Luiz Pereira Júnior 03/12/2023
De uma sutileza britânica...
Primeiro, o resumo da ópera: um jovem aristocrata inglês decide resolver os conflitos de algumas pessoas de seu círculo íntimo (e outras nem tanto assim), criando situações absurdas e, a bem dizer, um tanto rocambolescas. Cada vez mais enredado em sua própria teia, tudo é resolvido pela inteligência sherlockiana de seu mordomo, Jeeves.
“Então tá, Jeeves”, de P. G. Wodehouse, é (ou pelo menos assim o era) o típico exemplo do humor inglês: diálogos um tanto amalucados, ofensas sutis (nada de palavrões ou termos obscenos), trocadilhos, sátiras em relação à posição que cada um (ou cada profissão) ocupa na sociedade inglesa, referências implícitas (por vezes entrelaçadas a outras referências), enfim, algo que raramente resultará em uma gargalhada do leitor brasileiro.
Uma leitura agradável, no mais puro entretenimento de salão (ou o que costumava ser de salão), uma farsa com pitadas de crítica. Pode não ser uma obra-prima, mas se você gosta daquele tipo de humor que busca ser entendido nas entrelinhas, esse livro pode lhe agradar, com (quase) certeza.
Mas, se seu tipo de humor é o daqueles comediantes de stand-ups ou daqueles programas de tevê em que tudo é enfatizado com um palavrão ou com o piadista praticamente gritando para ser engraçado, então, não gaste seu rico dinheirinho com os livros de P. G. Wodehouse...