Paula 30/07/2016
Gostei!
A portrait of the artist as a young man (1916), de James Joyce, é um romance de formação ou seja, retrata o desenvolvimento do protagonista, de sua infância até a idade adulta. No caso da obra de Joyce, temos a história de Stephen Dedalus, até o início da vida adulta, quando ele sai da faculdade. Alguns aspectos da trajetória de Dedalus levam alguns críticos a considerarem-no como um alter ego de James Joyce.
A obra é dividida em cinco capítulos, cuja linguagem acompanha o desenvolvimento linguístico de Stephen Dedalus. Assim, na primeira página temos o pai de Stephen contando-lhe uma história infantil, e ao final Stephen se torna um intelectual, com noções artísticas, de estética, filosofia e poesia. A meu ver, o que torna essa leitura mais difícil é a presença de muitas referências a Ovídio e Tomás de Aquino, com citações originais.
Em seu percurso, Dedalus acompanha acontecimentos marcantes da história irlandesa, como a morte de Charles Stewart Parnnel, membro do parlamento irlandês, condenado pela igreja por se relacionar com uma mulher casada. Stephen estuda em um colégio católico e, por um momento, até cogita tornar-se sacerdote; mas desiste porque quer se tornar artista e por chegar à conclusão de que o deus católico é um deus punitivo, a quem ele teme. Assim como o Dedalus, da mitologia grega, Stephen queria "criar suas próprias asas" e se libertar. Seguir seu próprio caminho, sem depender de sua família - que tinha dificuldades financeiras - e da Igreja.
Não se trata de um livro fácil, devido à grande quantidade de referências e à necesside de saber a contextualizção histórica da obra. Contudo, trata-se de uma boa leitura, em que o desenvolvimento do personagem é apresentado em detalhes, da infância à juventude. Recomendo a leitura.