Resenhas - Danse Macabre

Francisco 04/10/2022

Um ensaio sobre a ficção popular de horror
Aqui King nos presenteia com um ensaio maior sobre a ficção científica e de horror de língua inglesa entre os anos 1940 e 1970, com alguns capítulos voltados para o tema em questão em revistas "pulp" como a Weird Tales e a Dark Mask, bem como no rádio e na televisão. De uma forma geral é um ensaio sobre o estado da arte sobre ficção científica e de horror.

King discute aspectos autobiográficos de sua infância e sua correlação com suas influências em obras de H. P. Lovecraft e Anne River Siddons que encontrou no porão de sua casa e que pertenciam a seu pai, que aparentemente era um aspirante a escritor.

A dissertação sobre o rádio e a televisão nos traz à memória programas como "Suspense" e "Twilight Zone" (aqui no Brasil conhecido como "Além da Imaginação") e a inesquecível voz e apresentação de Rod Serling. Além disso, nos traz informações importantíssimas sobre obras indeléveis da ficção popular como "Invasores de Corpos", de Finney, "O País de Outubro" e "Dark Carnival" de Ray Bradbury, "The Fog de James Herbert, "O Bebê de Rosemary" e "Um Beijo Antes de Morrer" de Levin e alguns contos de Harlan Ellison. Ressalte-se que há ainda um vasto compêndio de comentários sobre Ramsey Campbell, Shirley Jackson, Robert Bloch e Lovecraft.

De uma forma holística, é uma leitura agradável para o leitor de obras de ficção popular que conhece as obras supracitadas. Funciona como um roteiro com dicas de leitura. Recomendo sem hesitação alguma, com a ressalva de que há vários "spoilers" de obras como A Dança da Morte, 'Salem e Carrie.

Rafael 11/08/2020

Danse Macabre é um livro de não-ficção com elementos de autobiografia escrito por Stephen King, a pedido de seu editor. A obra foi o resultado de um esforço dirigido no sentido de se publicar um livro que abordasse os temas do gênero “terror” do ponto de vista de um dos maiores expoentes desse estilo de literatura na atualidade; mas não se trata de um trabalho acadêmico, e sim de uma grande opinião, profunda e bem fundamentada, do autor e de sua relação com as várias manifestações do gênero, seja na literatura, na TV, no cinema, e inclusive no rádio. Mas isso não impediu que a obra fosse usada nas universidades dos Estados Unidos como um bom parâmetro de pesquisa sobre o tema.

O período analisado é o compreendido entre os anos de 1930-1980, mas referências são feitas ao século XIX, quando as principais obras definidoras do terror contemporâneo tomaram forma: Frankenstein, O médico e o monstro e Drácula. Esses escritos são analisados por King em um capítulo exclusivo, no qual busca resumir todas as criaturas apresentadas em todas as histórias de terror a três classes básicas: “a criatura sem nome”, o lobisomem e o vampiro, respectivamente. Posteriormente, acrescenta o fantasma a essa lista. Como li a edição britânica, há um capítulo extra, denominado 'What's Scary', que pode ser considerado como uma atualização do livro, uma vez que aborda o gênero terror no século XXI.

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