Luciana Fátima 18/09/2011
Fantástico em todos os aspectos...
Seria mais uma grafic novel, se não fosse tão diferente de todas as outras. O “garoto” – como insiste em ser chamado – tem dinheiro para apenas cinco dias. E, antes de se enforcar, quer gastar seus últimos momentos ao lado de uma prostituta; que não é como nenhuma outra. Quando pequena, o pai destruiu o lado direito de seu rosto com leite fervente. Desde então, os seguidos estupros a levaram para o quarto sórdido onde ela está com o rapaz suicida. Ele não tem razão para continuar vivendo; ela não encontra motivos para se matar. Ele: morto por dentro e vivo por fora. Ela: morta e viva nas metades de um rosto queimado. Cinco dias que duram tanto quanto as quixotescas histórias que os dois trocam entre si. Resultado do delírio lírico embalado por drogas e álcool, no qual não é possível desvendar onde começa a realidade e termina a ficção de suas vidas sem sentido. Uma obra de arte em todos os aspectos; desde a triste narrativa de Maria Zaragoza até o delicado traço de Dídac Plà.