André Hausmann 10/07/2023
Fúria destrutiva de um espírito de fogo
Esse é o segundo livro publicado por Zafón (1994) que faz parte da Trilogia da Névoa, e como mencionado anteriormente, o leitor pode entrar nesse universo por qualquer um dos livros que o compõem.
O plano de fundo dessa história é Calcutá, nos anos de 1930, onde conhecemos um grupo de jovens órfãos que formam um grupo no intuito de apoiarem, o Chowbar Society. Sociedade que está para terminar, pois seus membros estão completando 16 anos e precisam deixar o orfanato onde vivem para seguirem suas vidas.
Mas a trama gira sobre o passado misterioso e tenebroso da família de duas dessas crianças. Passado que envolve certos pontos sobrenaturais ou não totalmente explicáveis e que a princípio precisa manter essas crianças separadas e desinformadas de sua própria história.
O clima dark e a ambientação sombria permeiam toda a narrativa, e mesmo sendo um livro voltado para o público infanto-juvenil, o autor não poupa o leitor e os personagens, sempre mantendo uma situação tensa cheia de adrenalina e de suspense com uma tristeza presente no ar.
Apesar dos muitos personagens, todos possuem suas características próprias, tendo cada um sua importância no andamento da narrativa. Que por sua vez é um relato de família e amizade contra um perverso espírito de fogo que está ligado aos pais de dois dos personagens, e que agora quer vingança contra os filhos.
Zafón cria uma ótima ambientação da cidade, nos fazendo crer que caminhamos pelas suas ruas; principalmente o Palácio da Meia-Noite, local de encontro da Chowbar Society, e Jheeter’s Gate, a estação de trem destruída onde reside parte do enigma e ocorre o grande embate.
Alguns detalhes em relação ao primeiro volume, pode ser que, apesar de toda a descrição e desenvolvimento dos personagens, nem todos eles tiveram um ótimo arco por falta de espaço, visto que apesar de tudo que foi dito, a trama do livro é simples, não se podendo estender em demasia a história.