Fedro

Fedro Platão
Platão




Resenhas - Fedro


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Shelly Migoto 05/12/2019

Bom
É interessante mas pelo menos no momento não é algo que eu tenha interesse em ler algo semelhante.
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Lucio 14/08/2015

Chame Sócrates para falar sobre amor e passearás pela filosofia...
Esse é mais um belo diálogo de Platão, demonstrando toda a sua competência estilística. Basicamente Sócrates se encontra com Fedro que estava encantado com um discurso de Lísias sobre o amor. Lísias defendia que deve-se prestar favores aos que não amam, e não aos amantes. Basicamente, defende que esse amor é uma loucura e é carregado de insensatez. Sócrates começa fazendo um discurso coadunando. Mas então, de súbito, muda de ideia, movido de temor pelos deuses a quem poderia ter blasfemado, e tece loas belíssimas ao amor. Ele observa que a premissa de que a loucura esteja envolvida torna-o mau é falsa, pois há espécies de loucuras boas, como a poética e a religiosa (inspiração). Daí observa um tipo de amor nobre e o distingue do amor mal. O discurso vincula constantemente conceitos mitológicos e filosóficos a tal distinção, e nota que o bem amado é a válvula que desperta a lembrança do verdadeiro Belo. Fala de tipos de amados conforme a personalidade dos amantes e hierarquiza tipos alma. O assunto da reminiscência vem à tona, bem como, naturalmente, sobre a natureza da alma. O Mênon e o Banquete são ótimos paralelos para complementar esses ensinos.
Depois de tudo isso, resolvem discursar sobre retórica, posto que Sócrates acusa o discurso de Lísias de mera retórica vazia. Há críticas aos sofistas e conclusões semelhantes às encontradas no diálogo Górgias. Basicamente se conclui que o bom discurso preza a verdade, e investiga-a com rigor, distinguindo as essências bem como as influências exercidas e sofridas pelo objeto de investigação. Além disso, o bom orador discerne os vários tipos de almas e os discursos apropriados para persuadi-las e comunicar-lhes virtude e sabedoria. É um caminho penoso e tortuoso o da verdadeira retórica, só seguido por quem tem alguma devoção.
Por fim, Sócrates fala sobre textos escritos e falados, e diz que os textos escritos são mortos, não podendo exercer a função da dialética, fertilizando a alma dos seus leitores. Os textos não podem nem mesmo prestar esclarecimentos ou defender suas doutrinas. É preciso um contato com o mestre. O bom texto só tem valor para relembrar o que foi aprendido pessoalmente com um mestre.

Com isso, percebemos que o texto trata sobre ética no assunto do amor; mas também trata de psicologia e antropologia filosófica; bem como retórica, lógica e filosofia da linguagem e da educação.
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Big Lui 10/03/2014

Livro interessante sobre o amor
Quando comprei esse livro em 2003, nem sabia que tratava desse tema, só comprei na época porque era de Platão e todo mundo falava muito bem dele. Depois de 10 anos (ano passado) finalmente eu li. Engraçado que gostei e deu para entender um pouco que estava passando na minha vida. Se tivesse lido na época, talvez nem tivesse gostado e achado um tremendo livro chato.
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Li 06/06/2012

para quem quer saber o que é o amor
Impossível encarar da mesma maneira a tarefa da escrita de um texto, a incumbência de proferir uma palestra ou ministrar aulas depois da leitura de Fedro, um dos discursos mais respeitados de Platão. Conhecido pela definição que traz do amor, é um verdadeiro manual de sobrevivência, de leitura imprescindível para todo jovem e adulto. Embora se trate de um texto argumentativo, que exige uma leitura mais atenta e o desenvolvimento de competências leitoras mais complexas, seu grau de dificuldade não impede que se eleja ao menos trechos para leitura e reflexão em sala de aula, pelas definições que traz não só do amor,mas também da arte da oratória e da escrita.
Sócrates, o orador do texto, tem a postura do homem honrado, que dá o devido valor e importância à elaboração do discurso, seja escrito ou falado. Após ouvir do jovem amigo a leitura de um discurso sobre o amor proferido num banquete por Lísias, um sofista, Sócrates conclui que não percebera nada que distinguisse aquele discurso de outros já proferidos por outros sofistas, superficiais e incapazes de contribuir para uma conceituação mais elaborada por parte dos ouvintes dos temas tratados. Para eles, os sofistas (assemelhados a alguns oradores, palestrantes, políticos e advogados de hoje em dia) não estavam interessados na verdade e sim na obtenção de favores, reconhecimento e riquezas, não hesitando em manipular as palavras e os argumentos em seu próprio favor.
Diante desse posicionamento, Fedro quer saber do amigo se este tinha a dizer algo superior ao dito por Lísias, para quem era preferível prestar favores ao não enamorado que ao enamorado.
É quando, após pedir pela assistência dos deuses, Sócrates inicia uma argumentação cuja estrutura é digna de atenção de todos os que aspiram ou necessitam aprender a escrever e proferir textos argumentativos. Primeiro aponta uma das falhas do discurso do sofista: não definiu o objeto do discurso, limitando por emitir uma opinião e repeti-las por várias vezes,
O que tornou o texto redundante. Pra Sócrates, faltou a definição do tema, no caso o amor. Começa então por dizer que o amor é desejo pelo belo. Mas como os não enamorados também desejam, surge o problema: como saber se o que se sente ou o que dizem sentir por você é amor?
Sócrates responde a questão situando o desejo existente em todo ser humano em dois impulsos: o desejo inato e o desejo guiado pela opinião que visa o que é melhor,ou seja, a temperança e a intemperança.
Quem ama filtra seus desejos, doma seus instintos, é capaz de se afastar se perceber o que sente corrompe a si e ao ser amado. Esse amor não é egoísta nem possessivo. É o amor ideal, já que não visa apenas o seu interesse, nem vê o outro como um objeto que lhe pertença.
É interessante notar como Sócrates retoma o mesmo argumento valendo-se desta vez da alegoria da carroça. Nela, a alma é dividida em três aspectos: o cocheiro, e dois cavalos alados, um é belo e bom, o outro é de raça ruim, sendo assim, conduzir nosso carro (a vida) é ofício difícil e penoso. A alma participa do divino, mas um dos cavalos se arremessa para baixo... É o que seria esse baixo? O sexo pelo sexo e suas conseqüências, a glutonaria, o alcoolismo, a ira, a falta de princípios e suas consequências para a sociedade.
Quem lê Fedro percebe de que se trata o amor platônico: é capaz de prescindir do sexo, é capaz de abrir mão da união como amado se concluir que essa não lhe convém. É um amor comedido, regulado pelo autocontrole, não é impulsivo nem inconseqüente, nem se perde em meio ao calor da atração.
Quantos são capazes de tal amor? Para se amar assim, somente quem capaz de ficar sozinho, se está na relação é para partilhar, não visa o proveito próprio.
A origem da escrita e o questionamento dos seus reais benefícios para a memória, a necessidade da apreensão da verdade para só depois se dedicar ao discurso, também são tratados no discurso. E sendo a verdade um dos temas centrais da filosofia, quem pouco dela sabe, se levarmos em consideração o que diz Sócrates, pouco serviço presta a quem o lê ou escuta. Nos dias de hoje, qual a pertinência da filosofia. Para Platão, toda possível.
Imprescindível para quem quer saber o que é o amor, para quem quer aprender a escrever, para quem quer aprender a pensar.
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Durval 06/11/2011

Amor, retórica, dialética
O diálogo Fedro é um dos mais belos textos de Platão. Ele começa com um discurso do sofista Lísias sobre o amor, segundo o qual o melhor amante é o que não nos ama. Sócrates encontra algumas falhas formais nesse primeiro texto, que ele procura superar num segundo discurso com a mesma tese. Então Sócrates diz que essa tese é uma inverdade, que é uma ofensa aos deuses, e faz um terceiro discurso sobre o amor, mostrando que é melhor amar que ser amado. Depois disso, o tema do diálogo passa a ser o discurso em si, e então Sócrates defende a superioridade da dialética sobre a retórica, como forma de buscar e mostrar o verdadeiro conhecimento.
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Fátima Lanna 25/04/2009

Entusiasmo coribântico, não !!!
Desde as primeiras linhas de Fedro que eu tive aquela sensação de roda gigante: alguma coisa vai se enchendo dentro da gente e quando a gente vê, não quer mais descer. Simplesmente MARAVILHOSO todo o pensamento de Platão nesse livro!! O que ele fala sobre o amor, a alma e a arte da escrita acho que ninguém conseguiu superar. Exagero, não. Leiam para crer.
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