cinoca 08/02/2012FomeDepois que eu terminei de ler Gone, primeiro livro da série, fique roendo as unhas de ansiedade para o lançamento de Fome aqui no Brasil. Contudo, quando eu comecei a ler resenhas do livro em alguns blogs internacionais, notei muitas pessoas falando que Fome era mais fraco e até um pouco tedioso, comparado à Gone e isso me deixou um pouco receosa. Mas a verdade é que ao chegar ao final do livro, pude concluir que ele é tão bom quanto Gone.
Fome mantém exatamente o mesmo padrão do volume anterior, nas primeiras páginas já vemos muitas coisas acontecendo e muita ação, e as descrições das situações criadas por Michael Grant são fantásticas. Três meses depois da criação do LGAR as crianças estão famintas, estão de saco cheio de viverem por conta própria, sem alguém para fazer suas vontades. Lá não existem mais certas regras, nada que as impeça de fazer o que bem entendem. Com isso, a fome começa a abater muitas crianças que exigem que Sam faça alguma coisa, mas se recusam a trabalhar em plantações para conseguirem comida, e tudo começa a piorar quando as crianças normais se revoltam com as que possuem poderes, porque elas parecem ser mais importantes e conseguirem comida mais rápido.
Além dos problemas em Praia Perdida, Caine e sua trupe estão de volta e querem vingança, especialmente porque também estão com fome e num estado muito mais deplorável que Sam e seus amigos.
Michael Grant tem um diferencial de outros autores que escrevem histórias com protagonistas jovens, porque ele não coloca personalidade de adultos ou super heróis em crianças que nem chegaram aos 15 anos. Elas fazem coisas inconsequentes, acham que estão sempre certas e, mesmo que não seja por egoísmo consciente, elas só pensam em sobreviver e isso é uma das coisas de mais destaque nesse livro: o que essas crianças são capazes de fazer para saciar a fome.
Uma coisa que eu ainda não acostumei e nem gosto muito é a quantidade de personagens que o autor coloca na história, são muitos personagens que começam a ganhar destaque e às vezes somem do nada e aparecem lá no final do livro e eu precisava parar pra tentar lembrar quem era aquela criança, qual era seu poder, o que ela poderia estar fazendo ali. Mas apesar disso, eu gostei muito dos personagens novos, gostei de suas personalidades e, é claro, também comecei a admirar mais os personagens já conhecidos. Adorei que as suas reações ao LGAR são bem condizentes com o tempo que se passou desde a grande batalha do primeiro volume.
Sam se demonstra extremamente cansado de todas as responsabilidades que atribuíram a ele, todos os problemas fúteis que as crianças acham que ele precisa resolver e quando não são resolvidos, elas se revoltam com isso, afinal ele é o prefeito de Praia Perdida e para muitos daqueles jovens essa é uma responsabilidade tão igual quanto à de um pai. Já o melhor amigo de Sam, Quinn, conseguiu mais uma vez se destacar e continua sendo meu personagem favorito. Apesar dele ainda estar meio inconformado com tudo o que acontece, ele é um dos poucos personagens que só realmente quer continuar vivendo do jeito que puder, sendo amigo de todos e tentando ajudar no que for preciso para melhorar a situação. Uma das personagens que ganhou muito destaque em Fome por Brianna, e eu realmente a adorei, assim como Dekka, outra personagem feminina de destaque neste livro. Albert foi outro personagem que começou a ganhar um destaque maior e me surpreendeu muito com a sua inteligência. E Drake também me surpreendeu, mas não positivamente.
Eu fiquei com raiva, eu fiquei triste e eu fiquei chocada com as coisas que aconteceram na história. Mesmo com todas as coisas que aconteceram em Gone, é impossível ainda não ficar chocada e afetada com as descrições e situações que Michael Grant escreve. Tudo o que aquelas crianças são capazes pra conseguir o que querem, é simplesmente impossível você ler sem ficar pensando “Meu Deus, meu Deus, meu Deus!”.
Eu entendo o porquê de muitas pessoas considerarem este o livro mais fraco da série. Apesar de todas as cenas incríveis, ele realmente se foca muito mais em mostrar a situação do LGAR e o que está acontecendo com cada uma das crianças, e isso às vezes fica um pouco repetitivo, mas isso não tira nem um pouco o mérito do livro.
Em suma, não posso deixar de elogiar esse ótimo livro que segue sim a linha de seu primeiro volume – mesmo que de uma forma mais lenta. E o final me deixou louca pelo terceiro livro, que ainda não tem data certa de lançamento no Brasil.
O jeito é só esperar e mais uma vez recomendar os livros de Michael Grant para qualquer pessoa que esteja em busca de uma leitura única e fantástica (e que não tenha problemas com cenas fortes).