Curso de Estética - O Sistema das Artes

Curso de Estética - O Sistema das Artes G. W. F. Hegel




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Marcos606 26/09/2023

A explicação filosófica de Hegel sobre a arte e a beleza tem três partes: 1) a beleza ideal como tal, ou a beleza propriamente dita, 2) as diferentes formas que a beleza assume na história e 3) as diferentes artes nas quais a beleza é encontrada.

Beleza Ideal como tal

Hegel está bem ciente de que a arte pode desempenhar diversas funções: pode ensinar, edificar, provocar, adornar e assim por diante. A sua preocupação, contudo, é identificar a função própria e mais distintiva da arte. Isto, afirma ele, é dar expressão intuitiva e sensual à liberdade de espírito. O objetivo da arte, portanto, não é ser “realista” – imitar ou espelhar as contingências da vida quotidiana – mas mostrar-nos como é a liberdade divina e humana. Essa expressão sensual de liberdade espiritual é o que Hegel chama de “Ideal”, ou verdadeira beleza.

O reino do sensual é o reino das coisas individuais no espaço e no tempo. A liberdade recebe expressão sensual, portanto, quando é incorporada em um indivíduo que está sozinho em seu “auto-prazer, repouso e felicidade”. Tal indivíduo não deve ser abstrato e formal (como, por exemplo, no antigo estilo geométrico grego), nem deve ser estático e rígido (como em muitas esculturas egípcias antigas), mas seu corpo e postura devem ser visivelmente animados pela liberdade. e a vida, sem, no entanto, sacrificar a quietude e a serenidade que pertencem à autocontenção ideal. Essa beleza ideal, afirma Hegel, é encontrada sobretudo nas esculturas gregas dos deuses dos séculos V e IV, como o Zeus de Dresden ou a Afrodite Cnidiana de Praxíteles.

As formas particulares de arte

Hegel também reconhece que a arte pode, e na verdade deve, ficar aquém e ir além dessa beleza ideal. Fica aquém da beleza ideal quando assume a forma de arte simbólica, e vai além dessa beleza quando assume a forma de arte romântica. A forma de arte que se caracteriza por obras de beleza ideal é a arte clássica. Estas são as três formas de arte (Kunstformen), ou “formas do belo”, que Hegel acredita serem tornadas necessárias pela própria ideia de arte. O desenvolvimento da arte de uma forma para outra gera o que Hegel considera como a história distintiva da arte.

O que produz estas três formas de arte é a relação mutável entre o conteúdo da arte – a Ideia como espírito – e o seu modo de apresentação. As mudanças nesta relação são, por sua vez, determinadas pela forma como o próprio conteúdo da arte é concebido. Na arte simbólica, o conteúdo é concebido de forma abstrata, de tal forma que não é capaz de se manifestar adequadamente de forma sensual e visível. Na arte clássica, pelo contrário, o conteúdo é concebido de tal forma que é capaz de encontrar uma expressão perfeita numa forma sensual e visível. Na arte romântica, o conteúdo é concebido de tal forma que é capaz de encontrar expressão adequada na forma sensual e visível e, ainda assim, em última análise, transcende o reino do sensual e visível.

O Sistema das Artes Individuais

A arte, no relato de Hegel, não apenas passa por um desenvolvimento histórico (da arte simbólica, passando pela arte clássica, até a arte romântica e depois a arte moderna), mas também se diferencia em diferentes artes. Cada arte tem um caráter distinto e exibe uma certa afinidade com uma ou mais formas de arte. Hegel não fornece um relato exaustivo de todas as artes reconhecidas (ele fala pouco, por exemplo, sobre dança), mas examina as cinco artes que ele considera necessárias pelo próprio conceito de arte. Arquitetura, Escultura, Pintura, Musica e Poesia.
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