O Sertanejo

O Sertanejo José de Alencar
José de Alencar
José de Alencar




Resenhas - O Sertanejo


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Marcel.Trocado 26/10/2023

SERTANEJO INDOMÁVEL

Uma história que se passa em poucos dias, inicia em 10 de dezembro de 1764 e conclui no mês seguinte, no dia 5. O título está separado em duas partes, com duas dezenas de capítulos cada uma, na primeira são apresentadas as personagens e seus modos de vida no sertão de Quixeramobim, no Ceará, cujo cenário é uma grande fazenda de gado chamada Oiticita, comandada pelo Capitão-Mor Gonçalo Pires Campelo, um senhor feudal arrogante, designado pelo rei de Portugal a governar esse território, todos devem obediência cega ao Campelo, não só familiares como seus empregados, escravos e religiosos, sendo assim um exemplar patriarcal daquela época.

Extremamente fiel aos comandos do Capitão-Mor, Arnaldo, de vinte e um anos, ágil, rosto queimado pelo sol e cabelos compridos, representa o herói romântico da história, seu equivalente romântico em figura feminina é D. Flor, jovem esbelta e muito elegante, embora consciente de sua superioridade social, é sempre gentil e totalmente respeitosa às decisões de seu pai, o Capitão-Mor.

Há um grande amor entre Arnaldo e D. Flor, mas nunca se beijam ou se declaram até o final da história, ambos vivem alguns perigos juntos e nos momentos de paz, Arnaldo, sempre arredio aos olhares e a aproximação de D. Flor, é incapaz de permitir o afeto. O descaso amoroso do vaqueiro do sertão é explicado na segunda parte do livro, no qual é contada as façanhas de Arnaldo na infância, adolescência e sua personalidade.

O sertanejo é considerado uma literatura ao pé da letra do Romantismo, com características típicas desse movimento artístico: exaltação da natureza, patriotismo, idealização do amor e da mulher, além do predomínio da imaginação sobre a razão. Portanto, de coração indomável, do início ao fim, o sertanejo Arnaldo é uma figura mítica, que tem as árvores e o mato como o seu local de conforto, José de Alencar exalta a figura do sertanejo como um homem forte, perspicaz e honrado. Diante desses elementos a resolução dos embates serão conduzidas pelo protagonista, que conclui a história contrariando a expectativa da maioria dos leitores.
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Avelã 02/06/2023

O sertanejo
José de Alencar é uma leitura muito complexa e leve ao mesmo tempo. Gosto da escrita do autor por ele representar tão bem detalhado o ambiente e o sentimento de seus personagens
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Milena_Albarelo 05/05/2023

O sertanejo
Não é o tipo de livro q eu goste de ler, mas minha professora me recomendou por ser um livro literário e que costuma cair em alguns vestibulares, li rápido, pra vc que goste, é um livro bom de se ler?
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Guilherme 21/02/2023

O Sertanejo é um dos romances do escritor brasileiro José de Alencar. Foi publicado em 1875 O romance apresenta uma prosa com personagens característicos do sertão brasileiro representados pelo povo sertanejo
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Flavio.Vinicius 09/02/2023

O SERTANEJO
José de Alencar é um escritor do século XIX e cuja obra, nos dias atuais, merece ser lida com reflexões. Como diz a historiadora Ivone Cordeiro Barbosa, o autor tem uma sintonia com as problemáticas do seu tempo. Essa sintonia levou Alencar a descrever a sociedade e classificar as pessoas de um modo bastante hierarquizado, dispondo mulheres, negros, indígenas e trabalhadores pobres em posição subalterna. No livro O Sertanejo tal hierarquização é ainda mais expressa do que em outros livros do autor, como Ubirajara, em que tais classificações estão menos evidenciadas.

O Sertanejo é uma obra que evoca o passado do Ceará, a história se passa no século XVIII, e pode ser classificada como uma tentativa de Alencar de criar uma utopia retrospectiva, como diz Antonio Candido. Ou seja, uma tentativa de criar um passado para o Brasil, o qual, na época de Alencar, ainda era uma jovem nação. No livro há passagens belíssimas, como quando o autor se põe a descrever a natureza cearense a partir dos olhos do vaqueiro Arnaldo. E há passagens muito problemáticas, sobretudo os trechos ligados ao ponto de vista do capitão-mor Campelo.

O enredo aproxima o livro a uma história de aventuras, muito encontrado em novelas e séries. É contado de maneira viva: uma narrativa que prende o leitor. Traz elementos históricos a serem observados, ligados à cultura cearense tanto do século XIX, época de Alencar, quanto do século XVIII, que é a época em que se passa a história. Para ser melhor apreciado, é interessante lê-lo em conjunto com certas reflexões, de modo a situar o pensamento do autor no tempo em que a obra foi escrita. Para tanto, recomendo o artigo de Ivone Cordeiro Barbosa: História Social do Sertão na Obra de José de Alencar, publicado na Revista de Letras, N.º 29(2) ? Vol. 1, de 2009, o qual pode ser facilmente encontrado na internet.

Enfim, gostei da leitura, com as ressalvas acerca do pensamento do autor, preso às limitações da sua própria época.
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Rafael1906 21/01/2023

Deus não quer...
José de Alencar apresenta um romance nortista, sertanejo, romanesco e ingênuo, bem típico da época. É preciso entender que o Romantismo queria descrever o lado belo da vida e ir além, exagerá-lo. Arnaldo, o sertanejo, é o típico herói romântico, mas totalmente masculino, solitário, entregue aos animais e ao seu trabalho de vaqueiro. Ama dona Flor, sua colaça, mas da maneira romântica, em que o amor era elevado e não exclusividade do sexo, mas da afeição, da adoração. O pai de Flor é a figura característica do século: orgulhoso, mimado, altivo, importantíssimo a ponto de começar uma guerra porque foi chamado de sapo cururu. Com trechos totalmente estranhos a nós hoje em dia como a descrição da onça de Arnaldo e do boi Dourado, o romance é totalmente fiel a escola literária. Um romance bem escrito, bem amarrado, com um enredo interessante na segunda parte, cansativo na primeira. Mas não deixa de ser um clássico que deve ser lido e amado.
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Larissa.Queiroz 01/07/2022

Clássico!
Moro no Sertão do Ceará exatamente na mesma região onde se passa essa história, muito bacana a experiência de ver o Sertão através das palavras do autor.
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Paula 26/05/2022

Deliciosa obra que retrata o sertão e as características do povo sertanejo. Nos permite conhecer as tradições, costumes e suas linguagens regionais. Romance bem brasileiro.
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Prof. Edivaldo 19/06/2020

Arnaldo
Arnaldo é o personagem principal da trama, ao lado de Flor. Romance cheio de tramas e cenas eletrizantes.
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Nicinha 30/04/2020

Retratando o seu berço sertanejo, José de Alencar representa as belezas dos prados cearences, falando da magia transfiguradora da chuva, que resgata um cenário de beleza e vida em meio a tristeza e morte deixadas por longos anos de seca. Fala, também, dos seres que compartilham a vivência nesse lugar, desde os brutos animais aos arrojados homens, orgulhosos de suas raízes sertanejas.
Numa estória de amor impossível, amizades leais e a força da palavra dada, temos um típico romance alencariano, salpicado por sua linguagem poética e descrição dos costumes locais do contexto.
É característico de José de Alencar e do período literário da época embelezar os romances, arrojar os mocinhos de coragem e um caráter inquebrantável, retratar mocinhas de belezas angelicais, de puzera e ingenuidade de ações (confesso que torço o nariz para essas coisas hoje em dia, mas já gostei muito desse idílio de pensamentos).
Nessa obra temos exatamente essas mesmas características, com o "super" Arnaldo, o mocinho forte e corajoso, forjado pelas dificuldades da vida sertaneja, e Flor, a mocinha "perfeitinha" que sempre precisa ser salva.
De modo geral, é uma receita comum de fazer estórias, mas que ainda ganha o gosto do público leitor. Claro que já teve seu auge em outras épocas, mas ainda encanta, se não for pelo teor do enredo, é pela utopia emocional que planta no coração leitor a esperança de um ideal perfeito.
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Jeze 26/11/2018

A geografia do sertão nordestino através da obra de José de Alencar
No ano de 1875, José de Alencar publicou seu último romance, o livro O Sertanejo, e apesar de não ter tido tempo de aprofundar nessa proposta de descrever o sertão e o sertanejo em outros romances, com esta obra ele encerrou um ciclo proposto de apresentar o Brasil nas suas diversas regionalidades, enaltecendo assim os costumes e tradições do povo brasileiro na tentativa de criar uma identidade nacional própria, mesmo se esbarrando em uma nação recém-independente com uma ainda pequena identidade social e histórica.

Na época em que Alencar escrevia a obra O Sertanejo o Brasil atravessava por inúmeras convulsões sociais, politicas e econômicas, além de ser ainda um dos últimos lugares do mundo onde a escravidão não havia sido abolida, e todo esse contexto em que o autor estava inserido refletem em também em seu romance, que apesar de ter regredido um século atrás a estória, ele praticamente exclui a escravidão e os negros de sua obra, deixando apenas breves referencias desses fatos, porém é entendido também que nas atividades de pecuária, que são as retratadas no romance, a escravidão foi menos empregada e dependente da escravidão quando comparado com as fazendas de lavoura, que na no século XVIII e ainda no XIX dependiam completamente do trabalho escravo.

Texto completo no meu blog...

site: https://jezeagner.blogspot.com/2018/11/vida-e-seca-no-sertao-geografia-do.html
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@tenbooks10 10/11/2018

Marco da literatura brasileira
O Sertanejo não foi um livro que eu optei ler por livre e espontânea vontade. A obra fez parte do Projeto Mindlin iniciado pela Nina do Instagram ‘Nina & Suas Letras’. Admito que, se não fosse por essa iniciativa, talvez eu passasse outros tantos anos sem conhecer essa obra maravilhosa de José de Alencar.

Em ‘O Sertanejo’, publicado em 1875, o autor dá vida ao sertão brasileiro do século XVIII. A obra se desenrola mais especificamente no município de Quixeramobim, estado do Ceará.

‘O Sertanejo’ faz parte das obras do romantismo regional de José de Alencar. A forma como o autor aborda a cultura nordestina e as características típicas desse povo é extremamente poética, muitas vezes exaltando o nordestino pela sua bravura e alegria, apesar dos percalços que vive.

“Quem pela primeira vez percorre o sertão nessa quadra, depois de longa seca, sente confranger-se-lhe a alma até os últimos refolhos em face dessa inanição da vida, desse imenso holocausto da terra.”

Há no livro um personagem-narrador que, segundo alguns websites, se chama Severino. A identidade desse personagem não está explícita na obra, então estou apenas reproduzindo o nome que achei ao pesquisar sobre.

O personagem-narrador é nitidamente um representante do nordeste brasileiro, sendo a sua apresentação do sertão muito detalhada e saudosista. Por vezes, esse personagem faz comentários pessoais acerca da paisagem que está sendo descrita ou das atitudes dos personagens.

“Esta imensa campina, que se dilata por horizontes infindos, é o sertão de minha terra natal.”

O livro começa com o retorno da família Campelo em comitiva à sua terra natal, onde residem na fazenda da Oiticica. A família é composta pelo capitão-mor Gonçalo Pires Campelo, sua mulher Genoveva e sua filha Flor.

Sob uma vigilância secreta, esse grupo é seguido de perto por Arnaldo que, mesmo não se sujeitando às ordens de nenhum fazendeiro, é fiel ao capitão-mor e sua família, protegendo-os de todos os perigos. A atenção e zelo de Arnaldo recaem principalmente em D. Flor, por quem nutre uma secreta e enorme devoção.

“Irresistível devia ser a paixão que submetia assim um caráter indomável e altivo ao ponto de rojá-lo na humilhação, ao simples aceno de uma mulher!”

O amor proibido entre D. Flor e Arnaldo, a filha do fazendeiro e um simples vaqueiro, é o ponto central da obra. Nesse cenário, a chegada de outros pretendentes aterroriza Arnaldo, que faz de tudo para que a sua amada não se case com outro.

Eu amei ‘O Sertanejo’, então fica aqui a minha recomendação para que todos leiam essa obra. Esperava encontrar na escrita de José de Alencar uma descrição muito longa e cansativa, mas acabou sendo o oposto. Eu me vi embriagada pela forma poética como ele descreve o sertão e suas paisagens.

Além disso, os personagens são construídos com perfeição. Embora José de Alencar os descreva de forma romântica, achei muito positivo poder detectar tanto as virtudes quanto os defeitos deles. O amor de Arnaldo, por exemplo, ao mesmo tempo em que é belo e puro, é um tanto possessivo. No que diz respeito à D. Flor, apesar de ser comparada a um anjo, tem traços de menina mimada e orgulhosa.

Em suma, ‘O Sertanejo’ é, de fato, um marco na literatura brasileira.

site: https://www.instagram.com/p/BqA6io1H-jG/
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