Alan Martins 30/04/2021
Afinal, o que é o amor?
Uma das obras mais conhecidas de Platão, talvez por conta do tema abordado, que é o amor, ou Eros. Entretanto, não devemos tomar Eros somente como amor (amo meu pai, amo minha esposa), e sim como um conceito mais amplo.
A obra é escrita em forma de diálogo, como Platão costumava fazer. Dessa forma a dialética ocorre, os “personagens” e o leitor interagem e realizam o conhecimento ao mesmo tempo.
Sócrates, mestre de Platão e protagonista de diversos diálogos, se dirige a um banquete, onde diversos homens estão reunidos. Após comerem, iniciam um debate, onde o tema é Eros (que também é um deus). Cada um apresenta seu ponto de vista, todavia, a fala mais importante acaba sendo a de Sócrates, que afirma ser o amor pela alma o melhor de todos. Ou seja, é muito melhor amar uma pessoa por suas virtudes, por aquilo que ela pode oferecer para um engrandecimento da alma (intelecto). É um tipo de amor onde ambos ganham, e não há nada de carnal ou sexual envolvido. O amor carnal pode ser importante também, se usado como um impulso, um estímulo para atingir esse outro nível de Eros.
É um livro bem curto e de leitura fácil. Vale a pena conhecer essa visão de Platão sobre o amor. Diálogo enriquecedor.
SOBRE A EDIÇÃO E TRADUÇÃO
Edição de bolso, pela Editora Vozes. Brochura, simples, miolo em papel de boa qualidade e diagramação agradável. Conta com a numeração de Stephanus, que facilita a consulta.
Tradução de Anderson de Paula Borges, doutor em Filosofia. Foi um trabalho feito direto do grego, a partir do texto estabelecido por John Burnet, que é uma das (talvez a) mais consagrada. Borges também utilizou outras versões e traduções como auxílio, o que demonstra preocupação e dedicação. Ele escreveu uma introdução, um resumo da exposição de cada personagem (o que ajuda muito) e diversas notas.
Achei o texto bem fluido, já que o foco foi a didática, não a erudição. Novos leitores não encontrarão dificuldades para compreender a obra.
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