Angélica 05/03/2011The Voices of a Distant Star “The Voices of a Distant Star”, é o mais recente oneshot lançado pela Panini. Ele é baseado no filme de animação “Hoshi no Koe”; antes de começar acho importante ressaltar que não assisti ao filme e que minhas opiniões são, portanto, baseadas apenas no mangá.
Ele conta a história de um casal de amigos que se vê separado quando um deles, a protagonista Mikako Nagamine, é escolhida para participar de um programa espacial do governo que tem como objetivo descobrir mais informações sobre os Tharsians, raça alienígena recentemente descoberta. Utilizando a tecnologia descoberta em uma ruína Tharsian, a humanidade foi capaz de desenvolver naves espaciais capazes de viajar a velocidade da luz, e também os chamados Tracers, robôs gigantes utilizados para as explorações de campo em território alienígena. Mikako agora é uma das encarregadas de pilotar os Tracers, e faz parte da tripulação da nave Lysithea. Ela e seu amigo Noburo continuam a se comunicar através de mensagens de celular, mas quanto mais longe a Lysithea vai, mas tempo as mensagens demoram para chegar. No começo são apenas dias, depois meses e enfim, anos.
O mangá consegue construir bem a relação entre Noburo e Mikako (e todas as facetas nela implicadas) sem cair na pieguice, mas também sem abrir mão do tom melancólico. A obra trata de maneira bela e delicada a questão da presença das pessoas em nossas vidas: a partir do momento em que uma pessoa não se encontra mais presente, até quando ela continua ser importante para nós? Quanto mais tempo passa, mais as pessoas na Terra se esquecem da existência de Mikako, e em certos momentos até Noburo chega a questionar se vale à pena continuar esperando as mensagens da amiga. As personagens são todas muito bem construídas, e todas as situações relacionadas ao isolamento dos tripulantes da Lysithea em relação à Terra são muito bem exploradas. É um mangá tocante que tende para o melancólico, mas sem cair em excessos.
A arte do volume é belíssima, e a parte interna da capa nos brinda com uma linda ilustração colorida em aquarela. O original também continha páginas coloridas, que a Panini infelizmente não manteve (mas que podem ser facilmente notadas já que estão em tons de cinza, contrastando com o preto e branco do resto do mangá). Tenho certeza que, em uma obra esteticamente tão bonita quanto esta, o público não se importaria em pagar um pouquinho a mais pelas páginas coloridas (mas veja bem, eu disse um pouquinho; nada dos preços abusivos da Jbc, please!). O mangá está um real mais caro do que os demais lançamentos da editora, mas como tem quase 250 páginas (contrastando com as cerca de 190 dos títulos regulares da Panini), o aumento no preço é compreensível.
Para quem gosta de histórias românticas e reflexivas, “The Voices of a Distant Star” é um must-read. É certamente um dos melhores oneshots já publicados em terras tupiniquins. Com certeza vale o investimento.