Juny K. 28/04/2011RESENHA: “Eu sou o número quatro” (Pittacus Lore)Disponivel em: http://www.dear-book.net/2011/03/resenha-eu-sou-o-numero-quatro-pittacus.html
Nunca li livros sobre aliens por isso tive um pouco de receio no começo. Achei que pudesse ser uma leitura muito diferente do que eu estou acostumada (vampiros, anjos, lobos e etc.), mas agora, me arrependo de não ter lido antes, de ter demorado tanto para terminar, porque o livro é incrível!
Adorei o humor intrínseco na mensagem que tem logo no inicio do livro, como uma advertência ao leitor antes da leitura:
“Os eventos nesse livro são reais. Nomes e lugares foram modificados para proteger os seis lorienos que continuam escondidos. Considerem isso um primeiro aviso. Outras civilizações existem. E algumas querem destruir vocês.”
O livro conta a estória do povo do planeta Lorien, um planeta semelhante a Terra, muito antigo, que já passou por todas as dificuldades que nós passamos aqui (poluição, escassez de recursos e etc), mas conseguiu superar tudo isso através de medidas sustentáveis, o que fez seu povo prosperar. Há dois tipos de raças em Lorien: os “Cepâns”, que são pessoas comuns que cuidam da parte burocrática do planeta e são designados a serem Guardiões dos “Garde”, que são os seres com super poderes (chamados de Legados) que protegem o planeta. Esses Legados são variados e podem ser: invisibilidade, controlar a luz, controlar os elementos, resistência ao fogo e etc.
Tudo ia muito bem em Lorien até a chegada dos Mogadorians, que habitam um planeta no qual já destruíram todos os seus recursos e invadem Lorien em busca de novos recursos. São seres diferentes que lutam junto com bestas e só pensam em destruição. Por mais que Lorien tenha os Gardes e os seus Legados, eles não estão preparados para uma Guerra e estão em numero menor que o inimigo. Antes de serem totalmente dizimados, os Lorianos mandam para a Terra 9 crianças Gardes e 9 Cepâns com um feitiço que só podem ser mortos na ordem de numeração qeu cada um recebeu, desde que fiquem separados.
A única esperança de Lorien é que essas crianças consigam crescer e desenvolver seus Legados para tentar destruir o inimigo e reconstruir Lorien. Mas os Mogadorians não deixam isso barato e vão atrás deles com o intuito de matá-los antes que fiquem fortes e de quebra tentar planejar um jeito para dominar a Terra e usar seus recursos (já que de Lorien só restam cinzas). Isso é apenas um pouco de todo o universo criado pelo autor, há muito mais detalhes apresentados durante a estória.
É aterrorizante saber que eu sou o próximo. Mas temos nos mantido à frente deles com as constantes mudanças, fugindo. Estou cansado de fugir, mas sei que é isso que nos mantém vivos. Se pararmos, eles nos encontrarão. E, agora que sou o próximo da fila, devem ter intensificado a procura, sem dúvidas. Certamente sabem que estamos nos fortalecendo, desenvolvendo nossos Legados.
No inicio do livro vemos a morte do Numero Três. Toda vez que um deles morre, todos sentem, pois se a forma uma cicatriz. E é assim que começa a trajetória do Numero Quatro, que fica sabendo ele é o próximo da lista. Henri, o seu Cêpan, assim que sabe disso, resolve que eles devem se mudar mais uma vez, o que faz saírem da Flórida e irem para uma cidadezinha do interior de Ohio, chamada Paradise.
A vida de Quatro é repleta de mudanças de cidade e pouco contato com as pessoas para não levantar suspeitas. Tudo muda em Paradise, seu nome agora é John Smith, na escola ele fica amigo de Sam (um nerd que tem como hobby ler sobre extra terrestres), se apaixona por Sarah e é perseguido pelo jogador de futebol valentão e ex-namorado de Sarah, Mark James.
Teoricamente ele não pode se expor, mas isso vai ficando cada vez mais difícil quando começa a sofrer bullying na escola. E quando passa por fortes emoções seus Legados começam a se desenvolver. E o livro é isso: dramas adolescentes, misturados com dramas alienígenas, com muita ação, romance e reviravoltas.
Mais tarde eu ligo para Sarah do meu quarto. Penso no que Henri me disse, mas não consigo me conter. Gosto dela. Acho que estou apaixonado por ela. Conversamos por duas horas. É meia-noite quando desligamos. Eu me deito na cama e fico sorrindo na escuridão.
“Eu sou o numero quatro” é muito bem escrito, tem cenas de ação que me deixaram até com falta de ar de tanto medo e tensão. Embora Quatro seja super inteligente e um ótimo personagem, tem momentos que dá raiva suas atitudes movidas por amor, onde ele negligencia sua própria segurança.
– Esperança? – ele diz. – Sempre há esperança, John. Novos acontecimentos ainda são aguardados. Nem toda informação já foi divulgada. Não. Não perca a esperança, ainda. Ela é última coisa que se vai. Quando você a perde, já perdeu tudo. E quando você pensa que tudo está perdido, quando tudo é sinistro e sombrio, sempre há esperança.
A maior virtude do livro é construir uma estória ao mesmo tempo atraente aos jovens e com todo um cunho ambientalista com questões como poluição, natureza, sustentabilidade, sem se tornar chato. É uma maneira de atingir as pessoas que ainda não acordaram para essa realidade.
O livro é tão bom que ver o filme me dá muito medo, porque com certeza muitas partes serão cortadas e muita coisa deve deixar a desejar, não creio que consigam representar tão bem tudo aquilo que vivi enquanto lia. Tenho certeza que essa série vai ser sucesso tanto quanto Percy Jackson ou até mesmo Harry Potter. É aquele tipo de livro “must read”! Recomendo muito!