spoiler visualizarGiih_2404 12/07/2023
Anjo da morte, um grande relato ficcional de segunda guerra
Em Anjo da Morte, o autor Pedro Bandeira chama a atenção para a questão do Nazismo, relatando ficticiamente o caso de Solomon Friedman, e seus dois companheiros de origem judaica assim como ele. Pedro, cita diversas vezes o projeto de um IV Reich, que será planejado por um dos companheiros de Friedman, Ferenc Gábor. Entretanto, Ferenc é um judeu, como pode ele ser um Nazista? Para isso, ninguém pode saber sua origem, então ele decide cortar o mal pela raiz, matando inicialmente Solomon e começando assim toda a narrativa enigmática cujo Os Karas irão enfrentar.
Em suas páginas, o autor se apoia a propagandas nazistas que mostram o quão profundo fora essa tentativa de tentar tornar o mundo algo que jamais fora visto, que demonstrou o quão ruim a espécie humana pode chegar a ser.
Como exemplo, o autor cita ``É difícil imaginar que aquilo tenha realmente existido, que tanta degradação, tantas impiedades possam ter sido criadas por membros da espécie humana! ``, ``[...]A política dos nazistas para os campos de extermínio era começar arrancando, de dentro de cada um de nós tudo aquilo que nos diferenciava de animais enjaulados. Era preciso quebrar nossos princípios morais, arrasar com nossos conceitos de decência, para que, em pouco tempo, estivéssemos seminus, enlouquecidos, lutando uns com os outros na disputa de um pedaço de pão embolorado..., Mas Ferenc, Davi e eu decidimos resistir. Só sobreviveríamos enquanto nos mantivéssemos como homens, enquanto pensássemos com a mesma moral que defendíamos antes da guerra, enquanto agíssemos com a mesma decência que fazia de nós seres civilizados...]``.
Por fim, o autor acaba concluindo que Anjo da morte é uma proposta de levar seus jovens leitores além da consciência acerca dos problemas mais próximos deles e além das ameaças que os cerca. Que ameaças são essas? Dentre muitas está a necessidade de aprendermos desde cedo a pensar com nossa cabeça, sem nos deixar levar por tudo que ouvimos, por tudo que nos é ordenado, sem julgamentos e sem críticas.
Desta vez, porém, Bandeira quis mostrar o quanto a História ainda afeta nossa vida, o quanto fatos que ocorreram muito antes do nosso nascimento ainda são dificuldades vivas, ainda são barreiras a bloquear a construção de um futuro mais justo, mais livre e mais fraterno para todos nós. Neste livro, seus leitores podem perceber que eles mesmos são produto de progressos, mas também de tentativas de retrocesso que aconteceram muito antes de eles terem nascido. E só a consciência desses eventos com a ajuda do conhecimento da História pode oferecer condições para que possamos resistir ao que há de errado em nossa civilização e nos apontar caminhos para que possamos progredir no rumo certo, o rumo da verdade, da liberdade e da justiça.
Rico em dados e exemplos internacionais, o livro é útil para entender o nazismo e todo o mal por trás disso, o que torna a obra obrigatória para adolescentes e adultos.