O Doutor Jivago

O Doutor Jivago Boris Pasternak




Resenhas - Doutor Jivago


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Stella F.. 09/05/2023

Amor, Individualismo e Coletivismo
Doutor Jivago (resumo/resenha)
Boris Pasternak - 2017 / 616 páginas - Companhia das Letras

A abertura do livro se dá com o enterro da mãe de Iúri Jivago. Ele fica desconsolado e agora quem vai tomar conta dele e ser seu tutor é seu tio Nikolai, um ex-padre, e por outras pessoas que o ajudarão muito. Seu pai Jivago foi muito importante, um homem conhecido e respeitado, mas depois perdeu todo o dinheiro e não se sabe de seu paradeiro.

O pano de fundo do livro são as diversas guerras (guerra Russo-Japonesa, Primeira Guerra Mundial, Revolução de 1917, Guerra Civil e Segunda Guerra Mundial), que perpassam todos as diferentes gerações dos personagens principais: Iúri, Lara, Ródia, Nádia, Pável e Micha. Ainda como crianças eles vão presenciar a greve dos ferroviários e depois o Domingo Sangrento e muitos adultos envolvidos com essas crianças como pais, tutores e amigos, vão ser importantes e irão voltar à trama principalmente na Revolução /de 1917.

As crianças crescem e Iúri torna-se um excelente médico e Lara, que tem a mãe como dona de um ateliê de costura, acaba envolvendo-se com um homem mais velho, e apesar de gostar da situação de “amante”, depois sente-se culpada, sofre muito e entra em pânico cometendo alguns desatinos. Mais tarde, casa-se com Pável, que é apaixonado por ela desde a infância, mas pelo qual ela tem apenas carinho. Iúri casa-se com Tônia e tem um filho.

Acompanhamos a guerra e o deslocamento das tropas russas. Vencem algumas batalhas e perdem outras. E no momento Iuri e Lara estão começando a se conhecer, apesar de ele lembrar dela de várias situações da infância e adolescência. Alguns mistérios são revelados. Na primeira parte houve um suicídio no trem, e o suicida tinha um advogado. O suicida era Jivago (pai) e o advogado era o ex-amante de Lara, e Komarósvski.

Presenciamos cada vez um envolvimento maior de Iúri e Lara, mas como amigos. E depois de muito tempo na guerra, pelas circunstâncias, são obrigados a retornar para casa, e Lara vai embora sem se despedir. Iúri retoma sua vida com a família, seu filho está grande e Tônia alugou a parte de baixo do casarão em que moravam. Era uma época muito fria e estava ocorrendo uma epidemia de tifo. A Revolução está em andamento, mas ainda engatinhando, ainda estão resolvendo o que fazer em cada lugar. São feitas várias reuniões nos diferentes bairros, com conselhos municipais, há muita carência de tudo, escassez de comida e aquecimento. Mas, há quem acredite que isso é bom, é bom para os pobres. Ocorre uma demissão em massa no hospital e como Iúri resolve ficar trabalhando por lá, os antigos colegas passam a ignorá-lo. Há toda uma discussão entre Governo Provisório, bolcheviques, e como funciona.

Com toda a crise no país, a família Jivago resolve se mudar para os Urais e tentar uma nova vida. Pretendem viver do campo. Vemos a descrição de toda a viagem, os personagens do trem entre bolcheviques e mencheviques (vermelhos e brancos). Pessoas sendo recrutadas para trabalhar, geralmente as que tiveram seus negócios desapropriados, grandes empresários, comerciantes. Há muita destruição pelo caminho: estações destruídas, vilas abandonadas, e novos personagens. Pesoas que entraram no trem ao serem enganadas, policial fiscalizando pessoas, marinheiros, colaboracionistas, mulheres que foram atrás de seus homens, cada um com sua história particular. Ao final do trajeto, Iúri é convocado a se encontrar com o comissário Strélnikov.

A família Jivago chega á Varíkino. São recebidos por um casal importante do lugar, os Mikulítch. Tem um filho que tomou o partido contrário do pai, e faz parte dos chamados Irmãos do Bosque. Todos no local reconhecem Tônia como uma Kruger, já que seu avô foi importante figura da cidade, e a alertam porque empresários nesses dias não são bem-vistos. Os donos da casa e inquilinos conversam sobre arte e livros. E nessa conversa surge a lenda de que o professor Pável Antípov seja o comissário Strélnikov, com quem Iúri conversou, e se for verdade, o marido de Lara não morreu.

Iúri continua lidando com a terra, e agora apesar de não querer atuar como médico, as pessoas o procuram. Começa a frequentar à biblioteca de Iuaritín para conhecer um pouco mais sobre a região em que está vivendo, e vê que as pessoas da cidade a frequentam bastante, como se fosse um refúgio. Parece ver Lara, mas finge não a ver, apesar de admirá-la de longe. Consegue o seu endereço e a procura. Conversam, falam dos antigos amigos e da invasão do exército branco na cidade, e descobre que o local onde ela morava foi cedido ao partido, e agora ela está morando em uma casa abandonada.

Iuri está se sentindo culpado da relação com Lara, mas decide que qualquer dia vai falar com Tônia, e vai se despedir de Lara, mas é raptado pelo filho do seu protetor, Liviéri, em Varíkino, que está nos Irmãos do Bosque. Iúri não gosta nem um pouco de Liviéri, e pergunta sobre sua família, e ele não lhe dá notícias. Fica um ano e meio preso junto à essa milícia, e em uma oportunidade, consegue fugir por uma floresta de taiga.
Aqui devo confessar que achei uma parte bem arrastada e difícil. Novos personagens, cossacos, brancos, vermelhos, recrutamento de meninos, muitos deslocamentos, e apesar de muito movimento não me senti envolvida com o enredo. Apesar das muitas pesquisas que fiz, ainda assim não entendia muito sobre o que se estava discutindo.

Iúri ao fugir, percorre toda a extensão da ferrovia e consegue chegar na casa de Lara, mas acaba desmaiando. E está sempre se questionando sobre sua família. Se mudaram? Estão vivos? Ele fica doente e tem notícias da família, por uma carta. Fica sabendo que Lara ajudou à Tônia no parto de sua filha e sabe que sua família foi expulsa e estão na França.

Os tempos continuam confusos e sempre há uma insegurança. Iúri resolve arranjar um emprego e passa a dar aulas em um hospital militar. Lara e ele conversam sobre como era a relação de casamento dela com Pável, e as razões dele para entrar na guerra. E Lara então vai falar abertamente com o amante, sobre seu passado com Komaróvski. Partilham ideias sobre a vida e a natureza.

O tempo passa e eles recebem a visita de Komaróvski com péssimas notícias para eles, que diz que ele, Lara e Pável estão em perigo e que pode levá-los até a fronteira, na Mongólia (disputada pela Rússia, Japão e China) onde está sendo montado um governo externo, paralelo e que ele foi indicado a ministro. O regime está se tornando mais democrático, e as forças da revolução vão se vingar antes de sair do poder. Ele faz uma observação de que Iúri não foi feito para essa época, porque ele é individualista, e nessa época era importante o coletivismo.

"Há um certo estilo comunista. Poucos são os que se encaixam nele. Mas ninguém transgride tão claramente esse modo de viver e de pensar como o senhor, Iúri Andréievitch. Não compreendo para que cutuca o bicho com vara curta. O senhor é uma zombaria para este mundo, um ultraje. Tudo bem, se isso fosse um segredo seu. Mas aqui há pessoas influentes de Moscou. Conhecem a fundo a sua alma. Vocês dois desagradam terrivelmente aos sacerdotes de Themis da região. Os camaradas Antípov e Tiviérzin estão afiando as garras para Larissa Fiódorovna e para o senhor." (pg. 463)

Retornam a Varíkino e Iúri volta a escrever, mas sentem que a separação deles irá acontecer em breve.

“A prioridade já não é mais do homem e do estado de alma que ele quer exprimir, e sim da linguagem pela qual ele quer se exprimir. A linguagem, pátria e receptáculo da beleza e do sentido, ela mesma se põe a pensar e a falar pelo homem, e torna-se toda música, não por sua ressonância exterior e sensível, mas pela impetuosidade e potência de seu movimento interior." (pg. 479)

"Não é um acaso a sua presença no fim da minha vida, sob o céu de guerras e insurreições, meu anjo secreto, proibido; há muito tempo, no começo da minha vida, sob o céu pacífico da minha infância, você surgiu da mesma forma." (pg. 469)

Ocorre então a partida de Lara e o arrependimento de Iúri não ter ido com ela. Iúri recebe a visita de Pável/Strelnikóv onde se conhecessem melhor, falam de sua relação com Lara e sua escolha pela guerra e motivos, e algo inesperado acontece.

Lara retorna ao saber das notícias ruins sobre Iúri, e ajuda ao meio-irmão dele organizar os seus poemas. E não sabemos mais notícias dela, do que aconteceu a ela. Até que se passam os anos e o enredo está na Segunda Guerra Mundial e dois antigos amigos, Gordon e Dúdorov se encontram e conversam sobre o passado. Conversam sobre Tânia, uma moça que conhecem, que comenta sobre sua mãe, que supõe que a abandonou e do suposto pai, e que tudo indica que sejam Larissa e Komarósvski. Parece que a mãe sumiu (foi para os Gulag). Ela é filha de Iuri.
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Isa409 05/04/2023

Achei a leitura bem chata, o livro é bem detalhista e a história é arrastada. Confesso que foi bem difícil manter a atenção, tive que fazer um esforço enorme para terminar
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kiki.marino 08/02/2023

Não é melancólico que só sentimos a cruel realidade das reminiscências de uma vida depois do fim. Para os que ficam ou para mim ao terminar de lê-lo. Não foi uma leitura fluida ma Pasternak criou um refugio de imaginação poético,puro e cheio luminosidade ,dentro de uma estória permeada de sombras,neblinas,cenários gélidos e frieza humana, envolta em violência brutal,revolta e sangue.
Jivago: o herói poeta sem razao e constancia , o Ulisses que nunca volta para casa.
Pavel: o herói sem missão .
Lara : a heroína sem história, uma musa, uma Circe que enfeitiça e se desgraça por homens porcos, a beleza perfeita e idealizada,da arte e amor.
Tonia: aquela com a razão e o coração no lugar certo. Uma Penélope que não espera...
Fora de lugar ou tempo, esta é uma das milhares de histórias da Rússia entre revoluções e guerras.
A morte lenta de um romântico que admira Darwin and Schellng ,frente a implosão da sociedade que iria ser tomado pelo coletivismo e unificação ideias e comportamento do governo soviético.
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Sianyar 01/01/2023

"A vida, se o senhor quer saber, não tem necessidade de nós para se renovar e se remodelar o tempo todo, para se refazer e se transformar eternamente. Ela está acima de qualquer teoria obtusa que o senhor e eu possamos inventar a seu respeito."
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Raianny.Moraes 02/12/2022

Gostei, mas que bom que terminei.
Um livro que levou 40 anos para ser escrito e publicado (quase demorei isso pra ler ?), clássico russo, leitura densa, mas muito rica de dentro da ascensão da União Soviética. Recomendo, principalmente para quem já estudou um pouco sobre o assunto. Se não, pode ser que seja muito arrastado e cansativo, capaz de desistir do bonitão aí. É a história dentro da História. Gostei, mas que bom que terminei ?
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Carlos.Eduardo 29/11/2022

Uma odisseia russa
Acompanhar as aventuras e desventuras do médico Iuri Jivago não é tarefa fácil. Pasternak deu a seu herói diversas nuances e inquietudes que enriquecem a experiência de ler esse verdadeiro épico Russo pós revolução.
Não somente Iuri é um personagem complexo, mas complexo é o contexto em que vive e igualmente complexos são aqueles que o cercam, em seu círculo íntimo.
Seja a obstinada e honrada Tônia, fonte da culpa que Iuri carrega; seja Lara, impetuosa, impulsiva e, ao mesmo tempo, aquela que arrebata o médico sem esforços; ou mesmo, Strelnikov, um revolucionário em quem a chama de um ideal jamais se apaga. Todos são personagens de uma complexidade intrínseca.
Seguindo estes personagens, mas sobretudo, através do desencantamento de Jivago com a revolução e de suas inquietudes filosóficas, Pasternak nos mostra sua própria visão sobre esse momento da História Russa, suas críticas e seu próprio ceticismo. Não por acaso esse livro foi censurado na URSS.
O livro é bem detalhista em suas descrições de paisagens e personagens, mas, salvo exceções pontuais, o ritmo é ligeiro e fácil de acompanhar. Contudo, o final é apressado e algumas pontas são amarradas de forma apressada. Fora isso é um livro que indicarei para todos.
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Julio.Argibay 14/10/2022

Nikolai
O jovem Iúri perdeu a mãe quando ainda criança. Após o enterro ele foi levado para o campo, numa localidade chamada Duplianka. Seu pai, Nikolai Nikolaievitch, viaja com ele. No percurso, nos deparemos com a vasta natureza russa, um acidente de trem, assim como surgem vários personagens, além de greves e tudo o mais. Ao chegar ao destino ele vai morar com o professor Gromeko. Neste período, há uma revolução em curso. Barricadas nas ruas, etc e tal. Assim, passam os anos e Iúri se forma em medicina. Ele ainda quer ser escritor. Iúre se casa e tem um filho. Quanto a esta relação familiar, achei pouco explorada na trama ou posso ter passado batido. Não lembro nada sobre a criança e pouco sobre a esposa dele. Mas, já politicamente, a Rússia está em plena revolução e muito instável. Praticamente, todo o romance tem como foco essa visão revolucionária do país. Guerras, perseguições na neve, frio e fome. Finalizando, eu não gostei muito não. Mas, compreendo o valor histórico da obra, relatando os absurdos da guerra e da falta de civilidade durante esta situação. A alma russa. Nós também temos o nosso Sertões. 
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Ana 07/10/2022

Para quem não está acostumado à esse tipo de literatura, pode achar o livro cansativo e maçante, afinal Pasternak era um poeta, mas a obra não deixa de ser maravilhosa e triste ao mesmo tempo.
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lady.loli 07/09/2022

Eu sou suspeita pra falar, pois eu gosto muito de História, mas esse livro é maravilhoso, cheio de detalhes sobre a Rússia do século XX, gosto demais mesmo, além disso, outro detalhe que eu me animo com literatura russa: foco no interior dos personagens, como os ocorridos externos afetam o internam e amo Iúri simplesmente tomando a própria razão e não se deixando levar pelos pensamentos populares, é muito top, eu amo isso, de verdade.
O livro é um pouco arrastado, mas isso é pouco relevante pra mim no geral, a história compensa.
Queria dizer que reflete bastante a realidade atual, onde muitos deixam-se levar pela maioria sem nem buscar a entender o que apoiam.
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Duchesse 28/07/2022

O filme é melhor
O livro é muito bom, mas o filme (de 1968, com Omar Shariff e Julie Christie) é bem melhor.

O livro fala das vidas e dos sonhos despedaçados quando, em 1917, a utopia socialista se torna um pesadelo real e a Rússia se torna URSS.

Como toda grande literatura russa, os fatos ficam praticamente em segundo plano, a narrativa se concentra mais no mundo interno das personagens, sobretudo do Dr Iuri Jivago, numa tentativa de entender o mundo cambiante e as pessoas à sua volta, por isso alguns leitores modernos, não acostumados com essas divagações, podem achar a leitura arrastada.
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djoni moraes 22/06/2022

Gostar ou não gostar deste livro é uma questão de enfoques.
Faço um exercício com esta resenha de separar as minhas expectativas como leitor da grandiosidade histórica desta obra do Pasternak, e confesso que 3/5 é o máximo que eu consigo aqui. Se você é um fã do cinema, com certeza já ouviu falar do filme do Doctor Zhivago, uma longa metragem (e coloca longa nisso!) que foca na história de amor vivida entre o Iuri e a Lara. Se você viu o filme e acha que vai encontrar aqui o mesmo enfoque, preciso te alertar que aí vai começar a primeira decepção.

Na verdade, a história inteira acompanha a vida do Iuri Jivago desde a sua tenra infância até sua vida adulta, na qual exerce a profissão de médico no meio de uma Rússia conturbadíssima no meio da revolução que culminou na fundação da união soviética.

Pasternak era um poeta, então a carga de lirismo nas descrições e nos diálogos é bastante grande. No entanto, alguns diálogos me pareceram um tanto forçados, assim como muitas descrições de lugares e momentos. A beleza do lirismo descritivo se perdia quando chegava aquele sétimo ou oitavo parágrafo em que você chegava à conclusão de que Pasternak já tinha sim conseguido descrever tudo que queria. Isso muitas vezes tornava o Iuri um personagem difícil de agradar ao leitor.

Tá bom, tá bom, só reclamei. Por que então dar 3 estrelas e não zero? Porque depois de algumas quantas páginas, entendi que a missão deste livro é registrar um momento histórico; pintar um retrato filosófico que permitisse amalgamar não apenas o conto de várias vidas no meio da revolução, mas também a revolução em si. Nisso, o Pasternak foi mestre!. Ainda, ele conseguiu fazer isso de uma forma em que ele pudesse deixar seus pensamentos e ideais bem escrachados de uma maneira que ao mesmo tempo permitisse irritar o regime soviético e também deixar bem claro a sua decepção com tudo isso. Vendo deste modo, fica muito claro por que as paixões "românticas" não são exploradas com tantos detalhes - porque elas simplesmente são um pano de fundo.

A decepção do Iuri (e do Pasternak) em relação à revolução é muito clara. Tendo em vista este ponto, posso dizer que o personagem principal deste livro não é o Iuri Jivago e sim uma mãe Rússia que agoniza desde o início da narrativa e é saqueada violentamente pelos interesses de todos os grupos envolvidos. A imagem desta Rússia sendo desnudada é simplesmente agonizante, e a descrição disso nessas mais de 500 páginas, por mais enfadonha que possa parecer em alguns momentos, torna este um livro muito bom no que ele se propõe.
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Bruno.Santos 11/06/2022

Excelente!
Como todo bom apaixonada pela literatura russa, acabei por ler mais romances do século XIX, deixando de lado os livros sobre o período soviético, mas recentemente lendo O fim do Homem Soviético da Svetlana Aleksiévitch, em várias entrevistas Doutor Jivago era citado e como todo curiosidade me coloquei a procura do tal livro, que por meses ficou na estante, sempre a espera para leitura, que enfim chegou.

Um ponto que adorei sobre esse livro, sua ambientação no meio desse rebuliço social que foram as revoluções russas, a primeira guerra e a gripe espanhola. Neste caos os soldados do fronte presos entre alemães e revolucionários vivendo essa profunda incerteza.

Íuri Jivago é um personagem de tantas
camadas, tão estranho e singular que várias lendo, tentei me colocar no seu lugar para imaginar essa ressonância entre ficção e realidade, mas sempre me sentia faltar algo, talvez a alma desse período. Tenho tantas coisas em minha mente agora enquanto escrevo essa resenha capenga, mas me falta palavras para expressar meus pensamentos.

Enfim, o livro é ótimo, fascina ver de outro ponto de vista todo aquele caos da ascenção comunista numa Rússia monárquica, mas a leitura em si é bem densa e é preciso um pouco do foco para se ater às coisas...
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Nati 16/04/2022

Lento, muito lento
Eis um dos livros mais arrastados da vida. Fala muito, fala bonito e pouco acontece. Se a curiosidade é sobre a Revolução Russa, não esperem um Vida e Destino ou Nada de Novo no Front sobre os acontecimentos de 17. Poderia ser explorada de forma mais interessante, mas vira um pano de fundo muito distante; sabemos que existe, mas o que é, como acontece, a dinâmica de tudo, não.

E por falar em interessante, é um livro com uma leva imensa de personagens muito pouco interessantes, com pouco ou nenhum traço de personalidade que me despertasse curiosidade. Tive uma fé imensa na Lara, no começo ia bem, e depois não me importei muito.

A Rússia ao que parece é do tamanho de Madureira e o Dr. Iuri se encontra mais com os amigos do que minha mãe com a turma de 80 do Sul Americano quando vai a feira. Infelizmente meu irmão mais novo não chega do nada pagando minhas contas, Evgraf é um Deus ex machina chato.

O filme é muito melhor.
Ziza 07/05/2022minha estante
Eu abandonei a leitura hoje pois a narrativa não chegava a lugar nenhum. O livro mais chato que li em toda minha vida.




MarcusASBarr 11/04/2022

Nestes últimos três meses o que esteve em minhas mão não foi um romance de época... foi um documento histórico.
A obra, tantas vezes falada e referenciada por minha mãe, não foca em um ou outro personagem — embora tenhamos o fio condutor em boa parte ligado ao enlace amoroso entre o protagonista que dá nome a ela e a Lara... e é impossível não ter o tema do filme nos acompanhando ao longo da leitura —, mas sim em todos os acontecimentos que margeiam suas vidas... e são de um realismo dramático aterrador.
Boris Pasternak nos conduz pelo caos... e com ele adentramos não de forma abrupta, mas conduzidos em meio ao limiar dos acontecimentos que destroçaram vidas... daquele momento até os dias atuais.
Escrever uma obra que se passa no olho do furacão e centrá-lo no que os acontecimentos causaram a pessoas comuns e no desenrolar de suas vidas... esta é uma obra para ser lida com devoção e com o entendimento de que, ao narrar os acontecimentos que são colocados em suas páginas como um registro histórico de testemunhas oculares, o próprio autor selou o seu próprio futuro diante do enfrentamento dado ao autoritarismo que sentiu na pelo.
Então... se vai ler esta obra sem mergulhar de forma humanista em sua história, estará perdendo seu tempo. Aos demais... uma experiência de vida única.
Esta edição é de 1984 e sua tradução exigirá ainda mais do leitor, há uma outra mais recente.
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