Stefania.Dallas 25/04/2020Vagalume é Aprendizado Eterno E neste mês de Abril, no nosso grupo de LCS “Desbravando” o tema escolhido foi Literatura Infantojuvenil e o título mais votado uma obra de 1.944.
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🛶 A Ilha Perdida é um clássico da literatura infanto-juvenil brasileira, de autoria de Maria José Dupré, mas que outrora fora assinada pela Sra. Leandro Dupré, uma situação que gera ou ainda gerou polêmicas desnecessárias ou descontextualizadas sobre o caso.
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De acordo com alguns relatos Maria José Dupré foi obrigada, não se sabe se pela editora ou pelo marido, a não usar o seu próprio nome, como em todos os meios tem boatos e fofocas pesquisei mais a fundo e, outros discordam disso com vários depoimentos de que o engenheiro Leandro Dupré, esposo da escritora, sempre foi um grande incentivador do trabalho dela, inclusive inserindo-a em lugares onde o machismo da época não permitia ou dificultava ao máximo às mulheres.
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O fato é que, insegura, a autora adotara o pseudônimo de Mary Joseph, com o qual publicara o conto Meninas Tristes no jornal O Estado de S. Paulo, em 1939. Quando da publicação de seu primeiro livro, O Romance de Teresa Bernard (1941), pela Civilização Brasileira (da Companhia Editora Nacional), o editor Arthur Neves apontou para o fato de que um romance escrito por uma desconhecida “Mary Joseph” definitivamente fracassaria. E na discussão sobre que pseudônimo adotar (a autora não queria assinar o livro com o nome dela) foi que surgiu a ideia de “Sra. Leandro Dupré”, que ela usaria por muitos anos.
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Em maio 1943, juntamente com Caio Prado Júnior, Arthur Neves e Monteiro Lobato, Maria José Dupré funda a Editora Brasiliense que lança “A Ilha Perdida”, uma espécie de continuação das Aventuras de Vera, Lúcia, Pingo e Pipoca (1943). Vera e Lúcia são sutilmente citadas no início do livro.
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Em 1.973 teve sua publicação na maravilhosa e inesquecível “Série Vaga-Lume”, ele entrou na experiência de leitura de inúmeras crianças e adolescentes, eu também sou eternamente grata por isso.
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Vamos à obra:
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🛶Férias, final de novembro nossos protagonistas Henrique e Eduardo, dois jovens entre 12 e 14 anos, chegam à fazenda dos padrinhos onde também moram dois primos, Oscar e Quico.
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🛶🏝Logo nos primeiros dias percorreram grande parte da fazenda, andam por toda a parte e ao verem um riozinho, o apelidam de “filhote do Paraíba”.
Oscar e Quico contam historias e lendas sobre a “ilha perdida” que ficava ali próximo da casa deles atravessando o rio, Henrique e Eduardo resolveram ir à ilha perdida, encontraram uma canoa, uma corda meio velha, pretendiam passar apenas um dia na ilha, mas eles não podiam ir sem ninguém saber nada então inventam uma mentira, no dia seguinte iriam visitar o fazendeiro vizinho, um idoso que morava a alguns quilômetros de distância.
Padrinho e madrinha pedem a Eufrosina para preparar um almoço bem reforçado, os meninos acordam de madrugada, munidos de almoço, canoa e corda e partem para a ilha.
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🛶🏝A dupla enfrenta muitos desafios no rio, mas conseguem chegar ao destino, se perdem ao explorar a mata, cansados resolvem almoçar, teriam que andar mais após para localizar a canoa para voltarem.
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🛶🏝Ao andarem nas margens e não localizarem a canoa resolvem permanecer na ilha, não teriam neste momento como voltar mesmo, estava anoitecendo, tão cansados que adormeceram.
Ao acordar voltam a andar avistam a canoa que estava presa só por um fio, tentaram a puxar sem sucesso, a correnteza a arrasta.
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🛶🏝Agora Henrique e Eduardo estavam abandonados, Henrique tem a ideia de fazer uma jangada, começaram a caminhar para encontrar cipós e paus, chegam em uma prainha e decidem ali ficar. Para não perderem tempo, começam a trabalhar na jangada, o dia vai finalizando, Eduardo propõe ir até o outro lado da ilha sozinho para buscar os ovos e a corda que havia ficado lá.
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🛶🏝Henrique permanece avista uma sombra que se aproxima, volta-se pensando que era o irmão, de repente vê um homem barbudo, cabelos pelos ombros e seminu, cujo nome era Simão. Simão o leva para uma caverna onde havia vários bichos, oferece um colchão e Henrique cansado adormece. Acorda com Simão preparando um delicioso jantar. Henrique pensa estar sonhando.
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🛶🏝Simão era um homem muito bom e odiava viver na cidade, preferia a floresta, gostava do modo simples e apreciava possuir como grandes amigos os animais.
E assim os dias passam, e nada de Henrique saber sobre o paradeiro de Eduardo, isso o tornou triste. Porém Simão teme que ao deixá-lo ir a ilha passe a ser explorada e destruída pela mão humana.
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🛶🏝Simão deixará Henrique reencontrar o irmão e voltar a vida fora da ilha? Só posso, dizer leiammmmm...
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🛶🏝Fico pensando se fui capaz de no colégio sentir, ou reconhecer através desta escrita simples os ensinamentos que este livro nos trás. Se todos a conhecessem com certeza fariam uso dela para com seus filhos. Os valores existentes em cada uma de suas páginas: humildade, simplicidade, companheirismo, fidelidade, entre tantos outros que Maria Dupré com maestria deixa registrada em cada um de seus capítulos, nos faz sentir nostalgia lembrando da nossa infância feliz ao mesmo tempo que nos chama e nos deixa em alerta !!!
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