Sem Olhos em Gaza

Sem Olhos em Gaza Aldous Huxley




Resenhas - Sem Olhos em Gaza


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Rafael1082 29/08/2023

Cegos em terra estranha
Apesar de ser um livro com um ritmo completamente fora do habitual (O que dificulta no começo da leitura), Huxley apresenta uma obra incrível que mostra como o passado influência o futuro, como o fim não justifica o meio, mas é apenas condicionado pelo meio, percebi muita influência de psicanálise, já que é um livro que trata muito sobre os motivos conscientes e inconscientes dos personagens, sobre as atitudes e pensamentos controversos. Apesar do pessimismo presente, o fato de estar "Sem olhos em Gaza" mostra como estamos cegos sobre o que realmente importa e sobre a beleza da vida, sobre nós mesmos, já que nas palavras de Huxley: Inocência e paz, eis a essência do espírito, tudo o mais não passando de mero acidente
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Talita.Lobo 08/07/2023

Autocentrado
Ainda não tenho certeza do que pensar e/ou escrever do livro.
Sendo sincera, não foi um livro ?uau? e pouca coisa lembro dele após alguns meses de leitura.
Detalhes da história já não posso recordar. Mas lembro que durante a leitura (que foi interrompida por muitos meses porque meu livro estava muito velho e com muitos ácaros que me causaram uma ?bela? sinusite alérgica) e o que me fez retoma-lá foi me interessar na discussão proposta no livro sobre o que é a liberdade e outras investigações morais.
O livro analisa e crítica a sociedade Inglesa (?) do século 30, a maneira como as pessoas vivem as próprias vidas, olham somente para si, buscam a auto satisfação a todo custo, ignorando e satirizando quem está a sua volta. Neste ínterim, o autor analisa se a liberdade é algo dado, fácil, ocioso, ou se de fato é algo trabalhoso, duro, fatigante?..
a vida que vivemos é, afinal, uma farsa? Tudo é perene? Nossas virtudes são algemas e prisões?
Algumas dessas questões me foram surgindo durante a leitura, questões que, fatalmente, não possuem uma resposta concreta, mas que possuem o encanto de serem importantes enquanto podem ser pensadas.

?Todos os governos, mesmo o de Hitler, mesmo o de Stalin, mesmo o de Mussolini, são representativos.
O comportamento nacional de hoje é uma projeção em larga escala do comportamento individual de hoje. Ou antes, para ser mais exato, uma projeção em larga escala dos desejos e intenções secretas dos indivíduos. Pois todos nós gostaríamos de nos comportar muito pior do que o permitem a nossa consciência e o respeito da opinião pública. Uma das grandes seduções do patriotismo está em que ele realiza os nossos piores desejos. Na pessoa de nossa nação somos capazes de, por delegação, tiranizar e fraudar. E, o que é mais, tiranizar e fraudar com a sensação de sermos profundamente virtuosos. E doce, é decoroso assassinar, mentir, torturar por amor à pátria. As boas políticas internacionais são projeções das boas intenções e benévolos desejos individuais, e devem ser da mesma espécie que as boas políticas interpessoais. A propaganda pacifista deve visar às pessoas tanto quanto aos seus governos; deve começar simultaneamente na periferia e no centro.?
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Sibele Brito 09/07/2020

Escritor inglês quase cego, que passou grande parte de sua vida nos Estados Unidos. O romance nada tem a ver com Gaza, conta a vida de um homem, suas memórias, conflitos e dissertações humanistas.
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marcelo.batista.1428 24/02/2020

O livro acompanha a história de duas personagens da alta sociedade inglesa em um período que compreende o início do século XX até o final da década de 30. É escrito de forma cronológica, mas não continuamente (por vezes temos saltos de anos na narrativa).
Ao longo da narrativa vamos conhecendo outras personagens que se fazem importante, mas que irão saindo ou se mantendo a margem conforme se distanciam da vida das personagens principais, que tem suas histórias cruzadas com o decorrer do livro.
A história me prendeu por uma boa parte, mas com o progresso da leitura, uma falta de empatia com as personagens, presas em alguns dilemas que não me capturavam tanto e a narrativa acompanhava, e outros que me aguçavam e que não eram se quer tocados.
Também me vem um certo descontentamento por um não se mencionar outras classes sociais em todo o livro, e um tom, ao meu olhar, muito individualista e até um certo ponto arrogante das personagens.
No final, em alguns momentos, a escrita se faz em primeira pessoa e há uma série de opiniões sobre uma espécie de ética da vida que me pareceu um tanto descolada do caminho seguido pelo livro.
Gu Vaz 24/02/2020minha estante
Muito curioso pra ler. O Huxley tem essa característica, ao meu ver, de afastamento do personagem x leitor, pelo menos nas obras que já li dele.


marcelo.batista.1428 24/02/2020minha estante
Eu já li O admirável mundo novo dele. Foi um livro que fiz um caminho semelhante a esse, nO admirável ... mais intensamente, achei o início muito estimulante, o meio foi ficando meio monótono e não gostei do encaminhamento dado para o final. Mas valeu a leitura.


Gu Vaz 24/02/2020minha estante
Verdade, do meio para o final do Admirável Mundo Novo ele meio que muda o foco de personagens e desconstrói o que eu achei que seria a jornada do "herói", então se arrasta um pouco mesmo.




Fabio Shiva 04/08/2016

obra-prima
Obra-prima de Huxley, em minha opinião. Fiquei tão extasiado após a leitura que “recebi” esse poema:

SEM OLHOS EM GAZA
“Sem olhos em Gaza, no moinho, entre escravos.”
Milton

Existe uma parte de nós
Que sofre e goza calada
As alegrias e dores da vida.

Em cada risada, a sós,
E em cada lágrima, algemada
À solitude empedernida.

Existe outra parte, no entanto,
Que de cada riso ou pranto
Sente o de si e o do mundo.

Que golpeia e é golpeada
Que afaga e é afagada
Em cada um, a cada segundo.

Ora, essa parte tão sozinha,
Que diz “minha dor, risos meus”,
Não consegue enxergar seu engodo:

Pois em cada um está o Todo,
Que, se essa parte adivinha,
Pode até chamar de Deus.


Fiz uma resenha em vídeo, disponível no facebook:
https://www.facebook.com/sincronicidio/videos/926949574081956/


site: https://www.facebook.com/sincronicidio
Nathalia.Ramos 28/03/2018minha estante
Voce aqui!!! Amei sua resenha no youtube!


Fabio Shiva 30/03/2018minha estante
Oi Nathalia, que massa! Valeu demais pelo comentário e pelas boas energias!




José Ros 27/02/2016

Cada personagem tem atitudes e personalidades mutáveis, mas sem perder suas sínteses. Andamos junto com Anthony Beavis em um emaranhado de sentimentos e comportamentos, onde cada personagem quer apenas o bem de si mesmo e a finalidade de seus princípios. Beavis precisa lidar com o seu círculo de convívio, cada qual representando um jeito de olhar o mundo, os sentimentos e tudo em volta, desde a boa samaritana até a amante libertina. No fundo, não há boas pessoas, há apenas comportamentos levados ao bel prazer e ao princípio de cada um.
Não é um livro difícil de ler, apesar de sua falta de cronologia. É interessante, atraente e questionador. Sem sombras é um livro sobre o comportamento humano que precisa ser lido.
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Ricardo Rocha 21/07/2011

Podemos ter a nossa visão
Quando escreveu sobre a mescalina em As portas da percepção, Huxley o fez não exaltado algum tipo de êxtase, misticismo, mas a razão. É uma viagem intelectual. Nos romances, mantém o padrão. Foge da emoção mesmo visivelmente afetado por ela, como no caso da frivolidade do pós-guerra (que seria um pré-guerra também). Delibera considerar assim o processo, jamais destituído de senso, nunca como uma sátira que se esgota em si mesma. Delibera sim. É uma escrita da vontade muito mais que de inspiração, de vocação. Se nada fizesse sentido nem seu universo literário, poderia se dar ao luxo de expandir seus dotes em direção a – ao que mesmo? Não pode viver irresponsavelmente e escrever é sua vida. Recusa a ironia fácil; o virtuosismo de que aqui e ali se mostra tão capaz quanto os mais capazes. Porque se seu protagonista em Sem Olhos em Gaza age assim, com quês de pensador santificado, delibera julgar a coisa um absurdo, e um absurdo é o que ela lhe parece ser — um absurdo, a despeito dos ocasionais e inquietantes indícios de que podia haver um sentido, e que o sentido estava precisamente no que ele tinha deliberado considerar como um gracejo sem sentido e de mau gosto – não é o caso de Aldous Huxley. Para ele a liberdade é árdua e não há outro tipo caminho, senão o árduo, primeiro para discerni-la, depois de alguma forma, senão modifica-la, trazer um outro gênero dela a pessoas de sentimento semelhante. E assim, da razão, ele faz sentimento, e ao recusar ver o que aí está, ao criticar o que o autor vê pelos olhos do personagem, ele tem a sua própria visão.



Trecho:



Como se apalpassem uma ferida ou um dente doído, seus dedos passeavam de novo sobre o cronômetro no bolso do colete. Era o tempo pelo tempo. A obsessão do tempo. Do tempo sempre imperioso, sempre categórico, mesmo que fosse apenas o tempo de olhar para o relógio e ver que horas eram, ou seja, a marcação do tempo... As rodas passaram a falar cada vez mais devagar e, por fim, emudeceram. Os freios rangeram. Lollingdon! Lollingdon!
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L. 09/01/2011

Sem Olhos em Gaza
De título uma referência ao poema de Milton.

De resumo uma profunda navegação pelos sentimentos mesquinhos e vulgares de pessoas que acham-se espertas e com o direito de julgar de todas as formas os erros alheios para validar os proprios.

Mas fácil seria explicar as formas que cada personagens e suas atitudes que mudam, em especial, moldadas a seus gostos e vontades momentaneos. E a variedades de principios não tão firme que quando se deparam com necessidades vis logo caem por terra.

Angustiante, desacreditador da boa vontade humana.

Mesmo assim um bom livro para avaliar atitudes muito presentes no dia-a-dia,
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