Brena Sâmela 24/09/2012
Que coincidência é o amor.
Quem nasceu na década de 90 assim como eu, e não teve a oportunidade de acompanhar o Barão Vermelho na época que o vocalista era o Cazuza e também não acompanhou sua carreira solo este livro é um grande presente pra nós fãs do grande poeta que foi Agenor o eterno Cazuza, e quem conhece só o que a mídia mostrou durante sua vida, pelo seu jeito sem limites, sua rebeldia, sem medo de críticas irá se supreender com este livro, muitas pessoas ainda o intitulam "Um tal rebelde sem motivos, um garoto de classe média alta do Rio de Janeiro querendo sair por aí quebrando vidraça, enchendo a cara, e sem nenhuma suposta limitação o que poderia trazer de exemplo? Era apenas um filinho de empresário querendo parecer um rockeiro revolucionário sem nada a mostrar a não ser algum baseado no bolso, além do mais ele era viado e morreu de Aids". Acho tão triste esse pensamento que muitos brasileiros ainda tem, por falta de conhecimento, pelo que foi passado e repassado pela mídia, pelo que outros falam. Cazuza para mim foi uma das mais belas almas que tive a honra de conhecer mesmo indiretamente pelo seu trabalho, ele sempre conservou aquela criança dentro dele que ia para casa da avô, que gostava de escrever poesia escondido, ele não foi um rebelde sem motivos, quando ele cuspiu na bandeira do Brasil por exemplo não foi ofendendo nossa Pátria como muitos pensam ainda, pelo contrário uma atitude simbólica a indignação aos políticos governantes daquela época, e que não melhorou quase nada de lá para cá; ele foi uma pessoa que viveu aos extremos da vida, quando amou, ele amou demais, quando estava feliz, foi feliz demais, quando estava revoltado era algo bastante explícito, sempre o vi com uma aurea de criança que não não tem a capacidade nenhuma de odiar alguém, uma pessoa que é difícil não se apaixonar por ele, ele amou sem limites sem medo que o intitulassem de qualquer coisa preconceituosa, foi um dos primeiros a assumir que era soro positivo numa época em que sexo, homosexualidade, e Aids era um TABU, apesar de o intitularem de homossexual, a sua bixesualidade sempre foi bastante explicita, não o interessava apenas se era homem ou mulher, era um "tanto faz", e o que importava era sim a personalidade da pessoa em questão, amava sem restrições; e conhecer do início ao fim de sua vida através da pessoa que mais o amou durante sua existência, quem tem todo meu carinho e respeito que é sua mãe Lucinha Araujo e entender o quanto esse jovem poeta foi amado e amou, toda a sua sensibilidade que trás desde criança, conhecer com os olhos dela é algo incrível, conhecer cada etapa da vida desde a infância a o início da adolescência aonde começou a mostrar a fantástica alma que possuía até o medo da doença a luta contra ela, a alegria que trazia e sua despedida é algo que não tenho palavras para definir, é um livro extraordinário, e é muito emocionante para mim conhecer mais de perto um dos grandes poetas que esse mundo já viu.