de acordo com a interpretação do leitor, a leitura foi feita apenas para o status de sábio. Logo, assim como afirma ao final desta edição, o leitor de Fedro não adquiriu conhecimento e sabedoria, apenas foi informado e instigado pelo conhecimento. É exatamente isso o que os livros nos trazem, a sabedoria vem através de pesquisas, estudos, dialética com professores e outros pesquisadores.
Seguindo a análise do contexto histórico, é passível relembrar que naquela época não existia heteronormatividade, desse modo, não havia o momento em que se descobria como homossexual, ou seja, hoje quando uma pessoa se descobre gay, ela entra em conflitos internos que na maioria das vezes é motivado por medos sociais que são reforçados desde a infância quando há a dedução que ela será hetero, na época não existia essa dedução, possuía-se a visão de naturalidade uma pessoa sentir-se atraída seja pelo gênero oposto, seja pelo gênero igual.
Então, nas relações interpessoais masculinas no contexto platônico, havia uma admiração e aprovação masculina (que se arrastada até os dias atuais) que se davam pelo prazer carnal, mas também de forma mais profunda, que era a passagem de conhecimento feito entre um homem mais velho para o mais novo, e ali além do sexo havia também a reprodução do belo psíquico.
De acordo com essa relação, Fedro seria o pupilo de Lísias, e o objetivo de Sócrates era de converter Fedro a dialética e passar de pupilo para tutor. Ao caminhar do livro, Sócrates usa a retórica e a dialética para persuadi-lo, e ao final fala sobre os seus métodos e de outros conhecedores de tal arte. Logo, para analisar esse texto complexo integralmente, deve-se examiná-lo de ordem não cronológica e começar pelos métodos e como ele o aplicou.
Fedro defende que um bom orador não precisa ser conhecedor profundo do assunto abordado ao discurso, apenas parecer ser conhecedor e ali garantir a persuasão da massa a depender das crenças de seu público, possuindo uma visão astuta de manipulação. Sócrates por sua vez defende que para ser um bom orador deve se conhecer a fundo o assunto, a verdade e a alma da audiência, porque consequentemente, aquele que se diz orador e não se baseia na verdade e se baseia em opiniões, está fadado ao fracasso.
É preciso então entender sobre o assunto, a verdade e a alma. Ao início do diálogo, o filosofo rebate o discurso de Lísias sobre amor, e expondo o profundo conhecimento sobre o amor produz dois discursos mostrando os pontos de incoerência de Lísias.
É citado o amor dos deuses, sobre como funcionava a relação entre o pupilo e o tutor, além da fábula que o amor carrega e conduz a um olhar realístico, discorrendo que devido as relações não serem monogâmicas, há disputas entre amantes pela atenção do amado, e essa disputa se torna algo pessoal que pode comprometer outras áreas da vida; há também alguns amantes que preferem amados lhe seja inferior de algum modo, para que assim não haja resistência a oposição; há a possibilidade do tutor querer impossibilitar melhores experiencias ao pupilo por temer ser desprezado, como esconder-lhe a verdade para que o menino não se apaixone pela divina sabedoria e não se torne um homem por completo e queira abandona-lo etc., e assim o tutor se torna um doente de amor.
Dito isso, Sócrates usa esses argumentos para dizer que os doentes de amor são elevados a esse estado porque focam na atração carnal, e apoia-se no que diz a sacerdotisa Diotima, que o amor também é a carência de reprodução do belo psíquico que produz o progresso da alma através da educação do desejo.
O desejo é algo atrativo, bom, visto como ponto positivo, educar o desejo é educar aquilo que você enxerga como algo bom, logo, quando alguém educa o outro, ele possui a intenção de direcionar os desejos de uma pessoa para que se alinhem a valores morais e sociais considerado plausíveis. Então compartilhar a forma como você enxerga o mundo e cultivas as virtudes e valores que podem promover o desenvolvimento pessoal e crescimento daquela pessoa é uma forma de amor e isso é a reprodução do belo.
Diotima ainda versa que a reprodução do belo psíquico é a única forma de imortalidade acessível a um ser humano, e assim urge a máxima ''pessoas morrem, mas as ideias são para sempre''. Vivendo em uma sociedade culturalmente cristã, o maior exemplo explicativo para essa afirmação é Jesus. Ele morreu, mas suas falas, ideias e conceitos estão presentes até hoje em em diversas sociedades. E chegando até aqui com todos esses argumentos e significados minuciosos pode-se chegar a conclusão de mais um equívoco que alguns líderes religiosos possuem atualmente quando cita uma passagem em Hebreus na qual diz que a palavra é viva, usando essa passagem por um olhar justificativo de que ''hoje podemos ler algo na bíblia e ter esse entendimento, mas amanhã podemos reler e ter outro entendimento'', porém o conceito de manter-se vivo a época não era pelas interpretações e sim porque sua ideia foi tão forte e sabia que se mantém por gerações.
Ainda durante o caminho da persuasão, Sócrates defende que dentro da constituição do amor, há o progresso da alma e entender como a alma funciona é importante tanto para essa persuasão, quanto para a importância do orador conhecer o seu público.
A alma no contexto platônico se baseia na alegoria da biga alada, na teoria tripartite da Alma e o mundo das Ideias. São conceitos complexos e interligados porém que de forma resumida e didática é: a alma é partida em 3 e representada por um homem que controla dois cavalos, o homem representa a razão (logos), um dos cavalos a racionalidade (espírito) e o outro os desejos e necessidades físicos e materiais (apetite). Porém, para que essas três partes se juntem e faça sentido integralmente, elas precisam entrar em um corpo humano. A teoria das Ideias diz que essas almas vivem no mundo das ideias antes de adentrarem a um corpo, ou seja, antes do mundo físico, existe o mundo das Ideias. Para que o ser humano exista, ele terá que ser gerado (gravidez) e daí a alma será integral e viverá no mundo físico, mas antes disso as almas estavam em um mundo que não foi preciso ser gerado e há imortalidade, porque são ideias.
Uma analogia recente dessas teorias é o filme Barbie, onde a Barbieland era o mundo das Ideias, e de acordo com a alegoria da caverna, a Barbie vivia dentro da caverna e só enxergava o reflexo da caverna, ou seja, o que ela acreditava que o mundo real de fato era, uma vez que, ela acreditava que a Barbie havia resolvido todos os problemas femininos no mundo por causa da Ideia Barbie e assim que ela chega ao mundo real, ela entende que não é bem assim que o ser humano funciona.
No mundo das ideias, Barbielandia, ela não tem a necessidades (apetite), que é demonstrado quando ela come e a comida não é de verdade, o único sentimento que tem espaço nesse mundo é a felicidade, e assim que ela pensa em morte se torna um assunto sensível e polêmico, porque no mundo das ideias onde tudo é perfeito e há a imortalidade, não existe a necessidade de racionalidade (espírito).
Quando a Barbie veio para o mundo real, as três partes da alma fizeram sentido e assim ela se tornou Barbara, como revelado ao final do filme durante uma crise de identidade em uma conversa com sua criadora. Barbie não se sabe se é boneca ou humana porque a ideia não sente as necessidades e emoções que ela vinha sentindo desde o momento em que pensou na possibilidade de morte.
Ruth ainda explica para Barbie que ''ideias vivem para sempre, humanos morrem [...] as pessoas inventam ideias, como a Barbie, porque viver é desconfortável'', e a partir desse desconforto que é sentir necessidades, se descobrir um ser racional e entender a razão em si, Barbie entende ela é um ser humano, ''não é algo que eu queira ou tivesse que pedir permissão? Eu só sou?''
Enquanto a Barbie é uma ideia, ela é perfeita, produzindo contrastes negativos as mulheres que vivem no mundo real pela busca do padrão de beleza idealizado, assim que a Barbie se torna Barbara aparecem celulites, estrias etc. e ela atinge o entendimento da imperfeição.
Voltando ao conceito de amor segundo a sacerdotisa Diotima que o amor é a carência de reprodução do belo psíquico que produz o progresso da alma através da educação do desejo, entende-se que o amor é a vontade de passar conhecimentos para o seu amado em uma tentativa de que ele possa amadurecer e obter um crescimento pessoal, ou seja, aprender a controlar as rédeas dos cavalos, controlar os impulsos, as necessidades, emoções e racionalidade de acordo com o que enxerga como certo. Não é apenas atração física, mas é também aconselhar, ser companheiro, mostrar o caminho plausível de conduzir a vida.
E partindo dessa profundidade sobre Alma, o pensamento socrático diz que o discurso é forma de conduzir a alma, ou seja, o discurso tem o poder de mudar as formas que o homem controla as rédeas dos cavalos assim que atinge o ponto persuasivo, logo, a parte da alma que é representada pelo homem é conduzido pelo que o orador disse. Por esse motivo que o discurso é algo perigoso, e segundo as palavras do filósofo ''um orador ridículo capaz de confundir um asno com um cavalo, mas com boas intenções é menos nocivo do que outro que é esperto e explora a ingenuidade da audiência com más intenções''.
Seguindo a afirmação de que o orador precisa necessariamente entender de forma profunda o assunto discursado, Sócrates afirma que para se ter uma boa oratória, o orador conduz o ouvinte a abandonar a opinião inicial de tal questão através de uma apresentação de coisas semelhantes e seguindo passos imperceptíveis e de modo astuto, a audiência é conduzida e quando menos se dá conta abandona a opinião inicial.
No texto são apresentados mais de uma forma de como fazer essa condução, que pode ser através de testemunhos, indícios, verossimilhanças, repetições, máximas etc., porém Sócrates enfatiza que tal condução pode ser feita pela reunião de conceitos de coisas dispersas e distintas definindo-as e pondo-as em uma divisão, e logo depois fazer o inverso, mostrando as afinidades entre si e difundindo seus significados. O pensamento socrático diz que a persuasão é uma ferramenta que faz com que coisas distintas se tornem semelhantes, e a partir daí cria-se uma convicção do que foi dito pelo público, sem estabelecer um compromisso com os vínculos reais, e ele afirma que o público prefere acreditar no que parece ser verdadeiro do que o verdadeiro, prefere acreditar nas probabilidades. Inclusive, esse pensamento traduz todo o livro 1984 de Orwell.
Um exemplo no Brasil atual para se compreender melhor como funciona essa persuasão, é perceber como as religiões que originalmente pregam sobre o amor adotaram pautas políticas que são contrarias ao significado do amor. Entender como líderes políticos e religiosos pegaram as características de amor e ódio que são distintos e as tornaram semelhantes e assim fazer os fiéis adotarem argumentos equivocados para a defesa de tais pautas baseadas em passagens bíblicas que são interpretadas de tal forma visando conduzir a massa para tal seguindo político, distorcendo completamente os significados verdadeiros daquelas passagens.
E no final, o conceito de João 8:32, conhecer a verdade não é somente sobre conhecer Deus, mas sim sobre o que originalmente a bíblica prega, que é reforçado por Sócrates ao final do livro sobre conhecer a verdade quando finalmente atinge o objetivo quanto a Fedro.
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Mimi 20/03/2024

É uma leitura difícil, cansativa.
Porém, se conseguir passar por essas barreiras verá que a leitura vale a pena

Não é meu estilo de leitura.
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Marco449 05/03/2024

Fedro
Tenho tantas coisas a dizer que deveriam ser escritas num ensaio. Como aqui não me cabe, deixo alguns tópicos: que o amor é uma loucura; que a loucura é algo divino; que negar o amor é uma blasfêmia. A retórica nele tratada pouco me interessa, apesar da consciência (pesada) de que eu deveria...
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Dâmares Liberato 29/02/2024

É uma leitura um pouco cansativa e precisa de muita atenção para não se perder, mas a título de conhecimento é bem válida.
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wawaw 14/02/2024

Li o diálogo integral na tradução da Penguin. também dei uma lida por cima nos textos introdutórios e nos índices finais, parecem muito bons e me ajudaram a tirar algumas dúvidas.
Fiz menos um estudo sistemático da filosofia e mais uma apreensão das qualidades literárias com que os temas e os personagens são trabalhados. Leitura muito interessante, o texto é realmente genial.
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Suelli.coelho 10/02/2024

Nao entendi nada no começo e no final estava igual ao começo
Agora é esperar o video pra ver se consigo entender alguma coisa
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Marcia 04/02/2024

Minhas impressões sobre o livro
Platão, Sócrates... Grandes filosofos gregos que sempre ouvi falar mas nunca me aventurei por seus livros. Até agora kkk Viveram antes de Cristo e esse livro foi escrito por Platão por volta de 385-370 a.C.
Resolvi conhecer um pouco e me aventurar por esse mundo tão vasto e enriquecedor.
Quem já se aventurou pelo mundo da filosofia?
Nesse grau de filosofia, eu só tinha lido uma introdução através do livro "O mundo de Sofia" e confesso que preciso reler.
Mas voltando aos filósofos gregos, nesse mês me aventurei nesse livro.
Nessa história, encontramos um diálogo entre Sócrates e Fedro.
Eles começam a conversar sobre um discurso feito por Lísias. Socrates discorda de Lísias e expõe a Fedro sua visão sobre o assunto: o amor, a paixão, o viver com quem ama ou não.
O livro nos traz uma análise , uma investigação sobre a retórica e o amor. Vão dialogar sobre o desejo, sobre a alma, a loucura, arte, o universo, divindades e a importância da transformação pessoal que a filosofia provoca na alma humana.
O livro é curto porém muito complexo e precisei retornar alguns trechos algumas vezes.
Para mim, a leitura foi mais clara quando a fiz em voz alta. Fica a dica para quem se aventurar. A linguagem é mais rebuscada e nos desperta mais a atenção.
Na minha visão, visão de uma leiga, concordo com Platão em algumas partes, em outras não e discordo de Lísias.
No geral, gostei do livro, mas para mim foi uma leitura difícil, um tanto complexa e farei releitura.
Valeu!
Regis 08/02/2024minha estante
Estou doida para ler esse livro, e adorei sua resenha, Márcia. ? ?
Te indico O Banquete de Platão, acho que vai gostar.?


Marcia 08/02/2024minha estante
Obrigada! Irei ler, ja anotei pra ler nesse semestre.




Hey_Guga 26/01/2024

Sempre formidáveis obras platônicas.
Platão decora um diálogo formidável que, a princípio, delibera sobre se as vantagens de um jovem belo grego pendem para a amizade com um apaixonado, ou um homem negado de amores. Partindo de um discurso de Lísias, Sócrates define o amor, suas loucuras, suas vantagens, numa verdadeira profusão de pensamentos e diabética que perpassa sempre aquela filosofia ardente por pensar.

Neste jogo de oralidades, discursos, escritas, o belo das coisas, a arte das coisas, Sócrates e Fedro discutem sobre a mais bela e primorosa arte de se discursar, partindo da retórica, Sócrates demonstra os limites da técnica, seu teor escandaloso, político vicioso. Ao passo que demonstra a verdadeira arte da retórica: Aquela capaz de conduzir almas a partir das palavras.

Não era o modelo de resenha que eu faria de Fedro, pois este livro é fenomenal, um absoluto decoro da filosofia. Indico para qualquer um que queira sair do desleixo. Que possa parar um pouco e apenas pensar, sozinho de preferência.
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rayssadioli 07/10/2023

A leitura deste livro estava pendente desde o início do ano e, finalmente, eu a concretizei. Não foi uma leitura fácil, mas que valeu a pena todo o esforço para compreender o que estava sendo dito, uma vez que consegui obter um conhecimento mais aprofundado sobre a filosofia platônica.

Esse ano, como estou no último ano escolar, estou revisando as matérias já vistas e a filosofia platônica foi uma delas, mas de maneira muito rasa, de forma que senti curiosidade por buscar mais informação sobre e, como já tinha interesse em ler esse livro, como citado aqui anteriormente, achei que foi um momento ideal para realizar tal leitura.

Trata-se de um diálogo entre Sócrates e Fedro, em que Fedro lê o discurso de Lísias, e Sócrates, a partir de tal discurso, critica a retórica como meio persuasivo que não visa à verdade, mas apenas convencer o interlocutor. Além disso, Platão, por meio de Sócrates, mostra a divisão das almas e toda a questão da imortalidade e, para isso, ele utiliza a metáfora dos cavalos (um que representa a parte boa e o outro a parte ruim) e o auriga. Há também a concepção de amor para Sócrates (ou Platão), a clara preferência pela oralidade em detrimento da escrita, entre outras interessantes concepções que valem a pena serem lidas.

Obviamente, discordei de Platão em vários momentos, mas o objetivo desta leitura não foi buscar identificação, mas entendimento da filosofia platônica. Acredito que seria melhor eu ter começado por outras obras dele, mas só fui descobrir que seria melhor ter iniciado por outro livro quando eu já estava quase na metade deste, mas, mesmo com dificuldade, consegui acompanhar. No entanto, recomendo que quem tiver interesse em ler, busque informação antes de iniciar por determinada obra.
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Dumbo2.0 03/09/2023

Filosófico
Como sempre filosofia antiga é bem confusa, com uma linguagem rebuscada, que deixa a obra dez vezes mais difícil de se entender, li e fui ver vídeos sobre pra compreender melhor.
No final é um livro muito rico, que fala sobre mais do que amor, mas fala sobre alma, sobre fazer o certo, sobre ser puro e não burro.
Ainda assim, esses livros, não são meu tipo de leitura, só leio pela escola.
VictAria.Rossetto 24/10/2023minha estante
Habla lenda




Wilson 21/08/2023

Talvez a tradução não tenha ajudado
Li naquelas edições de bolso da Martin Claret, cujas traduções são de qualidade duvidosa. O livro é curtinho, pouco mais de 100 páginas. Trata-se de um diálogo entre Platão e o jovem Fedro sobre o amor, a alma, retórica e dialética. Talvez um dia eu leia em outra tradução, e a leitura venha a ser mais prazerosa e inteligível.
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Carol 07/05/2023

O diálogo aborda temas como a natureza do amor, da retórica e da alma. Se passa em Atenas, e começa com um encontro entre Sócrates e Fedro, um jovem estudante de retórica.

Fedro mostra a Sócrates um discurso que ele havia recebido de Lísias, um conhecido retórico, e os dois começam a discutir a arte da retórica. Sócrates argumenta que a retórica não é uma arte verdadeira, pois seu objetivo não é buscar a verdade, mas sim persuadir os outros a acreditar em algo, independentemente da veracidade do que está sendo dito.

Em seguida, Sócrates e Fedro iniciam uma discussão sobre a natureza do amor, em que Platão apresenta a ideia de que o amor é um impulso divino que leva o indivíduo a buscar a beleza e a perfeição. Sócrates afirma que o amor pode ser um meio de elevação da alma, desde que seja direcionado para o bem e a virtude.

Ao longo do diálogo, Platão apresenta sua concepção da alma usando a metáfora de uma biga puxada por dois cavalos, um bom (razão) e um ruim (desejo), onde o "cocheiro" seria o espírito (parte irascível). Essas partes estão hierarquicamente organizadas, sendo que a razão deve governar as outras duas partes para que a alma possa atingir a virtude e a felicidade.

O diálogo em vários momentos é engraçado, pois Sócrates fala em diversos momentos com ironia.
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annacsfraccaro 06/05/2023

Interessante
Mais um livro de um autor clássico, e eu achei interessante, essas literaturas clássicas são sempre um pouco mais complexas, mas vale a pena a leitura.
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Paulo 13/02/2023

A alma deve criar asas
Esta edição da coleção Clássicos da Penguin está primorosa. Além da excelente tradução de Maria Cecília Gomes dos Reis, a obra conta com apresentação e notas da tradutora, bem como com ensaio introdutório de James H. Nichols Jr. Em conjunto, essas explicações adicionais permitem a contextualização do texto no corpus platônico.
Apesar da polêmica quanto ao período de escrita do diálogo, penso que Fedro foi composto na última fase de Platão, pela maturidade e síntese dos temas tratados.
Sócrates se encontra com o jovem Fedro, fora dos portões da cidade, em uma belíssimo recanto natural. Inspirado pelas musas, Sócrates analisa o discurso sobre o amor feito por Lísias, que se encontrava em poder de Fedro.
A partir daí, são abordados temas recorrentes na obra do mestre da Academia: a retórica como condução das almas (com destaque para o fato de que o orador tem que conhecer a verdade sobre o que discursa e que a retórica tem por finalidade a realização do bem, belo e justo), a tese da imortalidade da alma, a filosofia como melhor forma de viver e a crítica da escrita como transmissora do conhecimento.
Retomando a explicação da forma tripartite da alma exposta na República, Platão nos apresenta o mito do auriga condutor da biga puxada por dois cavalos. O auriga seria a parte espiritual, o cavalo branco a parte racional e o cavalo preto a parte concupiscível da alma. Devido à relação conflituosa existente entre os cavalos, o ser humano vive em estado tensional em sua busca para recriar asas e alçar vôos divinos.
Fedro é um dos melhores diálogos de Platão e essa edição está primorosa. Recomendo fortemente.
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Ruan Ricardo Bernardo Teodoro 04/02/2023

Nessa obra o filósofo apresenta um diálogo entre Sócrates e Fedro na qual ambos avaliam o discurso do orador Lísias que falava sobre o amor (eros).

Após Fedro narrar o discurso a Sócrates, o filósofo indica que o discurso de Lísias possui muita retórica sofística, isto é, usa de várias maneiras para dizer uma mesma coisa sem chegar a conclusão alguma.

Desse modo, o diálogo segue Sócrates advogando por uma retórica dialética, ou seja, com começo, meio e fim, atrelada à verdade dos objetos e ao conhecimento da natureza das almas para atingir a verdadeira arte da psicagogia (conduzir pessoas). Em meio a isso, Sócrates apresenta seu próprio argumento sobre o amor, identificando-o como uma espécie de loucura divina. Ademais, ele faz um comentário sobre a escrita, a qual, para esse filósofo da tradição oral, é como uma muleta para a memória, incapaz de transmitir sabedoria (conquanto sabedoria é o conhecimento prático) e ainda mais de defender a si caso indagada.

Portanto, como defende Sócrates/Platão, a retórica pode ser bela se aquele que profere discursos agir de modo (com as técnicas necessárias) a agradar os bons mestres e de boa estirpe, e não aos outros companheiros de escravidão.

E, mesmo que seja árduo o caminho para tal arte do discurso, o filósofo nos anima: "Para quem empreende coisas belas, também é belo sofrer o que disso possa resultar" p. 135
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