Peter Camenzind

Peter Camenzind Hermann Hesse




Resenhas - Peter Camenzind


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Pedro 26/01/2024

A leitura desse livro me foi muito incômoda, não por ele ser ruim, longe disso! Mas a obra carrega uma melancolia bem grande e mostra a vida como geralmente ela é, cheia de alegrias e perdas. A forma como o autor expressa a natureza aqui é linda e foi a parte que mais me cativou, chega a ser etérea! Possivelmente farei uma releitura daqui uns anos e quem saiba eu sinta menos desconforto do que senti nesse primeiro contato...
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Laura.Brito 16/12/2023

Para peregrinos
Em seu primeiro romance, Hermann Hesse permite que Peter Carmenzind conte sua história. Por um estilo muito poético vamos acompanhando o personagem desde sua infância camponesa até sua inserção em grandes cidades enquanto ele busca a si mesmo e persegue seu objetivo de escrever um grande poema. Nesse meio tempo, Peter se apaixona, se ilude, faz grandes amizades, perde pessoas queridas e tenta encontrar seu lugar no mundo.
A sensibilidade do personagem para a arte é traduzida em uma literatura lírica, envolvente e profundamente tocante que nos permite chegar um pouco mais perto de sentir a complexidade da alma humana e a grandiosidade da vida.
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Luiza 14/12/2023

Vida e obra
Primeiro livro de Herman Hesse, para quem já conhece não há nada novo, sempre há aquela escrita, aquela historia típica dele. Aqui vemos o nascer de um escritor, que parece nada mais do que o próprio autor relatando o processo dessa profissão e as relações exteriores, não chega a empolgar como ?Lobo da estepe? ou ?Sidarta?. O que prende não é a história em si, mas as passagens dela.
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Paulo.Victor 04/06/2023

Boas descrições da natureza
O livro descreve bem cada fase da vida do personagem Peter. Novas personas vão aparecendo e sumindo constantemente. Esse turbilhão de acontecimentos é explicitado em poucas páginas, porém nas últimas páginas o texto se torna bem cansativo. Creio ainda que existe um tom autobiográfico na obra, já que o Peter também é escritor e fascinado por Francisco de Assis.

Peter é um rapaz que nasceu num interior pacato. Tem grandes ligações com as nuvens e com as montanhas. Quando decide ir para a cidade, consegue estabilidade com suas escritas para jornais, enquanto conhece grandes amizades e paixões.
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Jasmine 09/04/2023

As preciosidades que o Camenzind desejava nos transmitir
Peter Camenzind era um dentre aqueles que, desde a mais tenra infância, fora tocado pelos espíritos do lago e das montanhas do vilarejo Nimikon, nos Alpes suíços. Educado pelas nuvens, pelas tempestades, pelo Sol e pelo vento Föhn, e, como toda aquela gente, acometido por uma melancolia e um leve desalento, devido à sobrevivência difícil, o trabalho extenuante e os invernos rigorosos, Peter era, antes de tudo, um sonhador, com desejo de descobrir o vasto mundo e o mistério das coisas. A curiosidade e a suspeição de que havia algo grande que o esperava fora ali, deslocou-o daquela família de camponeses.

Ao perder a mãe, ainda muito jovem, Peter migra para Zurique, em busca da liberdade e do conhecimento que esclareceria sua relação pessoal com o tempo e a eternidade. É lá que conhece o músico Richard, o primeiro e sincero amigo que tivera; aquele que lhe apresenta o universo das artes e incentiva a sua carreira de escritor, o mais profundo desejo do Camenzind. Aliás, com Richard, Peter alcançava duas de suas maiores ambições: ter um amigo e tornar-se escritor.

Como herança paterna, Peter tornou-se enófilo e, para ele, o vinho era igual a todas as artes, por ser capaz de lançar sua alma à ?imensidão sem fronteiras do desconhecido, onde tudo é estranho e familiar e onde a língua é a da música, dos poetas e do sonho?. Outra parte da herança familiar, daqueles filhos e netos da montanha, eram a desconfiança com os seres humanos e o insucesso nas relações. Peter teve a vida inteira marcada por fracassos amorosos, e imaginava ser apenas através de sua grande obra escrita que alcançaria a elevação de sua pessoa. Mas São Francisco e o amigo Boppi lhe fizeram mudar de ideia.

Para sua grande obra, guardou muitos cadernos e notas, com tudo que aprendera nos tempos de andarilho pela França e pela Itália. Conheceu pessoas simples e, com elas, pôde recuperar alguma esperança nas relações, principalmente depois da convivência com o amigo Boppi, a ?fantástica alma humana, sobre a qual doença, solidão, pobreza e maus-tratos passaram apenas como nuvens esparsas?. Com todos aqueles que passaram pela sua vida, Peter aprendeu a não temer a morte e o sofrimento e desejava, na escrita de sua obra-prima, aproximar, ?por meio de uma lírica grandiosa, a vida muda da natureza do homem contemporâneo e fazê-lo apreciar essa vida?, ?como um pequeno percurso e a nós mesmos como peregrinos, cuja caminhada e cujo desaparecimento, no final, não sacode a terra.?
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jota 01/02/2022

ÓTIMO: primeiro romance de Hesse é extremamente poético e traz personagem inspirado em são Francisco de Assis
Lido entre 21 e 31/01/2022

Em 1904 (alguns estudiosos assinalam 1903), através de seu autor, Hermann Hesse (1877-1962), que ganharia o prêmio Nobel de literatura vários anos depois, veio à luz Peter Camenzind, romance de formação que antecipou Francisco de Assis, hagiografia sobre o conhecido santo italiano publicada naquele mesmo ano.

Peter Camenzind é uma narrativa inspirada, intensamente poética, que conta a vida de um jovem em busca de si mesmo (como ocorre com vários personagens do autor alemão) e que passa a nutrir uma profunda admiração por Francisco de Assis. Ao mesmo tempo sua história se inspira na parábola do filho pródigo, que saiu pelo mundo, conheceu-o bem, e um dia voltou para a terra natal.

Começa assim: “No princípio, era o mito. E assim como o grande Deus fazia poesia na alma dos hindus, gregos e germanos, procurando expressar-se, assim de novo ele faz poesia, dia após dia, na alma de cada criança.” Prossegue nesse tom poético por seus oito capítulos e passagens por belas paisagens européias, sobretudo italianas e suíças.

Peter conhece homens e mulheres por onde vai caminhando, faz amizades, apaixona-se mais de uma vez, alguns amigos e pessoas queridas são levados pela morte, ele parece não saber muito bem o que quer da vida, não tem certeza se os confortos e prazeres das cidades suplantam o que poderia ter se vivesse no campo, com simplicidade...

A literatura de Hesse, que é profundamente humanista e lírica, compreende alguns títulos que li nos últimos tempos, que dialogam bastante com Peter Camenzind. São obras como Demian, Debaixo das Rodas, Knulp e sobretudo, Francisco de Assis. Depois de ler este último quis conhecer o primeiro romance escrito por Hesse: Peter Camenzind é notável, como os mencionados. Recomendo sua leitura com entusiasmo.
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Carla Porto 30/09/2015

Uma beleza
Este é um dos livros do Hesse cuja descrição, sensação, citação por um leitor é pura dificuldade. Posso dizer que a alma deste escritor sempre foi maior que ele. Peter Camezind é um poeta. Dos que sobem altos picos e colhem direto in natura a poesia que deus dá. Caminhante, como Thoureau e Rousseau, para desta atividade tirar do seio e do cimo o essencial. Homens extemporâneos. Ver Peter, camponês admirador de São Francisco, conhecer Nietzsche, queimar seus poemas, embriagar-se, passear pela Itália, navegar e descobrir como realizar sua essência nos balanços da vida - por aí passeia a história. Não sei dizer mais. Este ganhou meu coração. Tem parágrafos de tirar o folego, como os que em descreve as nuvens. E o começo já abre uma Senhora Ala: "No principio era o mito. Assim como o bom Deus, poderoso em lutar por uma expressão, poetizava na alma dos hindus, gregos e germanos, assim continuava Ele poetizando, diariamente, na alma de cada criança. Qual o nome que na minha pátria se dava ao lago, montanhas e riachos, eu ainda não o sabia; via porém estender-se exposta ao sol a imensidão de águas lisas, de um verde azulado, entretecidas de pequenos pontos luminosos, e formando uma espessa coroa ao redor, montanhas íngreme e nas mais altas fendas as brechas de neve muito alvas...
Oswaldo 30/09/2015minha estante
Hermann Hesse, é um mito!


Arsenio Meira 30/09/2015minha estante
Já vai agora mesmo pra lista!
Resenha bela. Abraços!


Marta Skoober 30/09/2015minha estante
Carla, eu sou da turma que leu Sidarta há trocentos anos (e confesso que não lembro de nadinha). Por conta de um comentário por aqui este ano eu li Knulp, e fui capturada por assim dizer pela escrita de Hesse, mais recentemente li Felicidade, e gostei mais ainda.
Agora vou anotar mais esta dica.


Carla Porto 30/09/2015minha estante
Desde Demian apaixonei.




Peagá 07/02/2010

Agradável sofrimento
Foi um dos primeiros livros que li logo após entrar pra faculdade. Naquela época o livro me envolveu de tal forma que fui influenciado por ele por anos a fio e fui "obrigado" a ler vários dos livros do Hesse. Os livros deles encantam, não entendo muito bem o porquê. Em Peter Camenzind, aquela descrição toda do ambiente, das pessoas tenderia a se tornar maçante, chata, mas não se torna. O sofrimento do personagem também tem tudo para se tornar repetitiva e interminável, mas também não se torna. É o talento do grande escritor.
Recentemente li o livro de novo e é claro que não foi a mesma coisa.
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