Mari 23/03/2011Esse livro me deixou dividida. Se por um lado ele tem todas as características que adoro nos livros da Judith (personagens interessantes, diálogos inteligentes, descrição minuciosa dos lugares, das roupas e dos costumes da época, um toque de humor), por outro não gostei nadinha do Clayton, que se mostrou o mocinho mais bruto e desagradável que a autora criou. Teve partes que achei que estava lendo um dos romances medievais da Johanna Lindsey,
pois o Clayton tem um comportamento bem violento. Em vários trechos ele a machuca com seus puxões e apertões, a agride verbalmente, mas o que achei complicado foi a parte do chicote e o estupro. Já li vários livros com essa coisa de mocinho querendo corrigir a mulher com algumas palmadas, mas esse foi meio forçado. Até dá para engolir, já que o que ela fez para provocar essa surra poderia ter até matado ele, mais ainda assim é meio chocante. Já a cena do estupro é bem tensa, coisa que ele fez com a clara intenção de machucá-la e a humilhar, querendo vingar-se de uma traição que só existia na cabeça dele. O curioso é que no início o Clayton até é agradável, apesar da arrogância, de se achar o tal, e de acreditar que Whitney é sua propriedade, mas no desenrolar da história ele vai se revelando um doido, descontrolado e paranóico, fazendo uma besteira atrás da outra.
Já Whitney, que no começo é engraçada, livre, rebelde, que jura que jamais vai chamar o marido de “meu senhor” e se submeter a ele, mas que seria sua parceira, quando se descobre apaixonada por Clayton, ao invés de amadurecer e se tornar mais forte, parece que é exatamente ao contrário, se torna uma bobinha submissa. Acho que ela foi muito boazinha com ele, quando quis se vingar, humilhando ele em uma festa, se arrepende depois e ainda vai pedir perdão, e isso depois de ele já a ter violentado. Vai entender... Acho que a Whitney devia ter ficado com Nick (adoro ele), e o Clayton que se juntasse com o pai dela (o Martin também é um traste, foi um péssimo pai).
Outra coisa que achei estranha foi o final, já estava acostumada com os epílogos nos livros da autora, e nesse a história termina de forma repentina, sem muitas explicações.
Não é que o livro seja ruim, ao contrário, é muito bom, mas não me convenceu como uma linda história de amor, me pareceu mais o retrato de um amor doentio, com um homem obcecado e vingativo, que não pensa duas vezes antes de maltratar a pessoa que ama.