spoiler visualizarZana 17/02/2018
Whitney, (que raios de?!) meu amor
" — Como você aprecia tanto desculpas como o uso do chicote — ele vociferou ―, nós iremos compartilhar esses prazeres, mas eu irei usar o chicote desta vez, e você ficará com a parte das desculpas. — Ele meneou a cabeça bruscamente indicando o próprio colo. O olhar de Whitney desviou-se, a despeito da sua vontade, para o chicote preto que estava nas mãos dele, e então voltou-se para o seu rosto bronzeado, mas não ousou responder. Olhando para ele com profundo ódio, ela ajoelhou-se, permanecendo na humilhante posição que ele exigira".
"O mais incrível de tudo era o irmão ter sido levado a cometer uma violência imperdoável como o estupro. Por que fizera aquilo? Só porque a jovem rejeitara seu pedido de casamento? Por ciúme? Impossível! No entanto, Clayton estava se destruindo, dominado pelo remorso".
" Mas sua vingança não terminava aí. Ela ia ter um filho, a quem ele seria obrigado a dar seu nome, mas de modo algum seria obrigado a olhar para a criança, imaginando quem era o pai. Mandaria o fedelho para bem longe, mas não imediatamente após o nascimento, Deixaria que Whitney ficasse com ele um ano, dois, até apegar-se profundamente, então o arrancaria dela. A criança seria seu principal instrumento de retaliação".
O duque Clayton Westmoreland era um protagonista imperioso, prepotente e machista, Ele se interessou obstinadamente pela mocinha Whitney após observá-la em alguns bailes e trocar apenas algumas poucas palavras com ela. Então, sem chegar a consultá-la resolveu comprá-la do seu pai firmando um contrato de casamento. Até aí nada de novo dentro do gênero do livro e da época em que se passa a história, e que não seja, por assim dizer, digerível. Sim, ele a "amava", o problema não estava aí, mas no fato de que esse amor só ia até a página B, ou seja, até quando as atitudes de sua amada não ofendesse seus brios e ciúmes, porque esse suposto "amor" não hesitava em transmutar em frieza, desprezo e violência. Assim como seu remorso, que a cada imaginária pisada de bola de sua amada rapidamente transmudava para vingança.
Já Whitney, era uma mocinha rebelde, obstinada e voluntariosa que no fundo não sabia o que queria. Ela tinha um comportamento infantil e raciocínio pouco inteligente, quer seja ele obtido pela própria consciência ou através de conselhos. Fazendo com que recaísse no conhecido jogo psicológico de absorver a culpa pelos abusos, aceitar, desculpar e até correr atrás do seu algoz, ops digo amado.
É desta forma que uma trama por sinal bem escrita passou a ser não palátavel, porque poetizar brutalidade e estupro para mim não deve ter vez! Judith McNaught é uma das autoras da minha preferência, todavia em Whitney, (que raios de?!) meu amor conseguiu não só pisar em um tomate, mas em uma saca inteira! Livro não recomendado.